Chuva afasta campo-grandense das ruas e afeta vendas ao ar livre
Mês de novembro já registrou 170,8 mm, 46,2% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Em pouco mais de 20 dias do mês de novembro, choveu em Campo Grande mais de 80% do esperado para todo o mês e 46,2% a mais que novembro inteiro no ano passado. O "aguaceiro" de quase todo dia tem impacto direto na vida das pessoas e, particularmente, de quem trabalha ao ar livre.
Em lanchonetes, quiosques de chopp, de água de coco e açaí e mesmo nos “animados” grupos de corrida, o movimento da clientela teve queda de até 50%, se comparado aos meses de setembro e outubro.
“O estabelecimento é parcialmente coberto, muito aberto. Isso espanta a clientela. Já caiu mais da metade o movimento neste mês, quando a chuva começou", calcula a gerente comercial Paula Solano de Paula, 32.
“Já pensamos em deixar a estrutura mais fechada, pois nesse período até pode ser uma desvantagem, mas optamos por manter assim porque no calor compensa bastante”, explica.
Quem também já observa menor procura pelos fregueses é Jeferson Soares da Silva, 32, funcionário de um trailer de sucos e açaí bem em frente à entrada principal do Parque das Nações Indígenas.

“Se a chuva chega e as pessoas já pagaram pelo produto, até esperam. Mas se ainda não pagaram, elas desistem do pedido e vão embora correndo, porque aqui não tem onde se esconder”, ressalta.
Perto dali, Kedson Lino Rocha, 21, afirma que a diminuição nas vendas foi de 50%. Pessoal tem preguiça nesse tempo. Quem decide vir e a chuva chega, espera o pedido no carro”, relata o atendente de um trailer de lanches.
E foi em uma tarde chuvosa, na última terça-feira (21), que encontramos as “corajosas” amigas
Keyller Martins e Naiara Odorico Rangel, ambas de 32 anos, professora e secretária, respectivamente.
“Ela me chamou e eu perguntei: vamos lá mesmo?? Estamos numa boa, mas de olho no céu; se chover corremos pro carro e iremos curtir preguiça”, diz Keyller, sorrindo.

Até os esportistas? Outra turma que prefere ficar em casa quando está chovendo são os corredores de rua, que geralmente se reúnem em parques da cidade.
“Se o aluno já está na rua correndo e a chuva começa, ele até continua o treino. Mas se a chuva chega antes da atividade, ele desiste. Poucos vão treinar em academia... bem poucos”, enfatiza o treinador Rudnei Souza Alves, 37.
Proprietário de uma empresa de corrida, ele explica que quando há raios e trovoadas, mesmo sem chuva, o treino é cancelado por motivo de segurança. “Mas que tem uma tal de "preguicite" no campo-grandense, tem muita”, acredita, bem-humorado.
De acordo com o Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul), o acumulado de chuva até quarta-feira (22) foi de 170,8 milímetros, o que correspondendo a 82% do esperado para o período, que é de 206,5 mm.
O mês nem acabou, e já representa 46,2% a mais do que todo novembro do ano passado, segundo informou a coordenadora do Cemtec, Franciane Rodrigues.