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Interior

Mulher torturada e obrigada a usar abortivo recebe alta de hospital

Por telefone, a jovem disse que ainda não está bem e não quer ficar lembrando do que aconteceu

Viviane Oliveira | 10/04/2019 11:55

Após passar quatro dias internada para procedimento pós-aborto, a mulher de 19 anos que foi obrigada a tomar remédios abortivos e mantida em cárcere privado teve alta do hospital de Eldorado, distante 447 quilômetros de Campo Grande. O Campo Grande News conversou, por telefone, com a jovem. Ela se limitou a dizer que ainda não está bem e não quer tocar no assunto. 

Segundo informações do delegado Pablo Ricardo Campos dos Reis, na última sexta-feira (5) uma mulher de 37 anos e um homem de 31 foram presos, além de um adolescente de 17 anos apreendido. Os três mantiveram uma jovem de 19 anos em cárcere e a obrigaram a tomar remédios abortivos.

À Polícia, o homem de 31 anos mudou a versão do crime e afirmou que também foi vítima na história.  Na segunda-feira (8), em um novo depoimento, o suspeito disse à polícia que não participou do crime e que estava no local obrigado. ''Ele disse que também foi vítima de cárcere privado e alega que não queria estar lá. Disse que tentou sair da casa com a vítima, mas foram impedidos pelo adolescente e a mãe dele", disse.

O trio responderá por aborto consumado, cárcere privado e tortura. Os dois maiores também serão indiciados por corrupção de menores. O delegado também solicitou a internação do adolescente em uma Unei (Unidade Educacional de Internação) e aguarda decisão da Justiça. 

Na última quinta-feira (4), uma jovem de 19 anos descobriu que estava grávida e contou ao namorado de 17 anos. Ele teria pedido para a jovem abortar, mas ela negou. A jovem foi levada para casa da sogra e, no local, foi mantida em cárcere privado, além de ter sido torturada e obrigada pelo namorado, a sogra de 37 anos e pelo homem de 31 anos, amigo da família, a tomar pílulas abortivas. Eles também introduziram os remédios no canal vaginal da vítima. Apesar das pílulas teriam sido retiradas, não foi possível evitar o aborto.

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