Invasão ao prédio da Funai vira rotina em Campo Grande
Parece até notícia repetida, mas o prédio da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Campo Grande foi novamente invadido, nesta segunda-feira, por um grupo de índios da etnia terena, da aldeia Buriti. Com medo de sofrer novas agressões, os funcionários abandonaram o prédio.
Foi a segunda invasão somente neste mês (em abril também houve ocupação do prédio). As invasões têm como pano de fundo a escolha de um novo dirigente para o órgão. A fundação está sem titular desde a demissão do antigo administrador, Jorge Antônio das Neves.
"Nós saímos (do prédio) para evitar que fossemos agredidos de novo. Pudemos sair antes de eles chegarem porque na sexta-feira vieram, mas resolveram não invadir. Escutamos eles falando que voltariam hoje e tomamos as precauções", afirmou o chefe do serviço de administração da Funai, Wanderley Galeano Vicente.
Trabalham no prédio da Funai de Campo Grande cerca de 40 funcionários, alguns deles terceirizados. Vários estão na calçada, esperando a desocupação. Alguns deles foram agredidos na invasão anterior, mas evitam falar com a imprensa com medo de retaliação.
Até o ex-presidente da Fundação Estadual de Cultura, Pedro Ortale, chegou a ser vítima do grupo. Os índios ficaram revoltados com a informação de que ele seria nomeado para comandar o órgão na região de Campo Grande.
O grupo Terena não quis falar com o Campo Grande News. Os índios disseram somente que não permitiriam que fossem feitas fotos deles. As fotografias foram feitas sem que eles percebessem.
