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Cidades

Tempo passa, mas golpe do bilhete premiado ainda rende

Redação | 31/12/2008 08:46

Uma pessoa o aborda na rua, de alguma maneira ganha sua confiança e lhe conta que tem um bilhete premiado, porém, não sabe como resgatar o prêmio. Ela está disposta a dar parte do valor a você, mas para isso, precisa de uma garantia em dinheiro. O golpe é antigo mas ainda fez vítimas em Campo Grande em 2008

Uma idosa chegou a perder R$ 10 mil para estelionatário. Outra, entregou até dólares e yens ao golpista, que sempre age em companhia de outras pessoas para dar mais credibilidade à história criada como "armadilha". A ´responsável pela Delegacia Especializada de Defraudações, Roseli Molina, explica que o golpe é um "torpedo bilateral". "Nem que por mínima que seja, há participação da vítima, que tenta obter vantagem", destaca.

Outro fator que contribui para o sucesso dos estelionatários é falta de informação das vítimas. Os principais alvos são idosos, porque são persuadidos com mais facilidade.

O ano não foi fácil, Campo Grande também recebeu em 2008 a \"visita\" de uma quadrilha de Brasília que ganhou, em média, R$ 5 mil por ação. Os bandidos agiaram durante 2 meses, sempre na saída de agências bancárias. Eles derrubavam uma carteira ou bolsa e a vítima devolvia os objetos, sem saber que acabaram de ser "fisgados" pela quadrilha que acabava roubando as vítimas.

Os quatro já foram identificados e reconhecidos, porém, os nomes são mantidos em sigilo para não comprometer as investigações. O grupo tem passagem criminal por golpes praticados em outros Estados.

De acordo com Roseli Molina, o estelionato é um crime cíclico e o fim do ano é época do golpe conhecido como "arara", no qual os autores montam empresas na cidade, compram mercadorias e fogem sem pagar os fornecedores. Uma quadrilha que deu prejuízo estimado em R$ 3 milhões começou a ser desarticulada este ano.

Os mentores foram presos no Rio de Janeiro. O grupo montou quatro mercados em Campo Grande, de onde levaram "carretas e mais carretas em produtos", segundo revelou a delegada. Ela esclarece que neste período os comerciantes ficam mais vulneráveis a tais ações devido à "ânsia" de vender.

Este ano, foram registrados casos de clonagem de cartão, falsos financiamentos e ainda tem gente que perdeu dinheiro no golpe do falso seqüestro, no qual o autor liga para uma vítima e afirma ter seqüestrado alguém da família dela, que só será libertada mediante pagamento de um resgate. No entanto, o maior destaque ficou por conta do frigorífico Campo Oeste, que após oito anos de

Graúdos - Também teve golpe de "peixe grande", como do frigorífico Campo Oeste, que após 8 anos de funcionamento deixou para trás um prejuízo avaliado em R$ 13 milhões para pecuaristas, conforme investigações feitas pela Polícia Civil. Para que se tenha noção do rombo, em apenas dois dias, foram sustadas 157 lâminas de cheque pela empresa.

Segundo Roseli Molina, o inquérito instaurado dia 20 de outubro já conta com 400 páginas e contabiliza aproximadamente 50 vítimas. Identificar os donos do frigorífico tem sido o grande desafio da Polícia, uma vez que, o nome dos sócios mudou várias vezes desde a criação. Existe a suspeita de que tenham sido usados "laranjas" para a construção do quadro de "donos". A apuração policial irá apontar se houve formação de quadrilha e falsidade ideológica também.

Porém, o maior rombo de destaque no ano que termina hoje é alvo de investigação pela Polícia Federal. O prejuízo em questão foi no bolso do consumidor, que pediu, mas não teve de volta o ressarcimento à vista e em dobro do que pagou a mais durante 5 anos à Enersul.

A cobrança abusiva foi comprovada, mas com aval da Aneel, a empresa faz descontos na conta de energia dos clientes. O caso virou inquérito por estelionato e crime contra a economia popular, rendeu mobilização na Assembléia Legislativa, da OAB, de entidades e centenas de ações individuais e coletivas na Justiça, 50 já com decisão favorável à devolução dos valores em uma só vez e em dobro.

Falcatrua - Esquema antigo e também revelado em 2008 foi de exportações fictícias. Em outubro, a Polícia Federal apreendeu R$ 200 mil em Campo Grande e prendeu 37 pessoas em Mato Grosso do Sul, durante a operação Vulcano que envolveu 8 estados.

O prejuízo aos cofres públicos é estimado em R$ 600 milhões, em golpe de \"exportação fictícia\" de consumos de cerveja e de pneus, roupas e alimentos. Mercadorias estrangeiras entravam em território nacional com subfaturamento, com declaração diferente de quantidade e qualidade e com falsificação da origem.

Produtos chineses e coreanos eram importados como se fossem bolivianos, para que as empresas ganhassem incentivos fiscais destinados ao países do Mercosul.

Houve prisões em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, além de 32 detidos em Corumbá, entre eles estavam 11 servidores da Receita Federal.

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