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Cidades

Velório de Dudu emociona e moradores relembram drama

Redação | 01/09/2010 11:15

Cartazes, faixas e banners espalhados pelas paredes da casa da família de Luiz Eduardo Martins Gonçalves relembram o drama vivido pela família durante quase 3 anos, que hoje fará o enterro dos restos mortais do menino.

Dudu, como era conhecido, foi assassinado em 22 de dezembro de 2007, e o funeral, que começou esta manhã, emociona não só a família, mas a muitos moradores do Jardim das Hortênsias, local onde o crime começou a ser executado.

A varanda da residência do salgadeiro Roberto Gonçalves, pai do menino, foram colocadas cadeiras à espera das pessoas que foram hoje fazer a última homenagem à criança.

Do lado de fora da casa, uma mulher que não quis se identificar, acompanhou a chegada da urna branca e pequena.

Enquanto a maioria chorava ao assistir a cena, séria ela contou que é mãe de um dos garotos que envolvidos no assassinato, considerado cruel até pela comunidade do Jardim das Hortênsias.

Tanto Dudu, quanto os envolvidos no assassinato, são moradores antigos e se conheciam.

Sem saber que o filho havia participado do crime, a mãe deste adolescente ajudou nas buscas feitas na região, à época em que o caso era tratado como desaparecimento.

Ela conta que só soube do envolvimento dele no homicídio quando foi chamada à Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), em fevereiro de 2009.

Na ocasião, o filho, que era adolescente e hoje tem 18 anos, foi capturado por roubo e confessou o assassinato.

Ela diz que se desculpou com a família de Dudu e, portanto, foi hoje ao velório.

"Não vou perdoar meu filho nunca", completa.

No entanto, a mãe do jovem o aceitou de volta em casa desde que foi colocado em liberdade e afirma que tenta tirá-lo das drogas.

O fim - O sepultamento de Dudu será às 14 horas, no Cemitério Memorial Parque.

O enterro dos restos mortais será um dia depois do julgamento do último envolvido no crime, Holly Lee de Souza, 24 anos, condenado ontem a 24 anos e 10 meses de reclusão.

O mentor do crime, José Aparecido Bispo, o Cido, já havia sido condenado a 26 anos.

Já os três adolescentes, que foram considerados culpados pelo assassinato, cumpriram medida socioeducativa e estão em liberdade.

"Agora a gente vai começar a vida de novo. Durante este tempo, o tempo parou. A gente estava como se estivesse preso. Tenho certeza de que vai descansar em paz", desabafa o pai de Dudu.

"Acredito que a Justiça tenha sido feita. Isso não vai trazer nosso filho de volta mas vai amenizar. Vamos tocar para a frente, erguer a cabeça e deixar que descanse em paz", reforça a mãe, Eliana Martins.

Cruel - A investigação policial aponta que Dudu foi morto a mando do ex-padrasto, Cido, que queria se vingar da mãe do menino.

Dudu foi torturado, morto, enterrado e depois desenterrado na tentativa de destruir as provas do crime.

A moradora do bairro, Maria Lúcia Alves do Nascimento, 51 anos, conhecia o menino desde pequeno. "A pessoa que matou um inocente com uma morte terrível desta não tem coração. Foi chocante para mim. Foi como se fosse com um filho meu. Eu sinto muito a dor da família", lamenta em lágrimas.

Ela foi consolada pela netinha de 4 anos. "Não chora vovó", diz a criança.

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