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Capital

Em audiência, pai diz que tapa foi "faísca" para assassinar a esposa e a filha

Apesar de alegar briga o descontrolou, João Borges admitiu que já tinha pensado em matar a companheira

Por Clara Farias e Gabi Cenciarelli | 12/08/2025 16:11
Em audiência, pai diz que tapa foi "faísca" para assassinar a esposa e a filha
Pai na sala de parto, com a filha no colo e Vanessa ao fundo (Foto: Redes sociais)

O réu João Augusto Borges, 25, foi ouvido durante a primeira audiência do duplo feminicídio que vitimou sua companheira, Vanessa Eugênia Medeiros, 23, e a filha, Sophie Eugênia, 10 meses. Em seu depoimento, João afirmou não ter problemas mentais, mas que perdeu a cabeça após um tapa de Vanessa.

RESUMO

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João Augusto Borges, 25, confessou o duplo feminicídio da companheira Vanessa Eugênia Medeiros, 23, e da filha Sophie Eugênia, de 10 meses. Em audiência, alegou ter perdido a cabeça após um tapa da vítima, mas admitiu premeditação, afirmando que o tapa foi o estopim para o crime que já havia planejado. Borges estrangulou Vanessa com um colar na frente da filha e, em seguida, também estrangulou a criança. Após o crime, Borges ocultou os corpos, foi trabalhar, procurou atendimento médico por uma mordida de Vanessa e registrou o desaparecimento das vítimas na delegacia. A defesa tentou levantar a questão de um suposto perfil da vítima em site adulto, mas o juiz barrou a linha de questionamento. Borges pediu perdão a Deus e às famílias, alegando não se lembrar de ter matado a filha.

"Não tenho nenhum problema mental; ela me deu o tapa e eu perdi a cabeça", disse. O réu alegou que o tapa aconteceu quando ele tentou se despedir da vítima com um beijo antes de voltar ao trabalho.

Apesar de alegar que o tapa de Vanessa o descontrolou, João admitiu que já tinha pensado em matar a companheira. Quando questionado se o tapa de fato o estressou tanto, o réu confirmou a premeditação.

"Eu tinha pensado, mas não estava querendo colocar em prática. Eu tava me segurando, mas o tapa foi a faísca", disse. Ele confirmou que a ideia de matar a vítima e a filha já existia e que o tapa apenas o fez agir.

João Augusto alegou que não queria matar a filha, mas que foi um ato de descontrole. "Eu não tive controle, eu não queria matar ela, eu queria cuidar dela... mas eu não conseguia enxergar com amor", disse. Ele negou que o motivo para o crime fosse o fato de não querer pagar pensão, contradizendo o depoimento que deu ao ser preso, em 27 de maio.

O réu contou que usou o colar de Vanessa para estrangulá-la, na frente da filha. Depois, "não teve controle do meu corpo" e também estrangulou a criança.

Após o crime, João levou os corpos das vítimas no porta-malas do carro para uma área no Indubrasil que, segundo ele, não conhecia. O objetivo, afirmou, era ocultar os corpos. Em seguida, o réu foi ao trabalho, onde pediu para ir a um posto de saúde por conta de uma mordida de Vanessa.

Depois, ele saiu do posto e foi à delegacia registrar o desaparecimento das vítimas. Ele confessou que a intenção era ocultar a autoria do crime. João disse que o assassinato, a ida ao trabalho, o curativo e a ocultação dos corpos aconteceram em um período de duas horas, e que, nesse tempo, "eu não consegui ter meu controle, eu estava reassistindo os meus atos". O réu se recusou a responder a perguntas da promotoria, aceitando apenas as dos seus advogados.

O advogado de defesa de João Augusto tentou questionar o réu sobre um suposto perfil da vítima em um site de conteúdo íntimo. O juiz interrompeu a pergunta, considerando uma tentativa de revitimizar a vítima e sem relação com o crime.

Em seu depoimento, João negou ter planejado o assassinato. "Não, tinha pensado só no caso, mas não tinha intenção de fazer", disse, contradizendo o que havia afirmado anteriormente.

Em audiência, pai diz que tapa foi "faísca" para assassinar a esposa e a filha
João beijando a filha que matou esganada no dia 26 de maio (Foto: Reprodução)

O réu descreveu Vanessa como uma pessoa "amorosa, mas explosiva", que "qualquer coisinha ela discutia". Ele ainda contou que, no dia do crime, a vítima teria reclamado de ele ter esquecido de comprar algo no mercado, o que, para ele, era "motivo de discussão".

João Augusto pediu perdão a Deus e às famílias das vítimas e afirmou não se recordar de ter matado a filha. "Quero pedir perdão a Deus, a família dela, a minha família, era a única e primeira neta de sangue, só desculpa", disse.

Ele detalhou que Vanessa o mordeu na mão durante a briga para tentar impedi-lo, mas que não sentiu nada na hora, apenas viu a mordida depois. Ele disse que estava "nervoso, ela veio com discussão. Ela fui dar um beijo, ela me deu um tapa e me abraçou". Sobre a filha, ele alegou que não se recorda do momento do assassinato: "Nada, só quando ela já estava do lado dela", finalizou o réu.

Em audiência, pai diz que tapa foi "faísca" para assassinar a esposa e a filha
Local onde os corpos foram encontrado (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

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