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Cidades

Presos saem gravemente feridos do Instituto Penal

Redação | 24/12/2008 18:13

Três presos saíram gravemente feridos há pouco do Instituto Penal de Campo Grande, vitimas do confronto entre dois grupos rivais. No início do motim, um deles chegou a ser visto no telhado de um dos pavilhões, ensanguentado e só de roupa íntima. Depois, os detentos foram transferidos para Santa Casa e para o Hospital Universitário.

A estimativa é de que 30 ainda tenham sido vítimas de balas de borracha e facadas dentro da unidade. Em dias normais de visita, cerca de 200 pessoas entram na unidade, mas como hoje é véspera de Natal, quase mil foram liberadas para visitar parentes que cumprem pena. "Mas só temos 9 agentes para trabalhar ali dentro", reclama o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Fernando Anunciação.

Um ônibus e uma Van chegaram no IPCG, lotados de policias militares quase 2 horas após o início do conflito, com cães. Pouco tempo depois, dois policiais do Cigcoe retornaram a uma das viaturas para buscar mais munição. O barulho ouvido do lado de fora, segundo Anunciação, é de tiros de efeito moral. Mas gritos de presos também são escutados.

O fogo visto desde os primeiros momentos da rebelião aparentemente se alastrou para outras alas. Até a sala da direção teria sido atacada pelos detentos e ficado em chamas, detalha o agente. Ao contrário da informação repassada pelo diretor da unidade, Tarley Barbosa, o presidente do Sindicato diz que 3 mulheres ainda estão no poder dos presos. Tarley confirmou apenas uma refém. Cerca de 200 homens permanecem soltos no solário do Pavilhão 2, comandando a revolta.

As negociações são feitas entre oficial do Cigcoe e um dos detentos, via celular. Mas Anunciação diz que, por enquanto, a situação "está dominada pelos presos". No Instituto Penal, cerca de 1,5 mil cumprem pena.

Histórico - O diretor do Instituto Penal de Campo Grande repassou ao Campo Grande News detalhes sobre a rebelião na unidade que começou há cerca de uma hora. Ele está dentro do IPCG e durante a entrevista por várias vezes foram ouvidos barulhos de tiros e de bombas, segundo Tarley, disparados por Policiais Militares que fazem a segurança nas torres de segurança. "Quando um tenta chegar ao muro, são disparados tiros de adverência", garante.

Tarley diz que a rebelião começou com confronto entre grupos rivais, que cumprem pena nas celas 3 A e 3 B. A briga iniciou nos solários, informa o diretor. "Eles conseguiram um botijão de gás e explodiram", detalha. Uma das primeiras ações foi retirar do IPCG dois presos "jurados de morte", conta sem divulgar os nomes. Ambos seriam membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) "Se eles ficassem aqui, seriam mortos".

 Os dois foram levados para o centro de Triagem, que fica ao lado do Instituto Penal. Tarley assumiu a direção do presídio em outubro, no lugar de Valdimir Ayala Castro. A reclamação é de que após a troca, presos ligados ao PCC foram transferidos para a unidade.

Até então, a facção só tinha membros no presídio de Segurança Máxima. Com a chegada desses detentos, começou uma disputa pelo poder entre grupos que se opõem e o PCC, culminando no confronto de hoje.

Muitos parentes de presos, que conseguiram deixar o IPCG antes do motim começar, resolveram fizar do lado de fora. Aos gritos, mulheres de detentos e mães comandavam o coro contra policiais do Cigcoe que entraram na unidade e também puxavam a oração, com momentos de choro. Crianças também não foram poupadas da tensão instalada, primeiro no interior do presídio, depois nos arredores da unidade.

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