Bugio morre em telhado e vira caso de polícia contra poder público
Proprietária da casa diz que nenhum órgão público se compromete a retirar o animal silvestre
Sem saber mais para quem recorrer, a pesquisadora Dolores Coutinho registrou um boletim de ocorrência por prevaricação de vários órgãos públicos de Campo Grande, nesta quarta-feira (13). Tudo começou quando um bugio morreu no forro da sua casa, no Residencial Maria Aparecida Pedrossian, há pelo menos uma semana, e ela não conseguiu ajuda para retirada do animal.
RESUMO
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A pesquisadora Dolores Coutinho registrou um boletim de ocorrência por prevaricação contra diversos órgãos públicos de Campo Grande após a morte de um bugio no forro de sua casa. Apesar do forte odor e do risco de contaminação, nenhum órgão, incluindo a Solurb, CCZ, Polícia Militar Ambiental e Corpo de Bombeiros, assumiu a responsabilidade pela remoção do animal. A pesquisadora alega que a falta de ação dos órgãos públicos coloca em risco a saúde da população e do meio ambiente, e que o caso evidencia a ineficiência e a falta de comunicação entre os setores públicos.
Pelo Direto das Ruas, alguns vizinhos relataram que o forte odor da decomposição do animal infestou o bairro, a ponto de uma vizinha idosa precisar sair da própria residência. A última pessoa que avistou o bugio vivo fez uma foto dele, no último dia 7, ao lado da casa de Dolores.
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"A senhora que trata dos gatinhos, da residência ao lado, me comunicou do mau cheiro e viu moscas saindo do telhado. Depois de acionar vários órgãos por mais de 24h, consegui um 'faz tudo' para subir lá, que constatou a existência de um animal preto, grande, em decomposição, fez uma imagem e se retirou", compartilhou a pesquisadora.
Ela não deixou o terceirizado fazer a remoção por medo dele ser contaminado por algum tipo de zoonoses. A Solurb foi acionada, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros e até a Ouvidoria da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), mas nenhuma das pessoas que conversaram com Dolores apontaram uma solução. Tudo está registrado.
"O mais revoltante é o jogo de empurra e o fato de, a cada hora, aumentar o risco desse animal transmitir doenças ou desencadear risco para pessoas e animais domésticos. Sempre há animais silvestres no bairro. No caso específico, sempre pequenos macacos procuram alimento nas casas", relata.
Orientada por um advogado, ela foi até a Depac-Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Integrado de Polícia Especializada) registrar um boletim de ocorrência por prevaricação, que é quando um funcionário ou servidor deixa de cumprir alguma obrigação.
A reportagem questionou a Solurb e a PMA sobre o caso, que afirmaram não serem responsáveis pela retirada. "Só fazemos captura e resgate de animal silvestre vivo; quando é caso de animal atropelado em via pública e vem a óbito quem faz o recolhimento é a Solurb".
Em nota enviada ao Campo Grande News, a Secretaria Municipal de Saúde disse que o CCZ realiza o recolhimento de animais mortos para coleta de exames em até 24 horas após o óbito.
"Após esse período, a SESAU orienta a população a realizar o descarte adequado dos animais junto à concessionária responsável pela gestão de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos do Município de Campo Grande. A SESAU reforça que, nesses casos, não há risco de transmissão de zoonoses para humanos".
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