ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 24º

Em Pauta

A pobreza encurta a vida mais que qualquer doença

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/02/2017 07:08
A pobreza encurta a vida mais que qualquer doença

Não tem mosquito para levar a culpa. A redução da vida é feita principalmente pela pobreza. A conceituada revista médica "The Lancet" publicou um dos mais longos estudos sobre essa pauta. Foram mais de 1,7 milhão de pessoas envolvidas na pesquisa.

Ela garante que a pobreza é equivalente ao sedentarismo -mata - ainda que as autoridades sanitárias, inclusive a Organização Social da Saúde - não a incluam no rol dos fatores determinantes de saúde pública. The Lancet também compara a pobreza com as doenças mais famosas. Afirma que a pobreza mata muito mais que a obesidade, a hipertensão e o consumo excessivo de álcool.

O baixo nível sócio econômico reduz a esperança de vida em mais de 2 anos em adultos entre 40 e 85 anos. O alto consumo de álcool reduz em 6 meses. A obesidade reduz a esperança de vida em 7 meses. A hipertensão em 18 meses e o sedentarismo em quase dois anos e meio, garantem os estudos.

A pobreza encurta a vida mais que qualquer doença

Quem criou os primeiros bancos? Italianos, chineses ou Templários?

A história dos bancos é como a do macarrão. Italianos, chineses e a Ordem dos Templários concorrem como os primeiros a organizar o sistema bancário. Novamente italianos e chineses disputam a criação do macarrão com os árabes. A história ainda não deu respostas conclusivas.

Banca Monte dei Paschi di Siena, esse o nome do banco mais antigo do mundo ocidental. Apesar de trazer em seu nome a palavra "Siena", sua sede fica em Milão. A "banca" italiana tem história bem conhecida. Resulta de pessoas que sentavam-se em um banquinho e trocavam moedas originalmente. Um comerciante de Milão recebia o pagamento de seu trigo em moeda de Constantinopla. Essa moeda era trocada pelo italiano sentado no banco.

O negócio desenvolveu e o dono do banquinho passou a vender dinheiro e a emitir papéis de dívida. É isso, banco era o assento de uma pessoa que transacionava dinheiro. Considera-se Lyon e Milão como os dois primeiros centros de transação de dinheiro no mundo ocidental. Se você estivesse na grande feira de Lyon de 1555, encontraria um italiano sentado em um banquinho. Lyon era o maior mercado de comercio internacional. Nessa edição da feira, começaram a circular rumores sobre a presença do italiano. Ele não estava comprando, nem vendendo lã ou outro produto. Tudo que ele tinha à frente era uma mesa e um tinteiro. Dia após dia ele recebia comerciantes e assinava pedaços de papel. E, de certa forma, ficava rico. Os residentes em Lyon o olhavam com desconfiança, mas os comerciantes os respeitavam.

O italiano solucionava seus problemas de transporte de dinheiro. Recebiam o papel em Lyon e o trocavam por dinheiro em Florença ou Milão.O papel era chamado de "conta de troca". E, para nós é estranho, pois não trazia o tipo de moeda. Dizia apenas: " 100" ou "300", sem especificar se era moeda de Lyon ou de Milão. Seu valor estava subentendido que seria o "ecu de marc", uma moeda privada que os primeiros banqueiros italianos aceitavam entre si. A primeira rede internacional de banqueiros.

A pobreza encurta a vida mais que qualquer doença

O banco dos Cavaleiros Templários

Os cavaleiros Templários eram monges guerreiros. Era uma ordem religiosa com um exército armado e dedicado à guerra santa contra os muçulmanos. Mas como eles chegaram aos negócios dos bancos? Os Templários dedicaram-se à defesa dos peregrinos cristãos a caminho de Jerusalém. Esses peregrinos precisavam de alguma forma bancar meses de comida, transporte e hospedagem sem precisar carregar grandes somas de dinheiro ou de joias, caso contrário, tornavam-se alvos fáceis de ladrões.

Os Templários criaram uma solução. Um peregrino poderia deixar seu dinheiro na Temple Church em Londres (essa igreja existe até os dias atuais no centro londrino), depois pegá-lo de volta em Jerusalém. Em vez de carregar o dinheiro até lá, só precisaria levar uma carta com o crédito. Até hoje não se sabe como os Templários faziam esse negócio funcionar. Nem como se protegiam contra fraudes. A tese mais aceita é que havia um código secreto para verificar o documento e a identidade do viajante.

A pobreza encurta a vida mais que qualquer doença

O dinheiro voador chinês

A primeira ideia dos chineses foi criar as moedas furadas no centro. Graças a esse furo as moedas eram amarradas à cintura com o objetivo de facilitar o transporte e protegê-las dos ladrões. Mas não enganaram os ladrões por muito tempo. Em seguida, criaram o papel-moeda. As primeiras cédulas surgiram na China, no século VII, e eram confeccionadas com casca de amoreira. Devido a seu baixo peso era chamado de "dinheiro voador (feiquan)". Mas os chineses ainda criaram um segundo tipo de dinheiro voador, além das cédulas. Um documento de duas vias que permitia a comerciantes depositarem seus lucros em um escritório regional e depois pegarem o dinheiro de novo na capital chinesa.

A pobreza encurta a vida mais que qualquer doença

A rede bancária atual conserva os mesmos mistérios da Idade Média

Começamos afirmando que a história ainda não conseguiu desvendar todos os mistérios do funcionamento dos primeiros bancos. Os serviços bancários sempre tiveram seu lado obscuro. Transformando obrigações pessoais em dívidas negociáveis internacionalmente os banqueiros medievais passaram a criar seu próprio dinheiro privado, fora do controle dos reis europeus e dos mandarins chineses. Ricos e poderosos, eles não se submetiam às moedas de seus países. O que de certa forma é feito até hoje em dia. Os bancos estão fechados em uma rede de interesses e obrigações mútuas difíceis de entender e controlar. É normal o controle que eles tem sobre impostos e regulamentações. E considerando as dividas entre eles são um tipo claro de dinheiro privado e exclusivo, quando alguns bancos estão fragilizados, o sistema monetário do mundo todo também fica vulnerável. Nos ainda estamos tentando entender o que fazer com os bancos. Não vivemos sem eles, mas não temos certeza de que queremos viver com eles.

Nos siga no Google Notícias