Banco Central mantém taxa básica de juros em 15%
Copom decide por unanimidade segurar Selic no maior nível em quase 20 anos; cortes só em 2026
Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) manteve nesta quarta-feira (5) a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. A decisão, tomada por unanimidade, ocorreu durante reunião em Brasília e foi motivada pela incerteza econômica global e pela inflação ainda acima da meta. Este é o terceiro encontro consecutivo em que o colegiado decide não alterar os juros.
RESUMO
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O Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, conforme decisão unânime do Comitê de Política Monetária em reunião realizada em Brasília. Esta é a terceira vez consecutiva que a taxa permanece inalterada, sendo o maior patamar desde julho de 2006. A decisão foi motivada pela instabilidade do cenário internacional e pela inflação acima da meta. O IPCA acumula alta de 5,17% em 12 meses, superando o teto estabelecido de 3%. O ministro Fernando Haddad defende redução dos juros, mas mercado prevê cortes apenas em 2026.
Em comunicado, o BC afirmou que o cenário internacional segue instável, com reflexos da política econômica dos Estados Unidos nas condições financeiras globais. A nota destaca que o momento “exige cautela” na condução da política monetária e reforça que a manutenção da Selic por período prolongado é necessária para garantir a convergência da inflação à meta.
A taxa de 15% é a mais alta desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano. A Selic passou a ser elevada em setembro de 2024, após atingir 10,5% em maio do mesmo ano, e desde então vem sendo mantida nesse patamar. O BC não descarta novos aumentos caso as condições econômicas se deteriorem.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta semana a redução dos juros, argumentando que o patamar elevado limita o crescimento econômico. No entanto, o mercado financeiro já esperava a decisão do Copom e prevê o início do ciclo de cortes apenas em janeiro de 2026.
A Selic é o principal instrumento do BC para conter a inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em setembro, o índice subiu 0,48% e acumulou alta de 5,17% em 12 meses, acima do teto da meta contínua, fixada em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. A prévia de outubro, o IPCA-15, mostrou desaceleração devido à queda no preço dos alimentos.
No último Relatório de Política Monetária, divulgado em setembro, o BC reduziu para 4,8% a previsão de inflação em 2025. O boletim Focus, divulgado na segunda-feira (3), aponta expectativa de 4,55%, levemente acima do limite da meta. O documento também projeta crescimento de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 9 e 10 de dezembro.
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