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Em Pauta

Verdades e mentiras sobre probióticos e iogurtes

Mário Sérgio Lorenzetto | 11/10/2019 08:30
Verdades e mentiras sobre probióticos e iogurtes

A moda diz que tomar "kefir" - uma bebida fermentada, um tipo de iogurte, originária das montanhas do Cáucaso - faz bem para a saúde dos intestinos e, mais importante, emagrece. Mas o kefir tem um concorrente muito mais rentável: o probiótico do supermercado e das farmácias. Se a modinha do kefir atinge apenas as brasileiras, o probiótico é mundial.
Probiótico significa vida. Toda uma hipérbole linguística para motivar o comprador. Comprar um produto que não passou pelo crivo das pesquisas científicas. Esse é o maior dos problemas do probiótico. Ao lado de um probiótico que passou pelas caras comprovações científicas, está outro que não passou por um só teste. Sobre o kefir, não há uma só evidência científica que autorize seu uso como alimento para emagrecimento.

Verdades e mentiras sobre probióticos e iogurtes

Probiótico serve para tudo.

Vendem. Vendem muito. Colocaram nas prateleiras shampoo que levam probiótico. Há loções pós-barba com probiótico. Desinfetantes. Cosméticos. Pasta de dente. E, acreditem, probiótico para combater caspa. Seria uma piada se não levasse o dinheiro de tantos incautos.

Verdades e mentiras sobre probióticos e iogurtes

Não servem para nada em pessoas sãs.

Em janeiro de 2016, NHS Choices, o maior portal de saúde da Inglaterra, revisou profundamente os estudos existentes para separar o "joio do trigo", a verdade da enganação. O resumo desse profundo estudo pode ser descrito: os benefícios comprovados envolvem a um número reduzido de transtornos relacionados com o aparelho digestivo. Aprovaram tão somente o uso de pouquíssimos probióticos para a diarreia do viajante, a síndrome do intestino irritável e a diarreia de crianças que tomaram antibiótico. E ponto final.
Está escrito com todas as palavras nesse estudo: "não faz efeito para perder peso". Também está escrito que não reforça o sistema imunológico, não serve para tratar a diarreia crônica, nem a dermatite atópica e tampouco a vaginose bacteriana.
Por outro lado, há uma imensa expectativa no mundo científico pelo potencial desses probióticos e iogurtes. A comunidade científica há dezenas de anos vem depositando esperanças que novos estudos venham algum dia descobrir algumas bactérias que servirão para determinados grupos de pessoas. Mas é só esperança.

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