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Economia

Chuva afasta campo-grandense das ruas e afeta vendas ao ar livre

Mês de novembro já registrou 170,8 mm, 46,2% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Anahi Gurgel | 23/11/2017 10:16
Em tarde chuvosa, Jeferson nem espalhou muitas mesas e cadeiras no pátio. "Clientes preferem ficar em casa". (Foto: Paulo Francis)
Em tarde chuvosa, Jeferson nem espalhou muitas mesas e cadeiras no pátio. "Clientes preferem ficar em casa". (Foto: Paulo Francis)

Em pouco mais de 20 dias do mês de novembro, choveu em Campo Grande mais de 80% do esperado para todo o mês e 46,2% a mais  que novembro inteiro no ano passado. O "aguaceiro" de quase todo dia tem impacto direto na vida das pessoas e, particularmente, de quem trabalha ao ar livre. 

Em lanchonetes, quiosques de chopp, de água de coco e açaí e mesmo nos “animados” grupos de corrida, o movimento da clientela teve queda de até 50%, se comparado aos meses de setembro e outubro. 

“O estabelecimento é parcialmente coberto, muito aberto. Isso espanta a clientela. Já caiu mais da metade o movimento neste mês, quando a chuva começou", calcula a gerente comercial Paula Solano de Paula, 32.

“Já pensamos em deixar a estrutura mais fechada, pois nesse período até pode ser uma desvantagem, mas optamos por manter assim porque no calor compensa bastante”, explica.

Quem também já observa menor procura pelos fregueses é Jeferson Soares da Silva, 32, funcionário de um trailer de sucos e açaí bem em frente à entrada principal do Parque das Nações Indígenas.

Mesas e cadeiras vazios na tarde de terça-feira (21), nos altos da Afonso Pena. Redução de até 50% no movimento. (Foto: Paulo Francis)
Mesas e cadeiras vazios na tarde de terça-feira (21), nos altos da Afonso Pena. Redução de até 50% no movimento. (Foto: Paulo Francis)

“Se a chuva chega e as pessoas já pagaram pelo produto, até esperam. Mas se ainda não pagaram, elas desistem do pedido e vão embora correndo, porque aqui não tem onde se esconder”, ressalta.

Perto dali, Kedson Lino Rocha, 21, afirma que a diminuição nas vendas foi de 50%. Pessoal tem preguiça nesse tempo. Quem decide vir e a chuva chega, espera o pedido no carro”, relata o atendente de um trailer de lanches.

E foi em uma tarde chuvosa, na última terça-feira (21), que encontramos as “corajosas” amigas
Keyller Martins e Naiara Odorico Rangel, ambas de 32 anos, professora e secretária, respectivamente.

“Ela me chamou e eu perguntei: vamos lá mesmo?? Estamos numa boa, mas de olho no céu; se chover corremos pro carro e iremos curtir preguiça”, diz Keyller, sorrindo.

Corajosas, amigas decidiram tomar um suco em frente ao Parque das Nações Indígenas. "Se chover, a gente corre pro carro". (Foto: Paulo Francis)
Corajosas, amigas decidiram tomar um suco em frente ao Parque das Nações Indígenas. "Se chover, a gente corre pro carro". (Foto: Paulo Francis)

Até os esportistas? Outra turma que prefere ficar em casa quando está chovendo são os corredores de rua, que geralmente se reúnem em parques da cidade.

“Se o aluno já está na rua correndo e a chuva começa, ele até continua o treino. Mas se a chuva chega antes da atividade, ele desiste. Poucos vão treinar em academia... bem poucos”, enfatiza o treinador Rudnei Souza Alves, 37.

Proprietário de uma empresa de corrida, ele explica que quando há raios e trovoadas, mesmo sem chuva, o treino é cancelado por motivo de segurança. “Mas que tem uma tal de "preguicite" no campo-grandense, tem muita”, acredita, bem-humorado.

De acordo com o Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul), o acumulado de chuva até quarta-feira (22) foi de 170,8 milímetros, o que correspondendo a 82% do esperado para o período, que é de 206,5 mm.

O mês nem acabou, e já representa 46,2% a mais do que todo novembro do ano passado, segundo informou a coordenadora do Cemtec, Franciane Rodrigues.

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