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Em Pauta

Guido Mantega hostilizado. Terá de colocar uma peruca para sair em público

Mário Sérgio Lorenzetto | 30/06/2015 07:42
Guido Mantega hostilizado. Terá de colocar uma peruca para sair em público

Guido Mantega, ex-Ministro da Fazenda, é novamente hostilizado.

Mantega brevemente terá de colocar uma peruca na careca para sair em público. Pela terceira vez foi hostilizado em público. Desta vez o fato lamentável ocorreu no restaurante Trio, no bairro da Vila Olímpia em São Paulo. Dois homens e uma mulher gritaram com Mantega. As agressões tiveram início com a mulher que disse: "a gente não pode mais aguentar calado". O acompanhante diz: "o senhor devia ter vergonha de sair de casa, vergonha do que fez e do seu partido (PT)". Mantega se levantou e foi em direção às pessoas que gritavam. Um terceiro homem o chama de "ladrão, palhaço, sem vergonha e diz ainda: "Estão acabando com a Petrobras, acabando com tudo, e você lá na Petrobras". A raiva continua a dominar a alma da maioria dos brasileiros. Triste colheita de raios para quem plantou tantas tempestades.

Guido Mantega hostilizado. Terá de colocar uma peruca para sair em público
Guido Mantega hostilizado. Terá de colocar uma peruca para sair em público

G.G. com 14 anos e T.B. de 12 anos, não existem. Foram inventados pelo CIMI e vivem na Terra do Nunca.

Antes de tudo, é preciso explicar que não é admissível que invadam minha casa. As leis e a justiça deveriam garantir esse direito comezinho, assim como deveria garantir a dos fazendeiros. Também, não interessa a cor da pele do invasor: branco, negro, vermelho, amarelo ou azul. Considero incompreensível esse eterno debate sobre cor da pele onde os brancos estão providos por uma imensidão de direitos e os negros e vermelhos são, no dia a dia, desprotegidos. A única explicação plausível, que disponho, para tais diferenças é que as melaninas (diversas proteínas de cor marrom ou preta responsáveis pela cor da pele) invadam o cérebro dos brancos (aqueles que tem poucas melaninas) e agem como o mal de Alzheimer. Matam alguns neurônios, levando os brancos a atitudes incompreensíveis.

G.G. e T.B. não existem. Vivem em uma região sem lei, sem dinheiro e sem pátria. Desde a ditadura militar somente o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), braço da Igreja Católica, os protege e defende. Os governantes, ao longo dos séculos, incentivaram colonizadores a se apropriarem de uma imensidão de terras no Mato Grosso do Sul, eram áreas desabitadas na maioria das vezes. Os índios viviam em áreas rarefeitas e pequenas. Até onde é possível a história nos contar, os indígenas viviam em pequenas aldeias e em poucas terras. Para ser bem claro, o conceito de "terra tradicional", utilizado pelos índios, foi pensado há poucos anos. É uma criação recente, sem lastro algum na história. Mas é a única arma que eles dispõem. Não é imaginável utilizar a referência, tão vezeira na verbalização de fazendeiros e imprensa, que arcos e flechas podem ser usados como armas. Eles só contam com o flexível argumento da terra tradicional e com o próprio corpo - para ser crivado por balas.

Não. G.G. e T.B não existem. Os governos jamais lhes propiciaram a mínima proteção, como a corriqueira existente em quase todas as nossas cidades. Eles não contam com proteção para a saúde, não contam com escolas, não contam com algo semelhante a uma casa, não contam com um aparelho de televisão e pasmem, não são proprietários de um celular - esse aparelho que se tornou parte do corpo das crianças e jovens. Eles não estão em nenhuma estatística do IBGE ou de qualquer organismo governamental, não são nem mesmo meros números. Eles não existem. Somente o CIMI acredita que eles são seres humanos e vem buscando sua proteção.

G.G e T.B. vivem na Terra do Nunca. É uma extensa faixa de terra, demarcada por pequenos postes, que dizem pertencer ao Brasil e ao Paraguai. Todavia, é uma ilusão de ótica, pessoas e mercadorias insignificantes transitam nessas áreas ao bel prazer de seus moradores. Os dois governos só se interessam por essas terras na hora de combater a maconha e no momento do registro em cartórios. As populações que ocupam essas áreas são constituídas por fazendeiros esquecidos pelo tempo e pelos não contabilizados indígenas. A maioria dessas populações não usa a língua portuguesa e espanhola, usam o guarani. A língua guarani é a sua terceira arma de luta. Sempre estiveram esquecidos e assim continuarão por muitos anos, só lhes resta falar o guarani, argumentar que uma terra é tradicional e servir de tiro ao alvo das balas. Enquanto isso, o governo federal assiste o desenrolar da próxima cena do Lava Jato (também serve como pedagogia dos próximos corruptos, é uma aula de propina).

Guido Mantega hostilizado. Terá de colocar uma peruca para sair em público
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A selvageria de um povo civilizado. Os holandeses mataram e devoraram o primeiro-ministro no século XVII.

O ódio político leva a atrocidades inimagináveis. Em 1672, a Holanda era uma República governada por Johan de Witt, os demais países em seu entorno continuavam a sofrer com suas monarquias. Em uma de suas incontáveis guerras a Holanda havia sido derrotada pela Inglaterra que havia formado uma aliança (rara) com a França. Muitos nobres que haviam perdido seus poderes desejavam o retorno da monarquia. Queriam colocar no poder o Guilherme III, Príncipe de Orange. Witt e seus partidários republicanos eram ricos comerciantes. O choque entre comerciantes e nobres se deu em uma visita do Primeiro-Ministro Witt a uma prisão. Ele foi morto e devorado por uma multidão de partidários dos monarquistas. Há relatos de algumas pessoas tirando partes do corpo de Witt e os comendo. Teriam comido até seu globo ocular em um acesso de fúria. A história redimiu Witt. Julgou-o como um líder altamente competente. O episódio é considerado pelos holandeses como o momento mais vergonhoso de sua progressista e civilizada população.

Guido Mantega hostilizado. Terá de colocar uma peruca para sair em público
Guido Mantega hostilizado. Terá de colocar uma peruca para sair em público

A diáspora libanesa.

Têm mais libaneses no Brasil que no Líbano. A comunidade, formada em sua maioria por descendentes, é formada por 10 milhões de habitantes. O Líbano é um país com apenas 3,5 milhões de habitantes. Oficialmente, eles estão no Brasil há 135 anos. Ainda existem os registros de três libaneses - dois chegando no Rio de Janeiro e um no Rio Grande do Sul. O primeiro navio lotado de libaneses, deixou o porto de Beirute alguns anos após a visita de D.Pedro II àquele país. A quase totalidade deles era constituída por cristão que viviam nas montanhas. Estavam sendo assediados pelos coletores de impostos (mulçumanos) e pela obrigatoriedade do serviço militar (otomano) para lutar nos Balcãs. Muitos, saíram do Líbano para viver nos Estados Unidos. Não conseguiram vistos de entrada na América do Norte ou foram enganados pelos comandantes do navio. Acabaram em solo brasileiro. Todavia, o grande fluxo se dá de maneira organizada. Enviaram um navio inteiro de "batedores" para verificar as condições oferecidas pelo Brasil. A partir daí, vieram em enormes multidões. Ao contrário dos europeus, que foram para as zonas rurais, os libaneses foram para as cidades. Criaram empresas comerciais e industriais. Chegaram ao país no mesmo momento em que ocorria a primeira grande migração do campo para a cidade. Fizeram fortuna. E trouxeram seus parentes.

Quando Campo Grande, antes da divisão do Estado, tinha apenas 100.000 habitantes, dizia-se que a cidade era uma "ilha formada por libaneses, rodeados por japoneses por todos os lados". Era um exagero com algum sabor xenofóbico. Atualmente, vivem, aproximadamente, 50.000 libaneses e descendentes, no Mato Grosso do Sul. Eles se fizeram representar no Encontro "O Potencial da Diáspora Libanesa" que ocorreu no fim do mês de maio em Beirute. Um imenso encontro de libaneses dispersos pelo mundo todo. Mais de 70 delegações e 1.000 convidados. Resolveram propugnar pela criação de Centros Culturais, a abertura de um Escritório Libanês de Turismo, a criação de um Instituto de Gastronomia e intercâmbio entre as universidades dos dois países.

Guido Mantega hostilizado. Terá de colocar uma peruca para sair em público
Guido Mantega hostilizado. Terá de colocar uma peruca para sair em público

Enquanto isso, na Europa, o socialismo é democrático.

Enquanto na Europa o socialismo está cada vez mais se transformando em uma socialdemocracia, assumindo como seus os valores liberais tradicionais de tolerância, coexistência na diversidade, respeito à liberdade de opinião e de crítica, eleições livres e uma justiça independente, e compreendendo que as nacionalizações e o dirigismo econômico são incompatíveis com o desenvolvimento e o progresso, na América Latina ainda persistem os mitos coletivistas e estatizantes. Na América Latina, a ideologia de muitas forças de esquerda, continua sendo um dos maiores obstáculos para que o continente, em seu conjunto, prospere e se modernize, como tem ocorrido no continente asiático.

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