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Tribunal de Justiça anula pena de mais 6 réus condenados na Operação Uragano

Entre os beneficiados pela decisão está o secretário de Articulação Regional da Capital, Darci Caldo

Por Helio de Freitas, de Dourados | 27/06/2025 09:56
Tribunal de Justiça anula pena de mais 6 réus condenados na Operação Uragano
Darci Caldo com a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Foto: Marcos Maluf)

Mais seis réus no âmbito da Operação Uragano, maior escândalo político da história de Dourados, escaparam de cumprir pena em regime fechado por corrupção. Entre os beneficiados está o atual secretário de Articulação Regional de Campo Grande, Darci Caldo.

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Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul extingue pena de seis réus da Operação Uragano. A decisão, unânime, anula as condenações por corrupção impostas em fevereiro de 2024. Entre os beneficiados está o atual secretário de Articulação Regional de Campo Grande, Darci Caldo, além de ex-vereadores e servidores. A extinção da punibilidade se deu pela prescrição da pretensão punitiva, considerando o tempo decorrido entre a denúncia e a condenação. A Operação Uragano, deflagrada em 2010, investigou desvio de dinheiro público em Dourados. O Ministério Público pode recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça.

Em sessão nesta quinta-feira (26), a 1ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) rejeitou, por unanimidade, o recurso do Ministério Público e decretou a extinção da punibilidade de todos os réus em decorrência da “prescrição da pretensão punitiva”.

A decisão seguiu parecer do relator, desembargador Emerson Cafure, e anula as condenações impostas em 5 de fevereiro de 2024 pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Dourados, Marcelo da Silva Cassavara.

A Operação Uragano foi deflagrada em setembro de 2010 e levou para a cadeia o então prefeito Ari Artuzi (morto de câncer em 2013), o então vice-prefeito Carlos Assis Bernardes, vereadores, servidores de carreira e empresários acusados de envolvimento no esquema de desvio de dinheiro público.

Darci Caldo foi secretário de Governo de Ari Artuzi, mas já havia deixado a gestão quando a operação foi desencadeada. Entretanto, foi denunciado e condenado em primeira instância, acusado de receber propina no período em que esteve na prefeitura.

Além dele, a decisão do TJMS beneficia os ex-vereadores José Carlos Cimatti Pereira, Dirceu Aparecido Longhi e José Carlos de Souza, o “Zezinho da Farmácia”; o ex-técnico de controle externo do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Selmo Marques de Oliveira; e o ex-secretário adjunto de Saúde Dilson Degutti Vieira. O MP ainda pode recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Uragano – Deflagrada pela Polícia Federal com colaboração do então secretário de Governo Eleandro Passaia (que atuou infiltrado gravando conversas com políticos e empresários), a operação derrubou o comando político de Dourados no dia 1º de setembro de 2010.

Conhecido como maior escândalo político da história da cidade, o caso envolveu pelo menos 60 pessoas no esquema de desvio de dinheiro público através de licitações fraudulentas e pagamento de propina a agentes públicos por empresas que mantinham contrato com a prefeitura.

A sentença anulada pelo TJMS faz parte de um dos processos desmembrados da ação principal e havia condenado esses seis réus a penas que variavam de 2 a 11 anos de reclusão em regime fechado.

Entretanto, o magistrado de primeira instância já havia indicado que se as condenações fossem mantidas após o “transitado em julgado” (conclusão definitiva do processo), iria analisar a chamada “prescrição retroativa”, pois se passaram quase 14 anos entre o recebimento da denúncia e a condenação. Esse lapso temporal pesou para a decisão da 1ª Câmara Criminal do TJMS.

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