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Em Pauta

Mundo urbano x mundo rural. Os carros são segurados, as lavouras não

Mário Sérgio Lorenzetto | 17/02/2014 07:27
Mundo urbano x mundo rural. Os carros são segurados, as lavouras não

Seguro para automóvel evolui e na agricultura ainda engatinha

As empresas de seguros especializadas em automóveis experimentaram uma elevação nos negócios de 25%, um negócio que faturou mais de R$ 9 bilhões. Para concorrer neste mercado maduro e cada vez mais competitivo, as seguradoras têm que se renovar. Começam a oferecer ao seu segurado benefícios que vão além dos serviços relativos ao automóvel – serviços residenciais, assistência a eletrodomésticos estragados são benefícios que fidelizam o cliente.

Surge uma novidade, um conceito inovador. Estão oferecendo serviços de motoristas para quem foi para a balada e bebeu em demasia. Bom para todos. Para quem bebeu, para o trânsito, para o sistema de saúde e para a seguradora. Hoje, 17 milhões de veículos são segurados no país, o que representa 25% da frota circulante.

Em época de bonança na agricultura, seria hora de fazer uma atualização dos instrumentos de política agrícola, mas tal não ocorre com os seguros. Há de ponderar que a cultura de seguro no mundo rural ainda é recente no Brasil.

Observando friamente os números, é possível dizer que o seguro agrícola tem crescido. Quando se aprofunda o estudo, também não é difícil perceber que ainda há muito a evoluir e o próprio governo, de quem o sistema ainda é bastante dependente, reconhece as dificuldades.

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Em 2006, apenas 2% da área de lavoura brasileira era segurada

Partindo muito próximo do zero, a evolução foi grande – passamos a ter 7,5% da área de lavoura segurada em 2012. Em milhões de hectares os números se assemelham. Tínhamos 1,5 milhões de hectares segurados em 2006 e passamos a ter 5,2 milhões em 2012. Os números também deixam claro que a ação do governo federal foi o motor desse crescimento. O aporte de recursos da União saiu de esquálidos R$ 31 milhões em 2006, para R$ 318 milhões em 2012. E a presidenta Dilma Roussef anunciou R$ 700 milhões para a safra 2013/2014.

Todos são números diminutos, ainda que crescentes. Aventam dois problemas – os constantes atrasos nos repasses governamentais para as seguradoras que pagariam adiantado para os agricultores e a formatação equivocada do seguro brasileiro. Enquanto as seguradoras trabalham com os veículos, prevendo assaltos, acidentes e propõem condições inovadoras e modernas não existe um só plano de seguro para a garantia de renda, apenas para intempéries climáticas.

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Meteorologia é fator limitante

Pelo lado do clima, a situação é clara, o serviço de meteorologia, quando eventualmente acerta o faz para áreas muito extensas. Não existe nem perspectiva de uma micro meteorologia destinada a diminutas regiões. O uso de um big data rural meteorológico, essencial para o planejamento das lavouras, não existe, ainda se assemelha a um disco voador – talvez, quem sabe venha a existir. Esses três polos: meteorologia, big data e seguro deveriam andar aceleradamente e em conjunto.

A posição de um desenho errado para o seguro rural brasileiro é defendida pela Aprosoja, do vizinho Mato Grosso, que entende como fatores limitadores à dificuldade de estabelecer a referência de preços a ser utilizada. Apenas para as grandes culturas, soja, milho e algodão, há um mercado futuro um tanto consolidado. Ainda nessa área a consideração e da pouca liquidez em comparação com outros mercados futuros importantes pelo mundo. Enfim, outro argumento consistente é que falta um histórico de produção do agricultor para definir o custo do seguro. Enfim, a caminhonete do agricultor é segurada. Sua lavoura, talvez receba a mesma preocupação algum dia.

Mundo urbano x mundo rural. Os carros são segurados, as lavouras não
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Mesmo com o agendamento o porto de Santos está congestionado

Alguns dias após o governo lançar o monitoramento do fluxo de caminhões destinados a Santos que determina o agendamento prévio das carretas, a estrada foi paralisada pelos caminhões. O problema estaria em um dos terminais que priorizou a descarga de soja da ferrovia e por muitos caminhoneiros não terem feito o agendamento para descarregar nos terminais dessa cidade portuária. A Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) afirmou que notificará o terminal que não recebeu as cargas dos caminhões.

A agência multará quem descumprir o agendamento. As multas vão de R$ 1 mil a R$ 2 mil por veículo que chegar ao porto sem programação e de R$ 10 mil a R$ 20 mil por veículo que gerar problema às estradas que demandam ao porto de Santos.

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A produção de ovos de galinha cresceu 8% e repetirá em 2014

Novos mercados devem se abrir para a venda dos ovos produzidos no Brasil. A expectativa é que o México e alguns países da Ásia, afetados pela gripe aviária no ano passado, passem a adquirir do Brasil pelo menos parte de suas necessidades de consumo. O setor vem de um ano positivo. A produção de 2013 foi de 34 bilhões de unidades, com crescimento de 8% em relação ao ano anterior. Para 2014, projeta novo aumento de 8%, levando a produção de ovos para 36,8 bilhões de unidades.

Dois fatores estão impulsionando o crescimento do consumo doméstico – a desmistificação da ideia de que o ovo é prejudicial à saúde e o aumento da renda da classe C. O consumidor da nova classe média além de aumentar o consumo direto de ovos, também passa a adquirir produtos industrializados – bolos e massas – que levam ovos na composição.

No Mato Grosso do Sul, a produção a produção estava em aproximadamente 43 milhões de dúzias, 80% produzidos em Terenos, a Capital do Ovo do Estado que não só abastece a região como atende os Estados vizinhos.

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Orgânicos de toda forma, da cerveja ao chocolate

A feira alemã em Nuremberg tem de tudo: folhas, frutas, todo tipo de alimento fresco, além de outros que não são imaginados quando o assunto é orgânico: cerveja e chocolate. O que menos se vê, contudo, na Biofach Nuremberg – a maior feira de negócios do setor – são os alimentos frescos. Os visitantes conheceram além da cerveja e chocolate, refrigerantes, vinhos, azeites, massas, queijos, carnes, pães e kebab.

Pizza congelada, macarrão instantâneo, café e achocolatados orgânicos fazem a festa dos visitantes. O evento também divulgou os conceitos da agricultura biodinâmica – já explicados nesta coluna – que consideram, entre outros fatores, o calendário astronômico. Tudo direcionado para uma fatia dos US$ 64 bilhões de lucros anuais da indústria de produtos orgânicos. No caso do Brasil, o principal produto divulgado é o açúcar, levado pelas empresas Native e Jalles Machados. Levamos ainda, mel, própolis, sucos prontos, café, azeite e achocolatado, conforme a Folha de S. Paulo.

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Mercado imobiliário dá sinais de desaceleração após boom de preços

Se você estranha o comportamento dos preços da construção civil no Brasil, não está sozinho. O setor não parou de crescer nos últimos anos devido ao aumento de renda e da expansão de crédito. Junto com a maior disponibilidade de recursos, o aumento dos preços também assusta consumidores e não é para menos. Estão, de fato, elevados, como aponta a pesquisa da FipeZap – da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. A entidade aponta que houve aumento médio de 13,7% em 2013 e também em 2012. Em 2011 foi quase o dobro (26%). Deve permanecer em alta em 2014, mas em proporções menores.

A desaceleração ocorre porque estamos em vista já da Copa que, junto com as Olimpíadas, contribuiu para o boom de preços. Os eventos impulsionaram, mas a procura em 2013 por imóveis foi menor por conta das especulações sobre a economia do Brasil. Mesmo assim, houve recorde histórico, com R$ 109,2 bilhões em financiamentos, segundo os dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). O montante corresponde a 530 mil imóveis financiados. Para 2014, a expectativa é de 15% de crescimento, com R$ 26 bilhões, de acordo com projeção sobre o mercado imobiliário brasileiro feito para o jornal alemão Deutsche Welle.

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