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Em Pauta

O bronzeado sadio não existe. Creme ou roupa?

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/01/2019 09:05
O bronzeado sadio não existe. Creme ou roupa?

Todos os anos, nesta época, soam vozes de alarme sobre novas descobertas dos perigos dos raios solares para a pele. Aproveitamos dessa grande fonte de energia vital, sem incluir no pacote seu lado escuro. Essa é uma difícil equação que hoje passa por aprender um novo vocabulário que inclui termos como luz visível, radiação infra-vermelha, E-Eye, antioxidantes... e gravar em nosso cérebro, a fogo, que temos de passar creme ou usar roupas apropriadas enquanto o sol está no céu. Mas isto pode não ser suficiente. E isto deve ser entendido de forma contundente. A quase totalidade dos cientistas afirmam categoricamente que: não existe bronzeado que seja sadio.

O bronzeado sadio não existe. Creme ou roupa?

Todos conhecem o perigo, poucos temem os raios solares.

As entidades médicas entendem que algo próximo a 100% da população brasileira conhece os efeitos danosos dos raios solares para a nossa pele. Todavia, a Sociedade Brasileira de Dermatologia afirma que tão somente 32% da população usa protetor solar durante o ano. E só usa quando está na praia, e não usa quando realiza qualquer atividade ao ar livre. E o pior: aproximadamente não reaplica o protetor solar quando sua. Segundo a Skin Cancer Foundation, um em cada 25 homens brancos desenvolverá melanoma, enquanto entre as mulheres essa doença afetará uma a cada 42. Também afirma que mais de 90% dos canceres de pele são induzidos pela exposição à radiação solar. Mais claro é impossível: o câncer de pele é facilmente evitado. E há novas armas.

O bronzeado sadio não existe. Creme ou roupa?

Um SPF mais alto nem sempre é melhor.

Apesar do empenho de especialistas e dos meios de comunicação, continuamos cometendo erros gigantescos. Um dos mais frequentes é o de acreditar que os protetores solar nos tornam em super heróis, com a pele intransponível, mas não existe nenhum creme capaz de proteger-nos de todo o espectro solar. Isto dá uma falsa sensação de segurança e nos expomos por mais tempo e em horas mais perigosas. E já são muitas as vozes de especialistas que afirmam que o uso de elevados fotoprotetores poderiam, inclusive, aumentar a incidência de câncer de pele. Isso se dá porque a população os emprega de forma inadequada.

O bronzeado sadio não existe. Creme ou roupa?

Os raios UVA e UVB não são os únicos inimigos.

As novas pesquisas estão demonstrando que os raios UVA e UVB (aqueles que os cremes combatem) não são os únicos inimigos. Alguns princípios ativos e certos contaminantes ambientais produzem radicais livres - átomos ou grupo de átomos que roubam átomos de moléculas estáveis - desencadeando reações que destroem nossas células.
Temos de buscar novos ingredientes nos cremes. Se estimam que 55% desses radicais são destruídos por cremes protetores de amplo espectro que incorpore antioxidantes específicos e reparadores do DNA mitocondrial e nuclear para frear o dano já feito na pele.

O bronzeado sadio não existe. Creme ou roupa?

A luz e a temperatura também queimam.

Sim, o calor, aquele que ninguém punha outro defeito além do suor, é outro vilão que deve ser vigiado. Se sabe, desde 2008, a partir de um estudo da Universidade de Dusseldorf, na Alemanha, que demonstrou os danos da radiação infra-vermelha A. Supõe-se que 56% dela chega a nosso planeta. Essa radiação acelera o envelhecimento causado pela luz solar ao agravar os efeitos da UVA e da UVB, degradando os fibroblastos, responsáveis pela formação e manutenção das fibras de colágeno e de elastina. Veredicto: sua capacidade de envelhecer é a maior que existe. A radiação infravermelha A não queima apenas a derme e a epiderme, chega até a hipoderme, a camada mais profunda da pele. As rugas serão mais profundas. E para piorar, são poucos os cremes que protegem nossa pele dessa radiação. Há necessidade de comprá-los lendo a etiqueta ou perguntar a um dermatologista.

O bronzeado sadio não existe. Creme ou roupa?

As roupas são mais confiáveis que os cremes.

Para muitos especialistas a fotoproteção UPF, nos dada por tecidos, é a melhor forma de proteção. São um recurso perfeito para cobrir as inquietas peles infantis, as afetadas por fotoalergias, ou daquelas que por idade ou vaidade fogem das manchas e rugas.
As roupas são mais confiáveis por não entrarem no jogo perverso e errôneo da não aplicação correta dos cremes (dois miligramas de creme para cada centímetro quadrado de pele), tanto na quantidade correta como na necessidade de reaplicação quando vem o suor ou quando permanecemos por muito tempo na água. Essas roupas já são vendidas nas lojas de material esportivo por preços tão acessíveis como as roupas que não têm UPF.
A proteção oferecida pelos tecidos é medida em UPF - Ultarviolet Protect Fator - e é importante saber que as roupas de algodão protegem 12 UPF, menos que um creme solar de 15 SPF. E quando essa roupa de algodão está molhada mal chega a 8 UPF. O melhor tecido protetor é o poliéster, protegem bem mais que o algodão, o linho ou o acetato.
Todos os dermatologistas também advertem sobre a necessidade de usar chapéu e óculos, uma vez que a radiação lumínica pode ser desastrosa para os olhos. Outra parte anatômica que muitas vezes passa desapercebida são os lábios. Os inferiores estão tremendamente expostos à radiação ultravioleta. O uso de uma boa barra protetora é obrigatório na praia, especialmente para as crianças. A pele infantil é mais delicada que a dos adultos. As sociedades dermatológicas recomendam não expor uma criança até os três anos a uma total exposição aos raios solares. De zero a três anos só devemos levar crianças à praia devidamente vestidas com camisetas de manga curta e calça, óculos e chapéu. Enfim, limitar ao máximo as zonas corporais infantis expostas aos raios solares.

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