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Interior

Juiz decreta prisão de PM e sogro acusados de sequestrar dois homens

Em audiência de custódia, juiz converteu flagrante de policial e corretor em prisão preventiva e os dois vão continuar detidos acusados de sequestro, ameaça e cárcere privado

Helio de Freitas, de Dourados | 11/07/2017 10:01
Condomínio onde agente de viagens e funcionário foram mantidos como reféns por PM e corretor (Foto: Divulgação)
Condomínio onde agente de viagens e funcionário foram mantidos como reféns por PM e corretor (Foto: Divulgação)

O policial militar Juliano Silveira Pinto, 34, e o sogro dele, o corretor de imóveis Claudenir Ricci, 63, vão continuar presos por ameaça, constrangimento ilegal, sequestro e cárcere privado. Os dois são acusados de sequestrar um agente de viagens e o funcionário dele na noite de domingo (9), em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Juliano e Claudenir foram flagrados por uma equipe do Getam (Grupo Especializado Tático Motorizado) quando mantinham em cárcere privado o agente de viagens e Andrews Crislley de Carvalho Reis, 30, e o funcionário dele, Willian Fernandes Albuquerque, 21.

Os dois acusados tentavam obrigar Andrews a fornecer as passagens aéreas que ele tinha vendido para Claudenir, recebido R$ 2.500, mas não havia emitido os bilhetes. O problema se arrastava há seis meses.

Levados para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), os dois foram autuados em flagrante. Claudenir, que mora no apartamento onde os dois homens eram mantidos em cárcere, ficou na carceragem da delegacia e Juliano foi levado para o 3º Batalhão da Polícia Militar.

Na audiência de custódia, realizada ontem na 2ª Vara Criminal, o juiz César de Souza Lima converteu o flagrante em prisão preventiva “para garantir a ordem pública, a conveniência da instrução criminal e assegurar a aplicação da lei penal”.

“Ainda não é só a ordem pública que deve ser preservada, mas também, a conveniência da instrução criminal, porquanto uma vez mantida a prisão dos indiciados, as vítimas e as testemunhas terão mais liberdade para dizer o que realmente sabem sobre o caso e, por consequência, a segregação assegurará a aplicação da lei penal”, afirma o magistrado.

Sequestro - O crime ocorreu na Vila Toscana, na região oeste da cidade. Por volta de 18h30 de domingo, a Polícia Militar foi informada que Lucas e Andrews tinham sido colocados sob a mira de armas por dois homens e obrigados a entrar em um veículo.

Uma equipe do Getam (Grupo Especializado Tático Motorizado) foi ao local da denúncia e os policiais informados por uma vizinha de Andrews Crislley que ele e o funcionário tinham sido colocados no carro e levados para local desconhecido.

Por volta de 23h30, a PM recebeu uma ligação de Evelyn Gomes, mulher de Andrews. Ela disse que o marido e Lucas estavam sendo mantidos em cárcere privado no apartamento 5 do Condomínio Maxwell, da Rua Ciro Melo, região central da cidade.

Uma equipe da PM foi ao local e encontrou os dois homens na companhia do policial Juliano e de Claudenir Ricci. Inicialmente, Andrews e Lucas informaram que “tudo estava bem”, mas os policiais notaram que os dois estavam nervosos.

Andrews e Lucas foram retirados do apartamento, e longe de Juliano, Andrews confirmou que o PM, de posse de uma pistola, tentou agredi-lo por duas vezes em frente de sua residência na Vila Toscana, antes de serem colocados no carro.

Andrews contou que as agressões ocorreram por causa de um desacerto comercial, já que ele não teria conseguido honrar o compromisso de emitir as passagens aéreas.

Andrews e Lucas contaram que foram levados ao residencial Maxwell por Claudenir Ricci e por outro policial, de nome Eduardo. Juliano acompanhou atrás, de moto. No apartamento, as vítimas permaneceram em companhia do policial militar Juliano e de Claudenir.

Por diversas vezes, Juliano teria dito que as supostas vítimas só sairiam do local se resolvessem a emissão das passagens. Quando a Getam já estava no apartamento, a mulher de Andrews foi ao condomínio e informou que as passagens teriam sido emitidas naquele momento.

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