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Economia

A cada dez campo-grandenses, um admite não conseguir pagar dívidas

Estudo da CNC indica queda no número de devedores na Capital; cartão de crédito e carnês seguem como maiores vilões do orçamento

Humberto Marques | 08/05/2019 16:12
Capital também registrou queda no número de devedores, aponta pesquisa. (Foto: Arquivo)
Capital também registrou queda no número de devedores, aponta pesquisa. (Foto: Arquivo)

Mais da metade dos consumidores campo-grandenses afirmam ter dívidas e, deste total, 27,6% confirma que os compromissos estão atrasados. Os percentuais constam na Peic (pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), a qual ainda destaque que 10,6% dos inadimplentes já admite não pagar as dívidas –ou seja, a cada dez devedores, um reconhece ser obrigado a dar o “calote”.

Apesar do indicador, o levantamento, realizado com acompanhamento da Fecomércio-MS (Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul) traz algumas boas notícias. Os índices de endividamento vêm caindo desde o início do ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Além disso, aqueles que dizem não ter dívidas são 46% da clientela.

Em abril, último mês do estudo, o total de endividados representava 53,9% do total de famílias da cidade, ou 166.518. Aqueles com contas em atraso perfizeram 27,4% (84.502) e os que não terão condições de pagar os débitos, 10,6% (32.816). Considerando apenas o universo de endividados (as pouco mais de 166 mil famílias), metade (50,7%) estão com contas em atraso e 38,8% não terão condições de pagar.

Dentre estas pessoas, os muito endividados perfazem 12,4% dos entrevistados, e os com poucas dívidas 18,3%.

Pesquisa mostra retração no número de devedores. (Imagem: Fecomércio-MS/Reprodução)
Pesquisa mostra retração no número de devedores. (Imagem: Fecomércio-MS/Reprodução)

Em janeiro, o percentual de endividados chegava a 59,1%, com 33,3% com contas em atraso e 15,5% sem condições de efetuar os pagamentos. Em fevereiro, a opção pelo calote já chegava a 18,2%, com 58,6% da população, pela projeção, reconhecendo ter dívidas.

Na comparação com março, o total de endividados também recuou, chegando a 57,1%.

“A cada mês percebemos uma redução no índice de endividamento e isso é positivo. O número de endividados com conta em atraso e os que não terão condições de pagar a dívida também diminuíram, demonstrando assim que o consumidor tem conseguido pagar suas dívidas e está retomando o poder de compra”, considerou o presidente do IPF-MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Fecomércio-MS), Edison Araújo.

Vilões – O cartão de crédito continua como a principal fonte de dívidas da população. Ele representa 68% do total de dívidas, tendo menos peso para famílias com renda de até dez salários mínimos (66,3%) do que para quem ganha acima disso (76,3%).

Em segundo lugar aparecem os carnês, correspondendo a 27,9% das dívidas (28,2% para quem ganha menos de dez salários mínimos e 26,3%) para quem ganha mais. Os financiamentos também têm mais peso para as famílias de maior renda: 10,5% dizem ter débitos com a compra de casas e igual percentual em relação a imóveis –na parte baixa do rendimento, os índices são de 5,8% e 8,3%, respectivamente.

Cartão de crédito segue como principal fator de endividamento. (Imagem: Fecomércio-MS/Divulgação)
Cartão de crédito segue como principal fator de endividamento. (Imagem: Fecomércio-MS/Divulgação)

As famílias que ganham até dez mínimos também se destacam pela maior busca ao crédito pessoal, com 7,4% delas tendo dívidas nesse patamar (ante 2,6% no outro grupo). Em média, essa dívida representa 6,6% do total.

Ainda entre os endividados, 23,6% esperam pagar ao menos parte da dívida no próximo mês, e 16,9% querem a liquidar.

Os inadimplentes, em maioria, têm dívidas há mais de 90 dias (37,4%), contra 26,2% que deixaram de efetuar as quitações no período de um a três meses e 15,5% que devem há “apenas” 30 dias.

A Peic ainda mostra que o endividamento maior ocorre em longo prazo. Dentre os devedores, 34,1% afirmou estar comprometido com o débito por mais de um ano, e 13,4% por período entre seis meses e um ano.

Dívidas de curto prazo correspondem a 17,2% –índice de pessoas que esperam se livrar dos débitos em até três meses–, e de 14,3% entre três e seis meses.

OS entrevistados, em maioria, também afirmam que as dívidas correspondem a um percentual entre 11% e 50% de sua renda (57,5% dos endividados). Apenas 3,7% têm mais da metade dos rendimentos atrelados às obrigações, enquanto 15,7% confirma dever até 10% da renda mensal

A pesquisa foi realizada nos últimos dez dias de março, estendendo-se a 500 famílias de Campo Grande. Nacionalmente, o estudo é realizado desde janeiro de 2010 reunindo cerca de 18 mil consumidores.

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