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Em Pauta

A falta de sono e a obesidade

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/01/2018 08:24
A falta de sono e a obesidade

Passamos um terço de nossa vida dormindo, mas não sabemos por que temos de perder a consciência para obter todos os benefícios biológicos do descanso. Os cientistas que estudam o sono começam a acreditar que o sono é um complexo mecanismo neurológico para evitar enfermidades. A falta de sono está associada a um risco maior de vícios, enfermidades mentais, obesidade, diabetes e doenças cardio-vasculares. Já foi demonstrado que uma perda moderada do sono muda radicalmente nosso metabolismo. A falta falta total de sono leva à morte em poucos dias. Há perda rápida de calorias, nos levando a um aumento na ingestão de alimentos para compensar, mas a perda é mais rápida e sucede uma falha metabólica. Aproximadamente 13% da população sofre de insônia crônica. Sabemos que não se pode viver sem dormir, mas não sabemos a função exata que o sono têm. O cansaço por falta de sono faz com que as pessoas se movam menos. Também faz com que segregue menos leptina, uma proteína que dilata as paredes do estômago e cria uma sensação de saciedade. Ao mesmo tempo, produz mais grelina, um hormônio que aumenta o apetite. Claramente, a falta de sono nos está fazendo obesos.
Temos um conceito elástico do sono, como se ele fosse um chiclete. Acreditamos que podemos contrair o sono quando não temos tempo de dormir e esticá-lo quando podemos. Mas não funciona assim. Compensar o sono perdido com muitas horas na cama quando é possível alivia o cansaço e a tensão, mas não as consequências para o sistema endócrino e cardio-vascular.

A falta de sono e a obesidade

Experimentos com o sono para pessoas que sofreram infarto.

Os cientistas entendem que uma das funções fundamentais do sono é classificar e preservar as recordações acumuladas durante o dia. Durante o sono profundo são ativadas as mesmas áreas do encéfalo que foram acessas quando gravamos experiências importantes. Esse é um processo que está relacionado com o fortalecimento das memórias importantes e o descarte das irrelevantes. Provavelmente essa é a maior razão de dormirmos. O cérebro têm que ser apagado e isolado do mundo exterior para não interromper o processo de reforço , do contrário poderíamos reviver experiências passadas e ter alucinações. Uma equipe da Universidade da Tubinga, na Alemanha, está usando estes conceitos para tratamentos de pessoas que sofreram infarto e estão em reabilitação para reaprender a andar. Eles estão comprovando que é possível controlar o fortalecimento de memórias com estímulos sensoriais. O exemplo que é dado diz que uma pessoa armazena uma recordação que têm determinado odor, depois, durante o sono, a presença desse mesmo aroma é o bastante para que recupere a recordação e a reforce de forma inconsciente. No dia seguinte, as memórias associadas a esses odores são mais fortes que as demais.

A falta de sono e a obesidade

As conexões entre sono e Alzheimer.

Um dos sintomas mais debilitantes do Alzheimer é a enorme agitação noturna dos pacientes, que não conseguem descansar. De fato, a insônia é a principal causa das internações das pessoas com Alzheimer. Se conseguirmos evitar os problemas de sono desses pacientes, evitaremos muitos outros problemas de saúde. Até agora tudo que a ciência sabe é que quando despertam durante a noite, as pessoa com Alzheimer tardam muito mais a conciliar o sono do que as pessoas que não sofrem dessa enfermidade. Descobriram recentemente é que o problema não está nos neurônios, e sim em outro tipo de células denominadas "glias tóxicas", que são encarregadas de matar neurônios. A falta do sono ativa a glia tóxica, o que poderia explicar a alta mortandade de neurônios em pessoas com Alzheimer. Essas recentes pesquisas estão sendo desenvolvidas pela Universidade Stanford, nos Estados Unidos.

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