Presa, ex-namorada nega que encomendou emboscada para assassinato de jogador
Rubia Joice, de 21 anos, afirma que ex invadiu sua casa e morreu com tiro disparado por “ficante”
Presa após se apresentar à Polícia Civil, Rubia Joice de Oliver Luivisetto, 21, ex-namorada do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, que foi assassinado e esquartejado em Sete Quedas, prestou novo depoimento. Disse que havia mentido anteriormente para a polícia por medo de Danilo Alves Vieira da Silva, 19, apontado como autor do tiro que matou o jovem, negou ser a mandante do assassinato, emboscada para atrair a vítima até sua casa e ajuda para se livrar do corpo.
Acompanhada dos advogados Alberi Rafael Dehn Ramos e Felipe Cazuo Azuma, a jovem afirmou que foi ameaçada por Danilo após o crime. Relatou que já namorou o suspeito de assassinato e apesar do término, os dois sempre se falavam. De tempos em tempos, eles se encontravam.
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Rubia narrou ainda que, na noite do dia 24 de junho, um sábado, foi para uma festa em posto de combustível na cidade de Pindoty Porã, no Paraguai, a mesma onde Hugo foi visto pela última vez, e saiu de lá quase de manhã. Embora a tia do jogador tenha relatado que, no dia do desaparecimento, Hugo havia contado para a família que estava recebendo várias mensagens da ex-namorada e que ela pedia para que o ex a encontrasse, mas ele dizia que “não queria mais”, no interrogatório, a jovem negou ter conversado com o jovem naquele dia. Disse ainda que nem falou com o ex na festa.
A ex-namorada contou que passou a noite na mesma mesa de Danilo e o rapaz, quando estava de saída, pediu que ela fosse até a casa dele buscá-lo para que os dois passassem a noite juntos. Já estava quase amanhecendo quando ela decidiu deixar o local e foi até Danilo. Na casa do “ficante”, também estava um amigo dela.
Ouvido como testemunha, o rapaz alegou que combinou de mentir em depoimento a pedido de Rubia Joice, mas se arrependeu com medo das consequências.
A jovem afirma, porém, que pegou Danilo e o amigo e todos seguiram para a casa dela. O rapaz foi para um dos quartos, enquanto ela e o “ficante” foram para outro. Em determinado momento, narrou a jovem, Hugo teria invadido a casa e entrado no quarto a chamando de vagabunda. Ela se levantou e tentou empurrá-lo para fora da residência, quando de repente, pelas suas costas, Danilo atirou contra Hugo.
Ela diz que o “ficante” mandou que todo mundo ficasse quieto ou todos morreriam e que, então, ele e o amigo colocaram o corpo no carro dela para se livrarem dele. Disse que não sabia o que havia sido feito do cadáver, muito menos do esquartejamento.
A moça afirmou ainda que não atraiu o ex-namorado para sua casa e que o fato de ele ter aparecido lá, se encontrando com Danilo armado, foi coincidência. A jovem acrescentou que o “ficante” não gostava de Hugo, pois sabia que o ex era ciumento e supostamente já havia agredido Rubia.
A ex-namorada contou ainda que foi para a chácara da avó e demorou relatar à família o que havia acontecido, também por medo.
Ela só se apresentou à polícia na segunda-feira (3), depois que partes do corpo de Hugo começaram a ser encontradas, e está presa pelo crime de ocultação de cadáver.
O crime – Conforme a investigação, na madrugada do dia 25 de junho, o jogador de futebol saiu da festa em Pindoty Porã, no Paraguai, que faz fronteira com Sete Quedas - cidade a 71 km de Campo Grande, no sul do Estado. Ele foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e desde então, não havia mais sido visto.
No domingo, 2 de julho, partes do corpo de Hugo começaram a ser encontradas no Rio Iguatemi. Uma tatuagem ajudou na identificação da vítima.
Durante as diligências, a polícia apreendeu quatro veículos, entre carros e um barco, vários celulares e instrumentos que podem ter sido utilizados no crime. Tudo está sendo periciado e partes do corpo da vítima ainda estão sendo procuradas.
Ainda segundo a polícia, o jogador foi morto com três tiros, pelo menos um deles na cabeça, e esquartejado com uma serra elétrica.