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Em Pauta

Estatismo ou liberalismo? Quem ganha com eles?

Mário Sérgio Lorenzetto | 04/09/2017 06:52
Estatismo ou liberalismo? Quem ganha com eles?

O estatismo está por trás, pelo menos nos últimos 40 anos, de crises e semi-estagnação econômica do Brasil e têm grande parcela de culpa pela mega-crise em que o país afundou desde 2014. Quem ganha com o estatismo é o corporativismo do funcionalismo público, o clientelismo das empresas que faturam com os governos e inúmeros grupos de interesse constituídos para drenar recursos dos governos que impedem o país de mudar e ter uma trajetória de desenvolvimento sustentado. Estado grande e forte no Brasil atende a grupamentos bem caracterizados. Parte deles - empresários ligados aos governos, políticos e juízes - estão sob fogo cerrado há 3 anos sem nenhum indício de mudança do rumo dos canhões. Quem neles atira pertence à esfera do liberalismo ou não sabe para onde sua "arma dispara", atira às cegas, raivosamente. Mas esse quadro esquemático não funciona bem no Brasil. O outro lado, o do liberalismo, também tem seus "pecados".
A economia liberal, a livre iniciativa aquela que cobra eficiência dos governos, propugna por um Estado menor, que redunde em um bom ambiente de negócios, vem apoiando a reforma trabalhista e previdenciária do governo Temer. São os " liberais" brasileiros que estão fazendo o país sair da recessão, ainda que a ferro e fogo. São eles que criticam o aumento do salário do funcionalismo - especialmente de juízes -, são eles que criticam a carga tributária absurda, que desejam a redução das despesas governamentais e as privatizações aceleradas. O problema é que costumeiramente, no Brasil, os liberais defendem menos Estado para os outros, desde que nada mude para eles. Defendem as desonerações da folha de pagamentos instituída pelo governo Dilma, mas é essa desoneração - e outras, como os Refis alucinantes - que tem contribuído para desequilibrar a previdência social e elevar o déficit público. São os liberais que levam bilhões de reais do sistema S, ainda que eles contribuam para termos uma carga tributária tão alta.
Mais um vez ficou claro que há necessidade de termos reformas pró mercado. Porém é importante prestarmos atenção aos detalhes e ao tamanho das medidas. A crise fiscal e a intolerância para com o aumento de impostos forçarão, cada vez mais, o Estado a fazer escolhas, beneficiando certos interesses e prejudicando outros. Se continuarmos acreditando que é possível cada grupo de interesses pleitear que o Estado corte apenas as despesas dos outros, não sairemos do lugar.
Não se iludam com discursos e impropérios que fazem bem aos ouvidos. É esse jogo de interesses que está conduzindo as eleições de 2018. Ela já está nas ruas. Eles já estão aqui. Vamos ao debate, mas escolham seu lado sem as enganações dos marqueteiros ou dos postadores de idiotices nas redes sociais ou no WhatsApp. Comecemos pela escolha do lado. Você é estatista (de direita ou esquerda, tanto faz) ou liberal?

Estatismo ou liberalismo? Quem ganha com eles?

A síndrome de Procusto, o "fogo amigo" no local de trabalho.

A incapacidade para reconhecer como válidas as ideias dos outros, a inveja, o medo de ser superado profissionalmente ou pessoalmente pelo colega de trabalho... tudo isso pode nos levar a evitar responsabilidades, tomar más decisões e frear as iniciativas, contribuições e ideias que são tão caras para o ambiente onde trabalhamos.
Falamos da Síndrome de Procusto, um nome de origem mitológica que retrata uma figura que é nefasta para qualquer organização ou sociedade. A própria definição da Síndrome de Procusto já deixa clara suas negativas consequências: "padecem dessa síndrome aqueles que cortam a cabeça daqueles que sobressaem".

Estatismo ou liberalismo? Quem ganha com eles?

Onde nasce o mito de Procusto.

Na mitologia grega, Procusto era dono de uma hospedaria que oferecia pousada para viajantes solitários. Na hora de dormir, Procusto levava o hóspede a uma cama de ferro onde iria dormir. Mas Procusto o amordaçava e o atava na cama. Se o hóspede era alto e seu corpo maior que a cama, serrava as partes do corpo que sobressaiam: os pés, as mãos e a cabeça. Se, pelo contrário, era menor que a cama, o desconjuntava a marteladas até esticá-lo. Nunca um hóspede era do tamanho da cama pois Procusto usava duas camas ao invés de uma. A primeira exageradamente comprida e a segunda muito pequena.
Procusto continuou com sua hospedaria de terror até que se encontrou com Teseu. O herói mitológico inverteu o jogo. Prendeu Procusto na cama e lhe cortou, a machadadas, os pés e a cabeça. Matar Procusto foi a última façanha de Teseu em sua viagem de Trecen até Atenas.
Procusto passou a ser sinônimo de uniformidade obrigatória. Sua síndrome define a intolerância ou a indiferença. São aqueles que roubam teus sonhos e energias, todos conhecemos ou convivemos com alguém assim.

Estatismo ou liberalismo? Quem ganha com eles?

Os Procustos do teu dia a dia.

São aqueles que frequentemente demonstram insegurança ou sentimentos de inferioridade, vivem na defensiva, monopolizam tarefas, realizam tarefas irracionais, costumeiramente rejeitam mudanças, suas ideias são as únicas válidas. Esses são os "sintomas" desse mal que afeta as sociedades.
Um empresário ou um gestor inteligente deveria desejar estar sempre rodeado de pessoas mais capacitadas, mais criativas e engenhosas que ele. Quem exerce a Síndrome de Procusto não trabalha em equipe e rejeita a possibilidade de aprender com aqueles que estão a sua volta. E ainda os aniquila.

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