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Interior

Índios bloqueiam MS-384 em protesto contra reintegração de posse

Viviane Oliveira e Helio de Freitas, enviado especial a Antônio João | 21/10/2015 06:30
Indígenas amanheceram nas rodovias nesta manhã. (Foto: Eliel Oliviera)
Indígenas amanheceram nas rodovias nesta manhã. (Foto: Eliel Oliviera)

Grupo de índios bloqueou nesta madrugada (21) a MS-384, rodovia que liga Antônio João a Bela Vista, no sul do Estado, em protesto contra a reintegração de posse de quatro fazendas. A via está bloqueada com paus, galhos e pedras.

Três viaturas da Polícia Militar e um micro-ônibus do Exército tentaram passar pelo local, mas não conseguiram. Os indígenas liberam a passagem apenas de ambulância. A rodovia está bloqueada a 5 quilômetros de Antônio João e cinco das fazendas ocupadas.

No local, a informação dos indígenas é de que a liminar de reintegração de posse foi suspensa, informação ainda não confirmada pela polícia. Para apoiar a Polícia Federal, homens do batalhão de Choque da Polícia Militar foram mobilizados e estão desde ontem no município, que fica na fronteira do Brasil com o Paraguai.

Conforme um indígena que está no local e pediu para não ser identificado, a comunidade pretende "resistir até a morte" caso haja violência por parte dos policiais. "Não vamos sair daqui, nós vamos resistir".

Os índios voltaram a ocupar as áreas em agosto deste ano, uma década depois de serem despejados por ordem da Justiça. Eles reivindicam a homologação do território Ñanderu Marangatu, de 9.300 hectares.

Uma semana depois de reocuparem as fazendas em Antônio João, os índios entraram em confronto com produtores rurais que tentavam fazer a reintegração das áreas por conta própria. O índio Semião Fernandes Vilhalba, 24, levou um tiro na cabeça durante o confronto e morreu.

Logo após o confronto, o governo federal autorizou, a pedido do governo de Mato Grosso do Sul, o envio de tropas do Exército para o local. A “Operação Dourados” deveria durar até 30 de setembro, mas no início deste mês foi prorrogada por mais 30 dias. Pelo menos 800 homens do Exército estão na região, para evitar novos conflitos.

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