Cachoeiras, trilhas, eventos e sabores provam que Capital é forte no turismo
Campo Grande une gastronomia de várias nacionalidades, ecoturismo e negócios em um só destino; veja quais
Trilhas, cachoeiras, passeios contemplativos e gastronomia pantaneira. Tudo isso é possível em Campo Grande ou a poucos quilômetros da área central. Ainda que muitas vezes seja vista apenas como ponto de passagem para destinos consolidados como Bonito ou o Pantanal, a capital tem vocação própria para turismo, ecoturismo, turismo rural e até para o turismo de negócios.
RESUMO
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Campo Grande revela-se como destino turístico completo, oferecendo desde trilhas e cachoeiras até experiências gastronômicas típicas a poucos quilômetros do centro. A capital sul-mato-grossense destaca-se no turismo rural, ecoturismo e turismo de negócios, com iniciativas que unem empresários e órgãos públicos. A cidade conta com atrativos como a Fazenda São Clemente, com suas sete cachoeiras, e o quilombo Furnas do Dionísio, que promove turismo de base comunitária. O setor de eventos também se fortalece, com a Convention & Visitors Bureau trabalhando para aumentar o tempo de permanência dos visitantes na capital.
Para alguns profissionais do setor, o momento é descrito como um “alinhamento de planetas”, em que empresários, iniciativas privadas, órgãos estaduais e municipais têm cooperado para promover Campo Grande não apenas para quem vem de fora, mas também para aqueles que já estão aqui e ainda não conhecem as experiências ligadas à natureza, à cultura local, às tradições quilombolas e outras.
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A começar pelo turismo rural: a 40 minutos do centro de Campo Grande, Israel Pereira e sua família abriram as portas da Fazenda São Clemente para receber visitantes aos finais de semana e feriados. Fundada em 1947, a propriedade conta com sete cachoeiras, diversas trilhas e muita natureza.

Esse é o principal atrativo do local, somado ao café da manhã típico, que inclui alguns produtos produzidos na própria fazenda, como sopa paraguaia, queijo caipira, doces e outros. O trabalho com turismo rural começou em 2022 e vem sendo aprimorado desde então pela família.
Israel comenta que o desejo de abrir a porteira para que outros conhecessem tudo o que a propriedade oferece era antigo. “A iniciativa foi minha porque, quando meus filhos eram jovens, vinham com os colegas aqui, tomavam banho de cachoeira e ficavam admirados. Eu sempre tive essa vontade até que um dia chegou e eu abri”, relata.
O proprietário explica que a logística é restrita aos finais de semana e feriados, com controle diário do número de visitantes para que a experiência junto à natureza não seja comprometida. “A gente controla um pouco porque a cachoeira é rochosa, então temos o máximo de 20 pessoas por segurança. A trilha é guiada, controlamos para que fiquem mais à vontade, preferimos receber menos pessoas, mas com segurança”, pontua.
Alguns dos percursos que os visitantes podem fazer são: “Passarela da Lagoa Escura”, “Caminhada na Mata Assombrada”, “Descida do Angelin”, “Pedra do Urso”, “Gruta do Morcego”, “Cachoeira Bela” e “Cachoeira Protegida”. Outro ponto alto do passeio é o mirante, com vista privilegiada para o pôr do sol.
Além de ser uma boa opção para um bate-volta, o espaço também conta com área de camping. Esses e outros serviços, segundo Israel, são bastante procurados por moradores de Campo Grande, Dourados e Sidrolândia. Embora não saiba quantificar, ele garante que visitantes da Bahia e de São Paulo já passaram pela fazenda.
Nos últimos três anos de atividade, Israel avalia como boa a procura pelo turismo rural, apontando como único entrave a divulgação. “O turismo tem crescido bem, o pessoal procura. Eles ficam admirados de ser tão perto de Campo Grande e não conhecerem. Falta maior divulgação para levar ao conhecimento do público”, afirma.
Quem quiser saber sobre o passeio pode procurar Israel pelo WhatsApp: (67) 99800-651 e (67) 9900-2081.
Mellanie Mell, gestora em turismo e guia, é especialista em turismo de aventura e uma das responsáveis pela Trilha Extrema, agência com uma década de atuação no estado.
Na visão dela, a capital vem se revelando um terreno fértil para o turismo de natureza, onde já são ofertadas algumas experiências pela agência. Ela cita algumas das alternativas disponíveis ao público. “A Trilha Extrema está há 10 anos no mercado. Temos várias atividades, como caminhada, caminhada contemplativa, tanto para iniciantes quanto para quem gosta de praticar montanhismo, observação de fauna e flora, e outras mais extremas, como rapel e atividades verticais”, explica.

Em Campo Grande, a Cachoeira do Inferninho é um dos roteiros promovidos pelo grupo para a prática de rapel. Com 30 metros de queda, a atividade está entre as mais procuradas pelos sul-mato-grossenses. A gestora esclarece que as atividades também abrangem outras cidades.
“A gente tem trabalhado desenvolvendo roteiros próximos de Campo Grande, Sidrolândia, Jaraguari, Rio Negro e Corguinho. São municípios que oferecem turismo de natureza”, completa. O público é formado majoritariamente por moradores de Campo Grande e de outras cidades de Mato Grosso do Sul.
Um dos grandes diferenciais de Campo Grande é a integração entre o ambiente urbano e a natureza, uma característica que se reflete nos diversos atrativos presentes dentro da própria cidade, conforme destaca a guia de turismo. “Campo Grande trabalha dentro de um cenário urbano e ao mesmo tempo natural, temos o maior parque urbano da América Latina que é o Parque das Nações, temos o aquário”, declara.
Em parceria com outras operadoras de turismo fora do Centro-Oeste, a Trilha Extrema tem conseguido atrair visitantes para roteiros variados que incentivam a permanência de mais de um dia na cidade. O serviço, que inicialmente cresceu por meio da propaganda “de boca em boca”, hoje já está consolidado e bastante procurado.
Ao comentar sobre os desafios e oportunidades para o setor, Mellânie aponta dois aspectos importantes. O primeiro refere-se às mudanças climáticas que vêm ocorrendo nos últimos dois a três anos. Ela explica que o período de inverno tem causado impactos, e que a época seca, especialmente em agosto, exige cuidados redobrados para quem deseja explorar a natureza. “Por isso, sempre orientamos e informamos nossos clientes de forma detalhada”, afirma.
O segundo aspecto diz respeito ao marketing. Segundo ela, uma divulgação mais ampla e estruturada seria fundamental para aumentar a visibilidade do turismo local e garantir maior repercussão em outros estados. “Essa divulgação, isso seria o ponto de apoio para que o trabalho do turismo seja mais visível, essa repercussão para o resto dos estados", pontua.
Quilombo em Movimento - A 47 km da Capital, em Jaraguari, Furnas do Dionísio é um excelente exemplo de turismo de base comunitária. Com eventos consolidados, como o Festival Anual da Rapadura, a Festa do Dia da Consciência Negra e a Festa de Nossa Senhora Aparecida, a comunidade quilombola mostra aos visitantes suas tradições, cultura, estilo de vida e valores, proporcionando uma experiência autêntica.
Para fomentar o turismo em Furnas do Dionísio, a associação criou o grupo “Quilombo em Movimento” em agosto de 2023, com ênfase no âmbito do Turismo de Base Comunitária e do Afroturismo.
A coordenadora do grupo Quilombo em Movimento de Furnas do Dionísio, Vera Quilombola, fala a respeito dos princípios que a comunidade não abre mão desde que começou a atuar no setor. “É importante salientar que buscamos um turismo que respeite nosso modo de viver, respeite a natureza, não agrida o meio ambiente. Defendemos um turismo de base, consciente e sustentável”, declara.
Nos primeiros momentos da iniciativa, a comunidade recebeu apoio da prefeitura e firmou parceria com a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). “Temos apoio do SENAR com consultoria técnica de turismo, algumas capacitações e cursos. Recebemos palestras pelo Sebrae”, completa.
Além disso, a Secretaria de Estado de Cidades, por meio da Subsecretaria de Políticas para Promoção da Igualdade Racial, promoveu o Congresso de Afroturismo com diagnóstico de roteiros.
A associação também busca realizar treinamentos, cursos e capacitações. Em 2025, as principais atividades desenvolvidas pelo Quilombo em Movimento incluem almoço caipira quilombola, acesso ao rio e à cachoeira, camping e aluguel de casas de campo para hospedagem. Já os roteiros oferecidos para grupos abrangem passeios históricos e culturais, roda de conversa, visita à agroindústria, apresentação cultural, almoço caipira quilombola, apresentação da mesa “Caminho da Rapadura”, acesso ao rio e às quedas d’água.
De acordo com Vera, os visitantes chegam com curiosidade às Furnas do Dionísio. “Eles buscam a nossa história, querem entender como chegamos aqui e como estamos vivendo até hoje. Também adoram nossa gastronomia, que é o nosso carro-chefe”, fala.
E o interesse dos visitantes gera ganhos importantes para a comunidade quilombola. “O turismo tem sido um aliado fundamental no fomento da renda dos quilombolas. Nosso grupo é composto por 80% de mulheres, mães solos e jovens”, esclarece Vera.
Além da contribuição direta, o turismo também traz benefícios indiretos, fortalecendo a economia local e valorizando a cultura tradicional da região. “Ele contribui tanto para quem trabalha diretamente com os visitantes, oferecendo passeios e compartilhando nossa história, quanto para os(as) produtores(as) que vendem suas produções para os restaurantes ou para os turistas”, complementa.
Em um cenário de coisas boas, Vera não deixa de destacar que ainda há muito para melhorar. “O primeiro é o recurso financeiro para investir nos atrativos. O segundo é a falta de respeito que sofremos, pois alguns visitantes acham que aqui deveria ser livre para o público usar, não respeitam as normas do local e nos desrespeitam, muitas vezes até com racismo estrutural”, expõe.
Pensando no futuro e no desenvolvimento do turismo, a coordenadora revela metas altas, como trabalhar com outras redes de quilombo e fazer de Furnas do Dionísio uma referência no segmento. “Pretendemos, em 5 anos, ser modelo de Turismo de Base Comunitária e Afroturismo em MS, e em 10 anos estar entre os quilombos do Brasil que representam esse segmento”, enfatiza.
Quem deseja saber mais sobre os passeios e visitas pode procurar a coordenadora no WhatsApp (67) 9316-7313.
Sem ser pelo projeto, em Furnas, Marcilene Martins também faz sua parte, mas com foco no turismo rural. Há dez anos, a quilombola está à frente do Restaurante Bar da Cachoeira. “Trabalhamos sábado, domingo e feriados. No local, temos refeições, bebidas e o banho da cachoeira. Espero futuramente deixar esse ramo para as filhas e netos para que tenha continuidade em família”, conta.
O Rancho do Vô Nido é uma boa opção de bate-volta para quem gosta de curtir a natureza em Furnas do Dionísio. Desde 2020, Onildo Barbosa da Silva abre as portas da propriedade onde recebe os visitantes com churrasco e comida caseira. O lugar funciona exclusivamente nos finais de semana e feriados, com day use, onde os pratos caipiras são os principais destaques.
Fora da comunidade quilombola, mas ainda em Jaraguari, o turismo rural conta com um representante: o Sítio Harmonia. O espaço serve café da manhã pantaneiro, onde o público pode saborear o famoso quebra-torto, feito com carne soleada, arroz carreteiro e ovo frito.
Outras opções incluem bolo caseiro, geleias, doce de leite, coalhada, pão de milho, pão caseiro, café e outros produtos produzidos no local. Após o café da manhã, é possível ficar à vontade para conhecer a natureza da região, a capela, a horta, aproveitar a gangorra, o balanço, o redário e visitar a criação de gansos, marrecos, galinhas e até cabras.
Também são oferecidos almoços caipiras, hospedagem em suíte rural, camping e a experiência de um dia do Projeto Vivência do Homem Rural. Mesmo assim, Carlos Bras Caetano, proprietário do sítio, enfatiza que o carro-chefe é o café da manhã pantaneiro.
“Estamos há 10 anos com o café da manhã pantaneiro. O que era um sonho individual se tornou um sonho coletivo. A nossa proposta é um café da manhã tranquilo, uma refeição em família ou entre amigos. A gente tem o resgate da memória afetiva da pessoa vir para a área rural”, conta.
Em relação ao projeto, ele esclarece que o foco nasceu com as crianças. “Nessa vivência de Homem do Campo mostramos como é feito o plantio, damos uma ideia de compostagem, fazemos apresentação de todos os pés de fruta, como é feita a ordenha. As crianças saem maravilhadas”, completa.
Assim, o turismo de contemplação, aprendizado e experiências, passando por sabores, é o foco do lugar. O contato para reservas é (67) 99837-6174. “O Sítio de Harmonia está sempre de portas e coração abertos para essa reconexão. Aqui, o atendimento é feito com muito carinho, pensando sempre no bem-estar e no turismo de contemplação e aprendizado", conclui.
Turismo de negócios – Vertente que pode ser desconhecida para alguns, o turismo de negócios é um dos nichos em que Campo Grande demonstra forte potencial para quem entende do setor. Congressos, feiras, reuniões, eventos corporativos e simpósios compõem um leque diversificado, responsável por gerar demanda para hospedagem, alimentação e transporte, beneficiando diretamente a economia local.
O Campo Grande News conversou com o presidente da Convention & Visitors Bureau de Campo Grande, também conhecida como IGR (Instância de Governança Regional) da Região Turística Campo Grande dos Ipês, Marcos Morais, que detalhou o funcionamento do segmento e a proposta da entidade.
De início, ele explica que a Convention & Visitors Bureau surgiu em Detroit, em 1896, quando dois empresários perceberam como a dinâmica dos bares e restaurantes mudava sempre que algum evento acontecia na cidade.
“Só que eles não conseguiam saber por que isso acontecia. Hoje, sabemos que o evento modifica a estrutura da hotelaria da cidade, dos bares, restaurantes, transporte e guias turísticos. Essa estrutura foi se organizando ao longo do tempo. Então, o Convention & Visitors Bureau está ligado a várias associações”, diz.
O principal papel do Convention & Visitors Bureau é captar e promover eventos, estabelecendo uma troca de levar e trazer para diversos locais, o que é conhecido como ampliação do trading. No Brasil, a entidade surgiu em 1983 e chegou a Campo Grande em 2017.
A IGR se conecta a 11 cidades do Estado, que são: Bandeirantes, Corguinho, Dois Irmãos do Buriti, Jaraguari, Nova Alvorada do Sul, Ribas do Rio Pardo, Rio Negro, Rochedo, Sidrolândia, Terenos e Campo Grande. Nesses municípios, o trabalho é realizado em parceria com órgãos públicos, iniciativa privada e sociedade civil.
Na Capital, a principal proposta é fomentar a realização de eventos por meio de um movimento integrado que envolve agências de turismo, bares e restaurantes, hotéis, pousadas, setor de transporte e empresas especializadas em eventos.
Marcos destaca o papel estratégico de Campo Grande na rota turística do Estado, apontando que a cidade é um ponto de passagem obrigatório. Contudo, ele ressalta que o desafio atual é transformar essa passagem em permanência, buscando ampliar o tempo de estadia dos visitantes para fortalecer a economia local.
“Campo Grande é conhecido como um indutor de turismo porque todo mundo que vai para o Pantanal, Bonito ou Ponta Porã passa por aqui. Porém, poucas pessoas ficam na cidade. E é nisso que estamos trabalhando: fazer com que o visitante permaneça pelo menos três dias aqui, já que, geralmente, ele fica apenas um”, esclarece.
Nesse caminho, Marcos explica que Mato Grosso do Sul vive um momento de expansão, impulsionado pela presença de empresas como Arauco e Suzano. Essa expansão será sentida na Capital. “Nós estamos vivendo um momento ímpar na história do nosso Estado, que este ano deve crescer 2% a mais do que o resto do país. Isso vai fazer com que o turismo se desenvolva muito”, declara.
Por isso, na visão dele, órgãos públicos e privados vivem o chamado “alinhamento de constelações”, em que o setor de turismo está motivado a trabalhar para receber o crescimento esperado nos próximos 20 anos. Contudo, nesse cenário, o presidente da Convention & Visitors Bureau chama atenção para um ponto importante.
“O setor privado precisa andar na mesma direção para que todos entendam nossa vocação, nossas características e nosso perfil, garantindo que cada visitante que venha a Campo Grande saia com a mesma impressão”, frisa.
Para que isso ocorra, ele menciona algumas das estratégias que deverão ser colocadas em prática, envolvendo o setor de transporte, o hoteleiro e a própria população.
“Nossa intenção é treinar desde a chegada no aeroporto ou rodoviária, para que taxistas e motoristas de aplicativo saibam orientar os visitantes sobre onde ir e o que fazer. Também vamos trabalhar esse treinamento nos hotéis. E, dessa maneira, mudando a cultura dos munícipes de Campo Grande, para que eles possam conhecer melhor a sua cidade”, destaca.
Nesse cenário de turismo de negócios, não são apenas bares, restaurantes e hotéis que se beneficiam. Como a ideia é fazer com que as pessoas fiquem mais dias na cidade e explorem além dos pontos tradicionais, a Convention & Visitors Bureau conta com parceiros como Estância Alegria, Sítio Harmonia, Morada do Gavião, Estância Talismã, Estância Arco-Íris, Sítio Pingo D’Ouro, Fazenda São Clemente, Recanto da Elô e APPR – Furnas do Dionísio.
No Campo Grande News estão disponíveis dicas de atrativos, guias e contatos de operadores de turismo das 11 cidades que compõem a IGR Campo Grande dos Ipês. Mas se você tiver algum destino não citado no mapa, pode enviar o seu relato clicando abaixo:
Ações municipais para fortalecer o turismo - Em entrevista, o gerente de Turismo do município, Wantuyr Tartari, detalhou as ações que a gestão municipal vem realizando para impulsionar o turismo local. Ele destacou iniciativas voltadas à promoção dos atrativos da Capital, participação em feiras e eventos do setor, além de parcerias com o trade turístico para fortalecer a divulgação dos roteiros e ampliar a permanência dos visitantes na cidade.
“Nossas atividades têm sido pontuais de mostrar para a população que o turismo gera emprego, renda e está sendo visto como um desenvolvimento econômico. As atividades que pensamos é como contribuir com o desenvolvimento local”, declara.
Em consenso com empresários, entidades de turismo e a própria gestão, Wantuyr pontua que houve um entendimento de que a vocação de Campo Grande é o turismo de negócios. A proposta é que, quando essas pessoas vêm para participar de um evento, sejam incentivadas a conhecer e vivenciar a identidade da cidade.
“Campo Grande, Mato Grosso do Sul, lembra o quê? Cultura pantaneira, cultura regional. E o turismo de natureza é o que mais tem crescido aqui. Esse segmento conta com várias empresas que oferecem rapel, caminhada, trekking e escalada, muitas vezes a apenas 5, 15 ou 20 minutos do centro da cidade", explica.
A prioridade, segundo ele, é divulgar a cultura, a gastronomia, o turismo rural e o turismo de natureza. Isso é feito por meio de materiais distribuídos no Aeroporto de Campo Grande e no Terminal Rodoviário, além de folhetos disponíveis em alguns hotéis da cidade.
As capacitações e treinamentos representam mais uma etapa desse trabalho de promoção do turismo. Ele destaca um nicho em que a Capital tem apresentado boa receptividade: o bird watching (observação de aves).
“Nós já temos grupos especializados e realizamos capacitações para pessoas interessadas em se tornar guias ou monitores de observação de aves em Campo Grande, devido ao aumento significativo da procura. Já qualificamos esses profissionais e criamos alguns roteiros, como o de bird watching, que está crescendo bastante, com pontos específicos para observação", expõe.
Dentro da própria cidade, o gerente de turismo cita outra atividade que vem sendo colocada em prática pelos moradores. “Além do material que estou apresentando, iniciamos uma capacitação chamada ‘Descubra Campo Grande’. Infelizmente, ainda ouvimos de moradores e até de recepcionistas de hotéis que ‘Campo Grande não tem nada para fazer’. Por isso, essa capacitação tem o objetivo de fazer com que tanto os moradores quanto os visitantes conheçam melhor tudo o que a cidade oferece", pontua.
Foram realizadas capacitações com essa proposta e, neste ano, haverá mais uma edição do walking tour para conhecer os principais pontos turísticos da cidade. “Nós começamos o tour na região da Praça do Rádio Clube e passamos pela Casa de Cultura, Monumento Manuel de Barros, Casa do Artesão, Morada dos Baís, Mercado Municipal, Obelisco, fazendo um passeio completo pelo centro da cidade", detalha.
Estratégias estaduais – Em entrevista ao Campo Grande News, o diretor-presidente da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), Bruno Wendling, falou sobre as estratégias atualmente adotadas para promover o turismo no Estado, destacando ações voltadas para o fortalecimento dos roteiros turísticos.
Bruno também ressaltou a necessidade de Campo Grande consolidar sua identidade turística e, a partir disso, traçar políticas claras para o setor. Turismólogo, ele explica que a Fundtur atua de forma constante em mercados nacionais e internacionais, marcando presença em eventos, feiras, fóruns e outras ações.

“Nossa estratégia é sempre nos posicionar com novidades nos estandes onde apresentamos Mato Grosso do Sul. Lançamos novos produtos, divulgamos campanhas e criamos expectativa sobre o que o Estado vai apresentar, fruto do trabalho realizado nos últimos anos”, pontua.
Para fortalecer o relacionamento com as operadoras de turismo, a Fundtur participa de uma ação cooperada de promoção e apoio à comercialização de pacotes, experiências e viagens para o Estado.
“O que isso significa? É garantir que os produtos de Mato Grosso do Sul estejam em destaque naquela prateleira. Essa ação é feita junto aos operadores, que colocam mais produtos nossos nas prateleiras deles. Dessa forma, conseguimos mais visibilidade para os produtos, facilitando sua venda”, completa.
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