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Interior

Trabalhadores vivem em situação precária em lixão de Bandeirantes

Fabiano Arruda | 30/09/2011 18:17
Expostos a risco constante de doença, trabalhadores vivem em condições precárias em lixão de Bandeirantes. (Foto: João Garrigó)
Expostos a risco constante de doença, trabalhadores vivem em condições precárias em lixão de Bandeirantes. (Foto: João Garrigó)

Alimentação, moradia e condições de higiene inadequadas são alguns dos problemas enfrentados por trabalhadores do lixão do município de Bandeirantes, que fica oito quilômetros distante da cidade, na BR-163, quilômetro 559.

O Campo Grande News esteve no local nesta tarde e constatou a precariedade em que vivem os trabalhadores.

Petronildo Rafael mora na casa ao lado do lixão com dois filhos e a esposa. A moradia não possui cobertura e fica totalmente exposta em períodos chuvosos, além da exposição a doenças.

Segundo Petronildo, uma empresa leva o lixo de Bandeirantes e Jaraguari ao local para os trabalhadores fazerem a chamada prensa e separar produtos reaproveitáveis.

O chefe da família espera receber R$ 500 por mês da empresa, mas confessa que o pagamento não chega a este valor sempre.

O almoço desta sexta foi de arroz e feijão, diz Petronildo.

Ele chegou ao lixão há pouco tempo. O irmão dele, Penilio Rafael, trabalha por lá há mais tempo.

O “mar” de lixo a céu aberto chama atenção pela quantidade de material. Sofás, ventilador e dezenas de pneus são vistos no local.

O que pode ser reaproveitado é entregue pelos trabalhadores à empresa terceirizada da prefeitura de Bandeirantes, como garrafas pet.

O resto fica amontoado no local e até apodrecer, diz o trabalhador. A queima das enormes pilhas dos materiais também é comum, prossegue.

Quantidade de pneus chama atenção no local.
Quantidade de pneus chama atenção no local.
Ao fundo do amontoado de lixo, trabalhador faz novo descarregamento.
Ao fundo do amontoado de lixo, trabalhador faz novo descarregamento.

Problema comum - Em entrevista ao Campo Grande News, o prefeito de Bandeirantes, Flávio Gomes (PR), garantiu que a secretaria municipal de Assistência Social já visitou as famílias que trabalham no lixão por diversas vezes, mas os trabalhadores não mostraram interesse em deixar a atividade, muito menos o local, já que não pagam aluguel.

“Temos recurso federal empenhado, na ordem de R$ 700 mil, em fase de análise, para construção do aterro sanitário de Bandeirantes”, garantiu o prefeito.

Flávio também comentou que os trabalhadores do lixão não têm vinculo com a prefeitura e são pagos por empresas terceirizadas.

Além disso, destacou que o problema dos lixões é comum para os municípios de todo Estado e que um consórcio, entre as prefeituras de Bandeirantes, Jaraguari e Camapuã, pode ser viabilizado para destinação do resíduo sólido das três cidades.

“Os pequenos municípios, se dependerem de recursos próprios, dificilmente vão resolver esta questão”, explicou Flávio, destacando o projeto do ICMS Ecológico, que tramita na Assembleia Legislativa, que contempla prefeituras que dão destinação correta ao lixo.

Por fim, o prefeito garantiu que determinará, novamente, a equipe da Secretaria de Assistência Social a visitar as famílias que atuam no lixão.

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