Sem ações há seis meses, Comitê de Vigilância em Saúde é reativado
Foi reativado nesta terça-feira (7) o Comitê Interfronteiriço de Vigilância em Saúde, dispositivo formado por representantes de Ponta Porã - cidade localizada a 323 km de Campo Grande - e da vizinha paraguaia Pedro Juan Caballero para realizar trabalhos conjuntos de prevenção e combate a doenças.
O comitê ficou desativado por seis meses e voltou a ativa após encontro realizado no HR (Hospital Regional) de Pedro Juan. Entre os assuntos tratados na reunião de hoje, esteve a definição de estratégias para prevenção de doenças como transmitidas pelo mosquito Aedes aegypt - dengue, zika, chikungunya e a febre amarela.
"Neste ano registramos nove casos suspeitos de dengue e nenhum confirmado até o momento. No lado paraguaio eles informaram que foram registrados 50 casos e também nenhum confirmado", explica o secretário de Saúde de Ponte Porã, Patrick Derzi.
Ele ainda completa que, mesmo sem casos confirmados, é preciso seguir atento. "O índice de infestação do mosquito transmissor desta e de outras doenças em nossa cidade é de 1,9%, bem acima do aceitável pela OMS (Organização Mundial de Saúde)".
Ponta Porã possui uma população superior a 88 mil habitantes, enquanto Pedro Juan Caballero conta com 115.583 moradores, conforme informação repassada pelos órgãos de saúde da vizinha cidade. Portanto, a região abriga cerca de 200 mil habitantes que precisam de cuidados especiais e coordenadas em conjunto.
Com a reativação do comitê, autoridades em saúde pública dos dois lados da fronteira poderão retornar a desenvolver ações em conjunto, algo essencial para controlar doenças, já que as Ponta Porã e Pedro Juan são conurbadas - ou seja, são cidades "coladas" e sem separação física, como zona rural.
Febre amarela - Uma das doenças que vai causando maior temor recentemente no Brasil, a febre amarela também ganhou atenção especial no encontro do comitê. A definição, por ora, é que os dois lados deverão manter contato permanente para informar com rapidez o surgimento de qualquer caso suspeito.
Uma das preocupações das autoridades locais é com relação à grande quantidade de pessoas que visitam a froteira vindas de diversas regiões do Brasil, inclusive de áreas próximas aos locais em que foram registrados casos da febre amarela - Minas Gerais e São Paulo estão entre elas.