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Manoel Afonso

‘ Londres, vice de Delcídio?’

Manoel Afonso | 14/02/2014 17:04

CALMA Escolher qual rumo tomar numa eleição não é como escolher o destino das férias. É coisa séria; implica em consequências incomensuráveis. Portanto não se deixe levar pelas aparências e alguns fatos expostos no dia a dia da mídia.

ATENÇÃO: Algumas datas devem ser observadas no contexto eleitoral e que ditarão o movimento das forças políticas envolvidas no processo. Por esse calendário, o jogo está zerado, ninguém é de ninguém oficialmente. Só flertes e acenos.

A PRIMEIRA data significativa é de 5 de Abril, quando André anunciará sua decisão de concorrer ou não ao Senado. Esse fato será o divisor de águas do processo, pois disso dependem várias candidaturas, composições e coligações partidárias.

ANUNCIADA a decisão pelo governador, estarão abertas as portas, janelas e porteiras partidárias até as respectivas convenções – entre 15 a 30 de junho. Teremos assim quase 3 meses, (a contar de 5 de abril) para se definir os rumos e nomes.

EFERVESCENTE Assim deve ser chamado esse período onde realmente candidaturas e coligações serão sacramentadas – antes nos bastidores - e depois nas convenções, cujo registro da ata poderá ocorrer até 5 de julho na Justiça Eleitoral.

DETALHE Esse prazo entre a realização da convenção e a efetiva entrega para registro da ata na Justiça Eleitoral é valiosa, pois é usado para os últimos ajustes na escolha de nomes. Até última hora tudo pode acontecer. Se pode!

EVIDENTE que os políticos já trabalham com perspectivas e sinalizam vontades nem sempre viáveis – quer pelas resoluções partidárias nacionais ou pela falta de ambiente receptivo, também visto como incoerente aos olhos da opinião pública.

PERSONAGENS: André, Delcídio, Nelsinho, Londres, Schimidt, Murilo e Azambuja compõem o cenário. Uns com maior, outros com menor peso, dependendo do caminho escolhido, serão os fieis da balança, beneficiados ou prejudicados.

ANDRÉ O mais tranquilo dos candidatos ao senado. Com o anunciado apoio a Dilma, independentemente da candidatura de Nelsinho, pode liberar inclusive Giroto para vice de Delcídio, tendo-se em vista que o PR é aliado do PT em nível nacional.

LONDRES Poderia ser ele o vice de Delcídio. Experiente, transita bem no Cone Sul, voz presente em Dourados e sem rejeição com a ala de Zeca do PT. Teria papel de articulador político para agregar forças e aparar arestas no governo.

SCHIMIDT Ainda espera pela resposta do juiz Odilon para que seja o candidato ao governo pelo PDT. Mas Dagoberto diz publicamente que está comprometido com André. A previsão é que o PDT deva ser apenas acompanhante.

MURILO Agregaria a região Sul que sonha em eleger um governador? Surpreendeu como candidato ao Senado: perdeu em Dourados, bateu Moka na capital. Pode se juntar a Azambuja e construir o palanque local de Eduardo Campos e Aécio.

AZAMBUJA Impedido de juntar-se ao PT poderia se unir a Nelsinho ou até a Murilo pregando a renovação. A ideia é interessante com respaldo no que se desenha em nível nacional pelo PSDB e PSB. Dois caminhos perfeitamente viáveis.

A PROPÓSITO Selada a aliança Murilo e Azambuja, a candidatura de Londres como vice de Delcídio ganharia força, pois iria se contrapor à essa chapa exatamente na sua base mais forte situada na Grande Dourados e o Cone Sul. Concorda?

NELSINHO O vexame de Bernal passa a ajudá-lo diante das comparações inevitáveis. Tem a seu favor o bom desempenho do PMDB nas eleições estaduais, mas precisa se aproximar mais de André, dos deputados, prefeitos e vereadores.

DELCÍDIO Só ele pode salvar o PT da derrota. Mas precisa atrair partidos com eleitores de outro perfil e ao mesmo tempo distanciar-se de Bernal, que ficou leproso politicamente - hoje uma figura desinteressante para qualquer candidato.

QUESTÕES: As alterações no cenário político, social e financeiro refletirão até que ponto na sucessão estadual? A contundência e indignação de Aécio e Eduardo Campos podem radicalizar e transformar as eleições em plebiscito anti-PT?

ACUADO Embora no poder, o PT sofre desgastes de toda ordem. A condenação dos mensaleiros inibiu o discurso da moralidade e as comparações entre os gastos da Copa e a carência na Saúde e em outras áreas prioritárias serão inevitáveis.

CRÍTICAS De todos os nomes, apenas Azambuja criticaria o Planalto de forma mais contundente. Mas teria o escopo para transmitir e convencer? Nessa hora valem a experiência, o carisma, a imagem, o discurso e o embasamento cultural.

GASTOS Nem todos os leitores tem ideia do custo de uma candidatura. Não se faz uma campanha para a AL com menos de R$2 milhões e estima-se em R$10 milhões o valor para chegar a Câmara Federal. Para o Senado então, uma loucura.

‘MISTÉRIO’ É velho o ditado: “dinheiro de colchão não ganha eleição”. Os políticos profissionais não admitem gastar recursos do patrimônio pessoal e se viram para captar recursos junto a empresas beneficiadas por suas ações administrativas.

PERGUNTAS no saguão da Assembleia Legislativa: “ Será que Murilo estaria disposto a gastar parte de seu admirável patrimônio, a exemplo de Azambuja com suas fazendas de soja?” Os mais íntimos de ambos juram: jamais!

Eu quase de nada sei. Mas desconfio de muita coisa.” (Guimarães Rosa)

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