Ozempic cura a autoestima? A fronteira do vício
O êxito deste medicamento responde a uma sociedade mais consciente com a saúde ou mais preocupada com a estética? Está é uma questão fundamental. Estamos vivendo na fronteira do vício no uso indiscriminado desse produto que nasceu como medicamento.
Perder uns quilinhos.
Os discursos que buscam dignificar seu consumo estão por toda parte. Há poucos dias, escutei uma médica na rádio exaltando as “magnificas qualidades” do Ozempic. Os interesses de uma empresa farmacêutica respondem à promoção de hábitos saudáveis ou à mera geração de medo devido à gordura? Saúde ou pressão estética? Quem tem bons resultados nos exames bioclinicos de sangue e urina podem tomar essas injeções?
Os comuns efeitos prejudiciais.
O uso desses medicamentos pode produzir severos efeitos secundários. Não são raros os casos de problemas gastrointestinais, diarreias copiosas, fadiga, náuseas e hipoglicemia com sensação de desmaio. Ainda mais complexos, os problemas psicológicos - com alterações de ânimo - não colaboram na conquista da autoestima.
Obesidade é enfermidade?
A Organização Mundial de Saúde - OMS, diz que a obesidade é uma doença. Os corpos gordos são patológicos, conforme essa turma. Mas muitas vozes críticas insistem que a saúde de uma pessoa não pode ser simplificada a um tipo de corpo ou índice de massa corporal. E mais, uma publicação na revista “BMC Magazine” demonstrou que patologizar os grandes corpos humanos provoca estigma, vergonha e reduz a motivação para cuidarem-se. Os autores propõem que os gordinhos só devem ser tratados se tem má saúde, nunca se tem nível alto de massa corporal. Dizem que deve continuar existindo a diversidade de corpos, tanto pequenos, como grandes. Também denunciam o uso indevido desse medicamentos como perigosos, pois podem conduzir ao vício.
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