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Interior

Mulher envolvida na morte de promotor paraguaio é presa em El Salvador

Margaret Chacón Zúñiga é esposa de um dos irmãos Pérez Hoyos, que contrataram os pistoleiros

Helio de Freitas, de Dourados | 18/01/2023 17:11
Margaret Zúñiga é conduzida por policiais salvadorenhos (Foto: ABC Color)
Margaret Zúñiga é conduzida por policiais salvadorenhos (Foto: ABC Color)

A colombiana Margaret Lizeth Chacón Zúñiga, 42, foi presa nesta quarta-feira (18) acusada de participar do plano para assassinato do promotor de Justiça paraguaio Marcelo Pecci. Ele foi morto a tiros durante sua lua de mel na praia de Cartagena das Índias, na Colômbia, no dia 10 de maio do ano passado.

Marcelo Pecci liderava a força-tarefa do Ministério Público do Paraguai contra o crime organizado e atuava inclusive na repressão a narcotraficantes da faixa de fronteira com Mato Grosso do Sul.

Margaret foi presa pela Interpol (polícia internacional) em El Salvador, na América Central. Ela é mulher de Andrés Felipe Péres Hoyos, preso domingo (15) junto com o irmão Ramón Emilio Pérez Hoyos.

Os dois confessaram terem encomendado a morte de Marcelo Pecci a mando de um traficante paraguaio, cujo nome não revelaram. Policiais da Colômbia e do Paraguai suspeitam que o mandante seja o narcotraficante Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, chefe do Clã Insfran.

Segundo a polícia da Colômbia, Margaret Lizeth teve participação ativa na organização do assassinato. Ela deu entrada em El Salvador em 26 de maio do ano passado e depois disso passou a fazer viagens constantes a outros países da América Latina. A única exceção era a Colômbia. O salvadorenho Wilber Huezo, 47, que dava abrigo à fugitiva, também foi preso.

Investigadores colombianos afirmam que foram os irmãos Pérez Hoyos e Margaret Lizeth que entregaram o dinheiro ao colombiano Francisco Luis Correa Galeano, responsável em contratar os pistoleiros.

Preso menos de um mês depois do crime em Medellín, Francisco confessou que foi contratado pelos irmãos Pérez Hoyos para preparar o assassinato.

O primeiro encontro dos irmãos com o pistoleiro ocorreu no dia 30 de abril de 2022, dia do casamento de Marcelo Pecci com a jornalista Claudia Aguillera. Os mandantes sabiam com bastante antecedência que o promotor passaria a lua de mel na Colômbia, tanto que trataram de encomendar o crime justamente em território colombiano.

O venezuelano Wender Still Scott Carrillo, o autor dos tiros; Eiverson Adrián Zabaleta, responsável pela logística do crime; e Marisol Londoño e Cristian Monsalve Londoño, que monitoravam os passos do promotor, foram condenados a 23 anos de prisão e cumprem a pena na Colômbia. Eles confessaram o crime e aceitaram a sentença sumária.

Em dezembro, o venezuelano Gabriel Salinas, que teria pilotado a moto aquática usada para levar Wender até a praia privativa, foi preso nos arredores de Caracas. A Colômbia pediu a extradição dele, mas o pedido foi negado pela Venezuela, onde ele continua preso.

Francisco Luis Correa Galeano ainda não foi levado a julgamento. Preso, ele passou a colaborar com a polícia. Apesar do sobrenome homônimo, Francisco é colombiano e não possui parentesco com o traficante paraguaio “Tio Rico”, que tem atuação inclusive na fronteira com Mato Grosso do Sul.

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