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Em Pauta

Superbactérias: o fim do temor

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/09/2016 07:05
Superbactérias: o fim do temor

Durante décadas, ajudamos as bactérias a desenvolver resistência aos antibióticos. Tomamos antibióticos quando não necessitávamos e deixamos de tomá-los quando indicados. Esse era um dos maiores temores da medicina ocidental até pouco tempo. Algo como 700.000 pessoas morrem a cada ano por essa resistência. Na antiga União Soviética, nenhum médico ou cientista temia essa catástrofe. Eles se especializaram em uma terapia centenária.

O tratamento é chamado de "terapia de fagos". É o uso de vírus naturais para tratar de infecções bacterianas. O tratamento é conhecido desde 1913. Nessa época, o bacteriólogo britânico Frederick Twort descobriu um agente bacteriolítico que infectava e matava as bactérias - foram denominados "fagos".

Mas, quando os antibióticos se popularizaram, e passaram a gerar fortunas à indústria farmacêutica, os fagos foram esquecidos. Continuaram a existir e foram desenvolvidos somente na União Soviética. Por lá, não existia lucro e os antibióticos escasseavam. Em 1923, um microbiólogo chamado George Eliava, fundou um instituto dedicado aos fagos, em Tbilisi, a capital da Geórgia. É para lá que doentes e cientistas do mundo todo convergem.

Quando os fagos encontram bactérias, prendem-se nelas e injetam seu DNA e se reproduzem. Com essa reprodução, fazem arrebentar as paredes das bactérias e repetem o ciclo até que a infecção desapareça. O tratamento começa com a identificação da superbactéria que está ocasionando uma determinada doença. Ao contrário dos antibióticos de largo espectro, que matam muitos tipos de bactérias, os fagos atacam somente um tipo de bactéria. Só que existem trilhões de fagos.

Aliás, eles são a forma de vida mais abundante da face da Terra. Existem mais tipos de fagos que todos os seres vivos somados de nosso planeta. É possível afirmar que sempre existirá pelo menos um fago para cada tipo de bactéria, por mais que ela tenha se tornado uma superbactéria. É a "kryptonita" das superbactérias.

Superbactérias: o fim do temor
Superbactérias: o fim do temor

Maria da Penha. A mulher que sobreviveu a duas tentativas de assassinato e virou lei

Biofarmacêutica de profissão, a cearense Maria da Penha, sobreviveu a duas tentativas de assassinato pelo marido. Na primeira, um tiro à queima-roupa de espingardas pelas costas, enquanto dormia, a deixou paralisada da cintura para baixo. Poucos meses depois, ele tentaria eletrocutá-la sabotando o chuveiro elétrico.

Maria da Penha havia conhecido seu marido, o colombiano Marco Antônio Heredia Viveros, nos anos 1970, quando fazia mestrado em são Paulo. Viveros era prestativo e bem quisto. Desejava adquirir a cidadania brasileira a qualquer custo, viu-se depois.

Eles se casaram em 1976 e tiveram a primeira filha. Terminados os estudos, foram viver em Fortaleza. Quando a naturalização do colombiano saiu, ele mostrou a verdadeira face. Começou a maltratar as três filhas que o casal teve. Tornou-se violento. A brutalidade permeava a relação do pai com as filhas. Apesar de sentir-se aprisionada e isolada, Maria da Penha temia que um pedido de divorcio fosse gerar ainda uma reação mais violenta do marido.

Certa manha, em 1983, Maria da Penha despertou com um estampido dentro do quarto. Tentou se mexer e não conseguiu. Chegaram os vizinhos que são médicos e verificaram que havia um rombo nas costas dela. Estava perdendo todo o sangue para o colchão.

Viveros contaria à policia que enfrentara quatro assaltantes. Eles teriam alvejado Maria da Penha. Nos meses seguintes a história de Viveros cairia por terra. Não havia sinais de arrombamento na casa, nenhum vizinho vira qualquer pessoa estranha nas imediações e encontraram a espingarda escondida no armário.

Ainda retomando os movimentos básicos do corpo e reaprendendo a viver em cadeira de rodas, a crueldade de Viveros continuava. Mas foi só quando Viveros tentou eletrocutá-la, levando-a para um chuveiro elétrico sabotado, que Maria da Penha desistiu do casamento.

Foram 19 anos e seis meses lutando para que Viveros fosse para a cadeia. Duas vezes, ele saiu do Fórum em liberdade. Ao condenar o Brasil, a Corte Interamericana de Direitos Humanos exigiu a prisão de Viveros. Em agosto de 2006, cinco anos depois da condenação internacional de Viveros e do Brasil, foi aprovada a Lei 11.340. A Lei Maria da Penha.

Superbactérias: o fim do temor

A mulher que paria coelhos. Credulidade e sensacionalismo

Desde seu início em Veneza, há uma imprensa voltada para o sensacionalismo. Manchetes que exploravam a credulidade foram as precursoras de vendagens fáceis. Em seguida, veio a "imprensa-hematológica", que vende sangue, presente nos nossos dias.

Mary Toft, uma pobre mulher do campo, estava em todos os jornais da Inglaterra em princípios do século XVIII. Ela paria coelhos. O caso foi atestado por um médico. John Howard, um proeminente cirurgião, de Guilford, na Inglaterra, escreveu ao médico da corte, o mais importante de seu país, atestando o "fato" e convidando o colega para verificar in loco a "façanha". " A pobre mulher deu à luz três novos coelhos, todos eles de tamanho médio, o ultimo demorou 23 horas dentro do útero antes de morrer. Parece que tem outro em seu útero", diz um trecho da carta do medico interiorano. Nathaniel St.Andre, o medico da corte, não duvidou em examiná-la.

A mãe dos coelhos nos parece uma história descabelada. Todavia, devemos entender que naquela época existiam muitas duvidas acerca da concepção. Até pessoas mais educadas e esclarecidas acreditavam que as mães poderiam afetar o desenvolvimento dos ossos do feto com o pensamento.

O Dr. St.Andre viu "nascer" o décimo quinto coelho e concedeu entrevistas aos jornais. Mas outro doutor real, Cyriacus Ahler, não estava convencido. Diz que observou a mãe de coelhos com atenção: ela caminhava pela casa pressionando seus joelhos, como se tivesse medo de que algo pudesse cair. Mary Toft esperava que o rei lhe outorgasse uma pensão.

Ahlers investigou os coelhos, "filhos de Mary Toft". Tinham bolinhas de feno no estômago e algumas das partes dos coelhos tinham sido cortados por faca. Mas, tecnicamente Mary Toft deu à luz a coelhos. Durante meses, partes dissecadas de coelhos foram introduzidas em seu útero. Ela os mantinham por horas e, mais tarde, seu corpo expulsava os animaizinhos. A mãe dos coelhos foi desmascarada. E fez três confissões. Na primeira, negou a fraude. Na seguinte, disse que foi auxiliada pela esposa de um amolador de facas. Na última, envolveu a sogra.

Superbactérias: o fim do temor
Superbactérias: o fim do temor

16 de agosto de 3776, o dia em que restará apenas um japonês vivo

O Japão está construindo outra bomba. E desta vez não é atômica e nem saiu dos Estados Unidos. É a bomba demográfica que uniu uma população que envelhece a cada dia com a determinação dos jovens em não ter relações sexuais. Os jovens japoneses além de não aceitarem formar família, o sexo não lhes chama atenção. Em uma recente pesquisa, 42% dos homens e 44% das mulheres que não casaram, afirmaram que continuam virgens. Essa proporção de virgens está crescendo. Em 2010 era de 36% e 38%, respectivamente. Na sociedade japonesa, os jovens estão priorizando sua independência e tratam de distanciar dos "problemas" que podem trazer uma relação amorosa.

Há outro dado na pesquisa que corrobora a preocupação das autoridades japonesas - 70% dos homens e 60% das mulheres não estão nem mesmo namorando. A ideia é "desfrutar a vida", "gozar a liberdade" e "não mudar o estilo de vida atual".

A situação é tão alarmante que os economistas da Universidade de Tohoku, criaram um relógio digital para estimar o dia em que os japoneses serão extintos se tudo continuar como está. Projetam que no dia 16 de agosto de 3776, só restará um japonês vivo.

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