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Interior

Testemunhas de vereador acusado de ser número 2 da corrupção depõem hoje

Dez testemunhas foram arroladas pelo vereador democrata Pedro Pepa, preso no dia em que seria eleito presidente da Câmara

Helio de Freitas, de Dourados | 16/04/2019 09:59
Pedro Pepa está afastado da Câmara desde dezembro e enfrenta processo de cassação (Foto: Divulgação)
Pedro Pepa está afastado da Câmara desde dezembro e enfrenta processo de cassação (Foto: Divulgação)

As testemunhas de defesa do vereador Pedro Pepa (DEM) depõem nesta terça-feira (16) na Câmara de Dourados, a 233 km de Campo Grande. Dez pessoas foram arroladas pela defesa no processo de cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar. Os depoimentos à Comissão Processante ocorrem no Plenarinho do Legislativo douradense.

Preso na Operação Cifra Negra no dia 5 de dezembro horas antes de ser eleito como presidente da Câmara – ele tinha apoio da base aliada da prefeita Délia Razuk (PR), até então maioria – Pedro Pepa é apontado como o número 2 do esquema de corrupção montado na Câmara.

Segundo o MP, acima de Pedro Pepa só ficava o chefe do esquema, o ex-presidente e também vereador afastado Idenor Machado (PSDB).

Pedro Pepa prestou depoimento na semana passada e negou a denúncias. Segundo a investigação, o esquema consistia na contratação de empresas de tecnologia a preços superfaturados através de licitações fraudulentas. Para “fechar os olhos” e assinar os contratos, os vereadores recebiam propinas mensais, segundo o MP.

Cinco empresários de Campo Grande, o ex-vereador Direu Longhi (PT), dois ex-servidores do Legislativo e o vereador Pastor Cirilo Ramão (MDB) também foram denunciados na mesma operação. Cirilo prestou depoimento ontem e negou receber propina do esquema supostamente liderado por Idenor Machado.

Dos três vereadores dessa operação, apenas Idenor Machado ainda não prestou depoimento no processo de cassação instaurado em fevereiro. Ele será o último a ser ouvido, ainda em data indefinida.

Para amanhã estão previstos os depoimentos das dez testemunhas de Cirilo Ramão. As comissões processantes pretendiam ouvir os vereadores acusados apenas em plenário, mas na semana passada o juiz da 6ª Vara Cível José Domingues Filho mandou a Comissão Processante ouvir Pedro Pepa antes das testemunhas.

Na liminar, José Domingues Filho acatou o argumento da defesa de que a Comissão Processante não atendeu à ordem de produção de prova estabelecida pelo Decreto-Lei 201/1967.

Para evitar recurso semelhante, a Câmara decidiu antecipar também os depoimentos das testemunhas de Cirilo Ramão e da vereadora Denize Portolann (PR), afastada após ser presa em outra operação, a Pregão, que investiga corrupção no setor de licitações da prefeitura. Denize prestou depoimento ontem e as testemunhas dela serão ouvidas no dia 22.

Impasse – Continua o impasse sobre a tentativa da defesa de Idenor Machado em ouvir o depoimento da ex-presidente Daniela Hall (PSD). Ela já foi convocada duas vezes, a primeira como testemunha e a segunda como informante, cujo depoimento está previsto para quinta-feira (18).

Entretanto, Daniela Hall avisou que não vai depor e disse ser vítima de uma manobra da defesa de Idenor para impedi-la de atuar no julgamento do pedido de cassação em plenário.

A defesa afirma que o depoimento dela é primordial, para explicar o motivo da manutenção dos contratos com as empresas investigadas. Os contratos só foram suspensos após a Operação Cifra Negra.

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