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Interior

Lojas reabrem dia 25, mas principais shoppings da fronteira ficam fechados

Mesmo se governo antecipar 3ª fase da quarentena inteligente, Shopping China, Planet e Studio Center vão continuar fechados

Helio de Freitas, de Dourados | 19/05/2020 16:31
Lojas do centro de Pedro Juan reabrem dia 25 esperando vender para consumidores locais (Foto: Direto das Ruas)
Lojas do centro de Pedro Juan reabrem dia 25 esperando vender para consumidores locais (Foto: Direto das Ruas)

Com permissão para funcionamento de lojas de até 800 metros quadrados, começa nno dia 25 a segunda etapa da “quarentena inteligente” adotada pelo governo paraguaio para reabertura da economia após três meses de fechamento por causa da pandemia do novo coronavírus.

O país que tem 500 quilômetros de fronteira com Mato Grosso do Sul saiu na frente com medidas de isolamento e se tornou referência na América do Sul no controle da doença. O Paraguai tem 829 casos confirmados de covid-19 e 11 mortes provocadas pela doença. Apenas cinco infectados estão hospitalizados no país inteiro.

Nesta terça-feira (19), o vice-ministro da Saúde do Paraguai Juan Carlos Portillo disse que o governo estuda antecipar de junho para maio a terceira etapa da reabertura e permitir o funcionamento, já no dia 25, de shoppings acima de 800 metros quadrados. Se a antecipação ocorrer de fato, os centros de compras deverão manter praças de alimentação e áreas de jogo fechadas. Também fica proibido provar roupas nas lojas.

Entretanto, a medida em estudo pelo governo paraguaio não deve beneficiar os grandes comerciantes de Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande. Na cidade, cinco mil lojas estão ameaçadas de falência e 40 mil pessoas correm risco de ficar sem emprego devido aos efeitos da pandemia.

Ao Campo Grande News, o presidente da Câmara de Comércio local, Victor Barreto, disse que Shopping China, Studio Center e Planet Outlet – maiores lojas de importados de Pedro Juan Caballero – devem continuar fechados até o final da pandemia.

O motivo é simples: não teria para quem vender. Essas lojas têm nos turistas brasileiros 99% de seus clientes. Além da fronteira fechada que impede a entrada dos turistas do país vizinho, o dólar na casa dos R$ 6 no Brasil inviabiliza as vendas de importados.

“Não temos nada oficial, mas eles [os três grandes shoppings] vão esperar porque não compensa abrir agora por causa do dólar alto e da fronteira fechada”, afirmou Barreto. Nesta semana, o presidente do Paraguai Mario Abdo Benítez disse que as fronteiras serão reabertas na última fase da quarentena inteligente, sem previsão de data.

Para Victor Barreto, a medida em estudo pelo governo paraguaio deve surtir efeito apenas na capital Asunción, onde a população local é maior e garante o faturamento dos shoppings. “Com a fronteira fechada e dólar muito alto, não vai compensar abrir. Na capital, a população tem economia mais estável, há muitos funcionários públicos, que continuam recebendo normalmente e têm dinheiro para gastar”, afirmou o dirigente.

Segundo Barreto, as demais lojas, incluindo galerias do centro de Pedro Juan Caballero, devem retomar o funcionamento na segunda-feira, com esperança de vender para os moradores locais e ganhar dinheiro para cobrir parte das despesas fixas. “Mesmo com movimento limitado, a maioria deve abrir, tomando todos os cuidados para evitar contágio”, afirmou Victor Barreto.

Ele também vai reabrir sua loja de importados na segunda-feira. Até o final desta semana, apenas lojas do setor de alimentos, alguns prestadores de serviço e farmácias continuam funcionando em Pedro Juan Caballero.

Galeria de comércio popular fechada em Pedro Juan Caballero nesta terça-feira (Foto: Direto das Ruas)
Galeria de comércio popular fechada em Pedro Juan Caballero nesta terça-feira (Foto: Direto das Ruas)


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