Transferência de preso continua provocando ataques na BA
Desde que o traficante Cláudio Eduardo Campanha da Silva foi transferido para o Presídio Federal de Campo Grande, ataques a ônibus e à polícia continuam sendo provocados em Salvador (BA). Na madrugada de ontem, um ônibus foi incendiado na periferia da cidade, mas ninguém se feriu.
Anteontem à noite, outro ônibus já havia sido queimado em outro bairro. Nos últimos cinco dias, dez suspeitos de ligação com os ataques morreram em confrontos com a polícia, três policiais ficaram feridos, 19 suspeitos foram presos, 16 ônibus, incendiados, e nove postos da PM (Polícia Militar), destruídos.
Para o governo da Bahia, os ataques são retaliações à transferência do traficante Cláudio Campanha para Campo Grande na semana passada. Ele é apontado como chefe da facção criminosa Comissão da Paz.
Agora, segundo o secretário de Segurança Pública, César Nunes, existe a possibilidade de que as delegacias de polícia se tornem os novos alvos de atentados. Conforme matéria da Folha de São Paulo, as ordens para os ataques foram passadas antes das transferências de Campanha e também de 14 presos ligados ao tráfico de drogas, que acabaram sendo encaminhados anteontem a presídios federais de segurança máxima de outros Estados.
Ainda de acordo com o secretário, o policiamento continuará reforçado em Salvador no fim de semana. Para tentar conter os ataques, as rondas serão feitas todo o dia em 24 regiões da cidade, com a ajuda de 14 guarnições do interior do Estado.
Transferência - Cláudio Eduardo Campanha da Silva foi transferido por ordem judicial da UED (Unidade Especial Disciplinar), em Mata Escura, para a penitenciária em Mato Grosso do Sul.
Ele é considerado o sucessor de Eberson Santos, o Piti, que morreu em agosto de 2007 durante perseguição da Polícia. Eberson era líder do tráfico de drogas no Engenho Velho da Federação, um dos bairros mais populosos de Salvador.
