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Em Pauta

DNA, a última fronteira humana

Mário Sérgio Lorenzetto | 22/10/2016 09:58
DNA, a última fronteira humana

Nos próximos dois anos testemunharemos avanços médicos assombrosos. Há milhares de cidadão em listas de espera para transplante de órgãos, e nunca haverá suprimento originário de outros humanos suficiente para atender todos. Os cientistas, há anos, buscam uma maneira de aproveitar órgãos de animais a fim de remediar essa escassez de doadores humanos. Desde há algum tempo os porcos são tidos como os mamíferos mais adequados. Seus órgãos tem dimensões similares às dos nosso. No entanto, o genoma dos porcos está repleto de vírus "Pers", similares aos vírus causadores da aids e que são capazes de infectar as células humanas. Até bem pouco tempo ninguém sabia como eliminar esses vírus do porco.
Os cientistas estão muito perto de eliminar os vírus do porco com uma técnica denominada CRISPR, que corta um pedaço determinado do gene do porco com extrema eficácia. Testes já foram realizados, com êxito, para eliminar o vírus dos rins do porco. Quando mesclaram essas células suínas com células humanas, os pesquisadores constataram que nenhuma delas havia sido infectada. A expectativa da equipe de cientistas é de começar os testes de utilização de órgãos de porcos em macacos dentro de dois anos. Caso aprovem, o passo seguinte será testado em humanos. Passaremos a ter rins de porco, orelhas de porcos e até coração de porco.
Essa mesma técnica, CRISPR, está resolvendo problemas antes impossíveis de serem solucionados. No Japão, graças ao CRISPR, cientistas estenderam a vida útil dos tomates depois de desativarem os genes que controlam o amadurecimento.
A técnica vem sendo estudada para acabar com a distrofia muscular, com a fibrose cística e com um tipo de hepatite. Os ecólogos começam a discutir maneiras pelas quais essa tecnologia poderia contribuir para a proteção de espécies ameaçadas. Biólogos buscam maneiras de excluir genes que atraiam pragas em muitos vegetais que usamos em nossa alimentação. Químicos estudam como o CRISPR poderia ajudar a reduzir nossa dependência de pesticidas tóxicos.
Nenhuma descoberta científica nos últimos 100 anos é tão promissora. Mas, se vem sendo aprovada pelos ecologistas, ela vem levantando questões éticas perturbadoras. A mais assustadora tem a ver com o uso do CRISPR para "editar" um embrião humano. Seja para corrigir uma falha nos genes, seja para acentuar uma característica almejada. E, dessa vez, não é um sonho distante. Por duas vezes, chineses modificaram, com o CRISPR, embriões humanos inviáveis. Quando modificarão embriões humanos viáveis? É a última fronteira humana.

DNA, a última fronteira humana

Um teste genético pode prevenir o câncer de mama?

O câncer de mama é o tumor mais frequente entre as mulheres ocidentais. Segundo as estatísticas, uma em cada oito mulheres o terá ao longo da vida. Ao contrário do que muitos pensam, existe sim o câncer de mama em homens,mas a estatística é muito baixa, apenas um em cem homens o terá. Mas em ambos, o que vale é ser diagnosticado rapidamente. Algo como 90% dos casos são curáveis se detectados a tempo.

DNA, a última fronteira humana

Quando é recomendável fazer o estudo genético do câncer de mama. O efeito Jolie.

Se existir câncer de mama ou de ovário na família, sobretudo na mãe ou irmã, a probabilidade de um tumor é maior, mas não deve haver exagero. As análises averiguaram que no caso de mãe ou irmã com câncer de mama, aumenta até 80% de chance de ter um tumor. Esse foi o caso da atriz Angelina Jolie, portadora da mutação de um gene (BRCA), que a predispunha ao câncer de mama e de ovario, levando-a a optar pela mastectomia preventiva (extirpação de grande parte da mama e do tecido mamário) e à extirpação dos ovários, para minimizar os riscos. Depois da decisão da atriz famosa se criou o que se chamou "efeito Jolie" que levou os médicos e especialistas se queixarem de uma imensa onda de extirpação de seios sem a menor necessidade. Não são todos os casos que a mastectomia é recomendada é uma opção ofertada a pacientes com predisposição genética muito elevada. E também pode se optar pela quimioprevenção, administrando um medicamento denominado tamoxifeno.
Além da predisposição genética o médico deverá observar outros fatores de risco: começar a menstruar muito cedo, não ter filho, não lhes dar o peito para mamar, sofrer alterações atípicas na glândula mamária, ter menopausa tardia e, ainda, ter r cedido terapia hormonal substitutiva contra a menopausa por cinco anos consecutivos.

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