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Em Pauta

A história do conclave é cheia de violência e escândalos

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 07/05/2025 06:45
A história do conclave é cheia de violência e escândalos

Qualquer homem batizado pode ser escolhido para ocupar o cargo de Papa. Este simples principio é a base da escolha de um mandatário de país onde não entra a sucessão familiar. No entanto, as eleições pontifícias foram tudo menos ordenadas e previsíveis ao longo do tempo. A escolha do Papa Dámaso, no século IV, uma das primeiras, deixou como saldo centenas de mortos, 120 cadáveres na ruas de Roma em um só tarde. Durante os primeiros séculos da Igreja de Roma, a escolha era realizada pelas poderosas famílias romanas.


A história do conclave é cheia de violência e escândalos

Sem contato com o exterior começa em 1.268.

A morte de Clemente IV, em 1.268, abriu o maior período sem Papa, foram 33 meses de discórdia sem fim entre os cardeais. Instalados no palácio Viterbo, na região italiana do Lácio, não havia proposta que os fizesse escolher entre vários pretendentes. Os habitantes da cidade, desesperados com as despesas,  forçaram a solução encerrando os cardeais que escolheram na “marra” o Papa Gregorio X. Assim nasceu o método de impedir o contato com o exterior dos cardeais eleitores.


A história do conclave é cheia de violência e escândalos

Sem bebida e comida.

Talvez o trauma do procedimento de Gregorio X o levou a promulgar, em 1.274, a bula “Ubi Periculum”, que definiu a atual organização. Dez dias depois da morte do Papa os cardeais devem ser encerrados no palácio papal, o camarlengo custodia as chaves. Nos conclaves seguintes, veio uma ordem que deixou de ser usada: a partir do terceiro dia de encerramento iriam privando os cardeais de comida e bebida paulatinamente.


A história do conclave é cheia de violência e escândalos

A papisa Joana.

Os propagandistas da reforma protestante no século XVII, exploraram os excessos de um século que qualificaram de “pornocracia pontifícia”. No século X, tido como a idade de ferro papal, a pior época do Vaticano, poucas eleições acabaram bem. E foi sobre essa época que os protestantes amplificaram a lenda da papisa Joana. Diziam que o Vaticano estava tão bagunçado que permitiu a escolha de uma mulher, disfarçada de homem, que morreu de parto em meio a uma procissão. Em cem anos houve 30 Papas e anti-papas. Deles, a metade morreu violentamente. E houve o chamado “Sínodo do Cadáver”, o julgamento da múmia do Papa Formoso que, uma vez condenada, foi despojada de sua insígnias pontifícias, mutilada e lançada no rio Tíber.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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