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Cidades

MPE pede o fechamento de clínica que funciona em condições “sub-humanas”

Pedido é baseado em vistoria realizada ano passado que apontou diversas irregularidades

Michel Faustino | 18/03/2015 18:23
Estrutura da clínica foi considerada precária. (Foto: Marlon Ganassin/Arquivo)
Estrutura da clínica foi considerada precária. (Foto: Marlon Ganassin/Arquivo)
Promotora defende intervenção urgente na unidade. (Foto: Marcelo Calazans)
Promotora defende intervenção urgente na unidade. (Foto: Marcelo Calazans)

Falta de estrutura adequada, ausência de equipe técnica e médica especializada, e até mesmo relatos de violência física e sexual entre os pacientes, são apenas algumas irregularidades levantadas durante vistoria realizada na Chácara Clínica das Almas, que atende dependentes químicos, em Campo Grande. A situação “calamitosa”, motivou o MPE (Ministério Público Estadual) a pedir o fechamento da unidade.

Conforme a titular da 67ª Promotoria de Justiça De Campo Grande, Jaceguara Dantas da Silva Passos, diante de todos fatos, foi constatado que é necessário uma intervenção “emergencial” junto a clínica, tendo em vista que às condições encontradas oferecem riscos e violam os direitos humanos.

Segundo a promotora, cerca de 120 homens vivem no local de maneira “subumana”, sem condições sanitárias adequadas e sob uma estrutura precária.

“As condições ali são totalmente deploráveis. Eles (pacientes) vivem sob lonas, abarrotados, sem condições de higiene, se alimentando de produtos vencidos. Por isso é se tenha definido como as pessoas serão atendidas, porque esta situação não pode mais existir. Até porque não podemos ser omissos e coniventes com isso” completou.

De acordo com relatório elaborado pela SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) a maioria dos homens que hoje se encontram no local possuem de 20 a 30 anos. Dos 120, 53 são de Campo Grande, e os demais do interior do Estado. O que preocupa é que muitos deles se encontravam em condições de rua, e ficariam “desamparados” caso saíssem do local.

O fato do fechamento da clinica provocar um “colapso assistencial” também preocupa. Tendo em vista, que os pacientes devem receber a assistência adequada.

“Precisamos de garantias de que essas pessoas sejam atendidas. Lá eles não podem ficar mais e precisamos de uma atenção do Poder Público quanto a isso”, disse a promotora.

Segundo ela, o município, bem como o governo do Estado, serão oficiados sobre a situação afim de deliberar uma solução para o “problema”.

Outro lado – Diretor da clínica, o pastor Milton Marques, afirma que a deliberação do Ministério Público causa estranheza, tendo em vista que diversas “melhorias” já estão sendo feitas.

“Estamos nos adequando, melhorando a estrutura, as condições de higiene. E acredito que colocar essas pessoas na rua é uma irresponsabilidade. Seriam mais de 100 pessoas de volta às drogas, a merce de todos os problemas da rua”, ponderou. O pastor diz que, infelizmente, o Poder Público é completamente omisso quanto ao “problema”.

“A gente vê recurso indo para o Carnaval, para festa, para isso e para aquilo e não temos incentivo nenhum para manter um trabalho que tira centenas pessoas das ruas e das drogas”, lamentou.

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