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Homem que extorquia Máfia do Cigarro é servidor público e irmão gêmeo de PM

Wellington José Carvalho de Almeida é fiscal de posturas do município de Dourados e foi preso hoje na 2ª fase da Operação Nepsis; Alisson, irmão gêmeo dele, está preso há 5 meses

Helio de Freitas, de Dourados | 26/02/2019 11:19
Wellington de Almeida (careca de barba) acompanhava o irmão durante confusão com PRFs, em março de 2018 (Foto: Arquivo)
Wellington de Almeida (careca de barba) acompanhava o irmão durante confusão com PRFs, em março de 2018 (Foto: Arquivo)

O homem preso hoje (26) na segunda fase da Operação Nepsis acusado de cobrar até R$ 1 milhão de contrabandistas de cigarro por informações falsas sobre operações policiais é fiscal de posturas concursado do município de Dourados.

Wellington José Carvalho de Almeida é irmão gêmeo do policial militar Alisson Carvalho de Almeida, um dos 26 presos na primeira fase da Operação Nepsis, no dia 22 de setembro de 2018. Ele está no Presídio Militar em Campo Grande.

O Campo Grande News apurou que Wellington de Almeida fez um patrimônio milionário com o dinheiro recebido da Máfia do Cigarro.

Com a propina que extorquia da quadrilha, levava uma vida de alto padrão. Recentemente comprou um Toyota Corolla para ele e um utilitário Hyundai ix35 para a esposa.

No portal da transparência da prefeitura é possível verificar que o fiscal de posturas lotado na Secretaria Municipal de Serviços Urbanos tem salário bruto de R$ 6.009,63. Ele é servidor efetivo do município desde janeiro de 2004.

A reportagem apurou ainda que Wellington, com o dinheiro dos contrabandistas, teria comprado uma frota de carretas, registrada em nome de um “laranja”.

Durante cumprimento dos três mandados de busca apreensão nesta manhã em Dourados, a Polícia Federal apreendeu um fuzil e uma carabina de ar comprimido, que eram usados por Wellington para se passar por policial federal.

Réplicas de armas de verdade, os equipamentos são usados em airsoft, um esporte de ação que simula situações de combate.

De acordo com a PF, Wellington Almeida se passava por agente da Polícia Federal para vender informações aos chefes da dos contrabandistas sobre possíveis operações policiais.

Ele recebia altas quantias em dinheiro em nome de uma equipe inexistente de policiais federais fictícios e também em nome de membros do Poder Judiciário. Em um dos casos, Wellington pediu R$ 1 milhão para prejudicar o andamento de uma suposta operação policial.

O servidor público douradense também atuava auxiliando no escoamento logístico dos cigarros contrabandeados, prestando serviços de contravigilância, ou seja, favorecendo o monitoramento pela organização criminosa da fiscalização policial nas rodovias.

Confusão com PRFs – No dia 20 de março do ano passado, Wellington acompanhava o irmão policial militar a serviço da máfia do cigarro quando se envolveram em uma confusão com policiais rodoviários no município de Maracaju.

Se identificando como agente da PF, Alisson chegou a agredir um dos PRFs que trabalhavam disfarçados na investigação de cargas de contrabando. O caso ocorreu em um posto gasolina da MS-164.

No carro usado pelo PM, pelo irmão e por outras quatro pessoas, os policiais rodoviários federais encontraram um giroflex e um rádio amador. Conhecido como “Pinduca”, na época Alisson estava lotado no distrito de Culturama, em Fátima do Sul.

No dia seguinte à detenção, Alisson disse ao Campo Grande News que o PRF parecia "mano com boné de aba reta", por isso tentou dominá-lo. No dia 22 de setembro, Alisson foi preso junto com vários outros policiais militares, policiais civis, policiais rodoviários federais e os chefes da quadrilha, na primeira fase da Operação Nepsis.

Armas de airsoft usadas por servidor para se passar por policial federal (Foto: Divulgação)
Armas de airsoft usadas por servidor para se passar por policial federal (Foto: Divulgação)
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