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Interior

MPF quer remoção de gerente da máfia do cigarro para presídio federal

Procurador da República cita risco de fuga de Fabiano Signori, preso atualmente no Paraná

Helio de Freitas, de Dourados | 23/09/2020 14:00
Fabiano Signori, o “Toro”, no momento em que era expulso do Paraguai (Foto: Divulgação)
Fabiano Signori, o “Toro”, no momento em que era expulso do Paraguai (Foto: Divulgação)

O MPF (Ministério Público Federal) requereu à Justiça Federal a transferência de Fabiano Signori, o “Toro”, 35 anos, para a Penitenciária Federal de Campo Grande. Gerente de uma das organizações criminosas que dominam o contrabando de cigarro paraguaio para o Brasil, “Toro” foi preso sexta-feira (18) em Salto del Guairá, na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul.

No mesmo dia da prisão, ele foi expulso do Paraguai e entregue a policiais federais na Ponte da Amizade. Atualmente está em um presídio estadual em Foz do Iguaçu (PR).

No pedido ao qual o Campo Grande News teve acesso, o procurador da República em Ponta Porã Marcelo José da Silva cita que Fabiano Signori ocupa posição importante na organização criminosa, responsável em pagar propina a policiais recrutados pelo esquema para facilitar a passagem das cargas de cigarro.

“Toro” e outros integrantes da quadrilha, entre eles o ex-policial militar de Mato Grosso do Sul Fábio Costa, o “Pingo”, são réus no âmbito da Operação Nepsis, deflagrada em setembro de 2018 e que levou para a cadeia policiais civis, militares e agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Pingo continua foragido.

O procurador afirma que Fabiano participava da coordenação da passagem de cargas de cigarro do Paraguai para o Brasil através do corredor logístico formado por Ponta Porã e Dourados. Também era um dos responsáveis em coordenar a vigilância exercida sobre agentes da Polícia Rodoviária Federal, “envolvendo atos de violência, como atentado contra a casa de um policial”.

“Toro” também é citado como um dos gerentes da organização criminosa responsável pelo monitoramento e supervisão de olheiros, motoristas e batedores, além de braço-direito de Fábio Costa. “Foi responsável pelo pagamento de propina a vários policiais visando a facilitação das operações dos criminosos”.

Para o procurador da República, a manutenção do contrabandista em presídio estadual não se mostra suficiente para a garantia da segurança pública devido ao risco de fuga, “considerando seu histórico pregresso de suborno a autoridades públicas, além de a organização criminosa possuir atuação e base operacional no Paraguai”.

A transferência para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, segundo o procurador, é medida necessária para evitar eventual ato de corrupção de agentes públicos ou tentativas de fuga.

O procurador cita três fundamentos principais para justificar a transferência: fácil acesso ao Paraguai, onde estava foragido até semana passada; seu alto posto na organização criminosa e o fato de ter sido ele o responsável pelo pagamento de propina a vários policiais, “os quais podem facilmente, agora, concorrer para sua fuga junto a agentes penitenciários estaduais”.

O pedido do MPF foi feito nesta terça-feira (22) e será analisado pelo juiz da 2ª Vara Federal em Ponta Porã, onde tramita, em segredo de Justiça, a ação penal no âmbito da Operação Nepsis.

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