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Economia

Com as crianças de férias, orçamento tem peso extra no início de ano

Dividir gastos e buscar alternativas mais em conta são saídas para economizar

Osvaldo Júnior | 05/01/2018 15:25
Criança brincando em escola que oferece colônia de férias, uma das alternativas para o período (Foto: Paulo Francis)
Criança brincando em escola que oferece colônia de férias, uma das alternativas para o período (Foto: Paulo Francis)
Isabel, que é recompensada pela dedicação na escola; ela gastou um pouco do espanhol, disciplina que terminou com dez (Foto: Paulo Francis)
Isabel, que é recompensada pela dedicação na escola; ela gastou um pouco do espanhol, disciplina que terminou com dez (Foto: Paulo Francis)

“Buenas tardes”, disse Isabela, de sete anos, gastando parte do conhecimento da disciplina que fechou com nota dez no quarto bimestre. A dedicação ao estudo é recompensada nas férias: viagem, parque, passeio, lanche... São bons momentos a serem lembrados depois do retorno das aulas, mas custam caro. “Só de lanche foi mais ou menos 40 reais agora à tarde”, estimou a mãe de Isabela, a professora Juliana Mayara Pereira, 36 anos.

Os gastos adicionais da professora também pesam, em maior ou menor medida, no orçamento de outras famílias que têm filhos pequenos em idade escolar. E o impacto ocorre justamente em janeiro, quando há contas sazonais expressivas, como impostos e matrícula escolar. Entre as alternativas para não terminar o mês no vermelho, está a de dividir as despesas e realizar programas mais baratos ou, até mesmo, gratuitos.

Juliana aproveita férias para passear com a filha e a sobrinha (Foto: Paulo Francis)
Juliana aproveita férias para passear com a filha e a sobrinha (Foto: Paulo Francis)

Haja energia para acompanhar as crianças e disposição para o consumo, como o referente à alimentação fora de casa. Os R$ 40 calculados pela professora Juliana correspondiam apenas a um lanche na praça de alimentação no shopping Norte Sul Plaza na tarde de quinta-feira (dia 4).

“Chegamos ontem de viagem. Ficamos uma semana e meia com a família lá em Minas”, contou a professora, em menção a outro gasto típico de férias: viagens. Ela não soube precisar quanto desembolsou na cidade mineira de Itajubá, mas está certa de que o valor foi considerável. “Não fiz ainda as contas”, disse Juliana, que tinha, no shopping, a companhia da filha e de uma sobrinha de Minas.

As despesas a mais se justificam pelo prazer de estar com a família. E é isso que a pequena Isabela destaca. “O que mais gosto nas férias é de passar o Ano Novo com a família”, afirmou a menina, que assegura ter sido boa aluna. “Tirei dez em Espanhol”, contou, como prova de que manda bem na escola.

Renata com a família; só a parada para o lanche foram R$ 50 (Foto: Paulo Francis)
Renata com a família; só a parada para o lanche foram R$ 50 (Foto: Paulo Francis)

Distantes algumas mesas da professora Juliana, estavam a empresária Renata Quevedo de Souza Leite, 35 anos, e parte da família dela. “Com lanche, estou gastando cerca de 50 reais”, calculou. Ela acrescentou que, naquela mesma tarde, as crianças – os filhos Pedro, de três anos, e Sofia, de oito, e a prima de Renata, Gabriela, de quatro anos – também se divertiram em brinquedos do shopping, o que lhe custou R$ 60. São pouco mais de R$ 100 em algumas horas.

“Nas férias, os gastos são sempre maiores. Deve aumentar em dois terços”, estimou, depois de pequena pausa para os cálculos. Nessa contabilidade, ela considerou produtos e serviços diversos que agradam a garotada. “Tem parque, shopping, pula-pula, pipoca...”, listou. “Ontem, por exemplo, foram 50 reais de parque só com meus dois filhos”, mencionou.

Crianças em atividade no shopping Pátio Central (Foto: Divulgação)
Crianças em atividade no shopping Pátio Central (Foto: Divulgação)

Oferta – Se cresce a demanda, aumenta também a oferta. Essa clássica lei das relações de consumo faz com se intensifique o número de atividades ofertadas ao público infantil, como colônia de férias e programações em shoppings. Algumas são gratuitas, mas servem de chamarizes a outros tipos de consumo.

No espaço de eventos do shopping Pátio Central, por exemplo, será montado um espaço para atividades infantis de graça. Chamada de “Vem Brincar no Pátio”, a programação, feita em parceira com o Tio Pantanal Recreação, inclui oficinas e brincadeiras, como cantigas de roda, pular corda e jogos de memorização.

As atividades serão realizadas de 15 a 20 de janeiro, sempre a partir das 13h. “Para participar, basta que as crianças estejam com os pais ou outros responsáveis. Todas as atividades serão acompanhadas por arte-educadores e profissionais de educação física”, informou a assessoria do Pátio Central.

Outros shoppings, como o Bosque dos Ipês, também realizam atividades para as crianças na próxima semana. Entre as atrações, está o “Mar de Bolinhas”, que tem início no dia 10 e custará R$ 18 cada 15 minutos. “Há outros players, como Mini Cars, Casa da Tia Paula, Extreme Kart Racing, Arena Jump, Arena Bosque, Play Games, Hoover Bord, Cinema UCI e Snookball”, enumerou a assessoria do complexo comercial.

Educadoras interagem com crianças durante jogo em colônia de férias da escola Paulo Freire (Foto: Paulo Francis)
Educadoras interagem com crianças durante jogo em colônia de férias da escola Paulo Freire (Foto: Paulo Francis)

Colônias de férias – Além de atrações em shoppings e em outros locais, outra alternativa são as colônias de férias, oferecidas pelas escolas, como a Paulo Freire, que realiza o evento até o fim deste mês.

De acordo com a coordenadora pedagógica Andreia Avesani, há pacote para o mês todo ou diárias. Ela, no entanto, não informou os valores. “As crianças têm acompanhamento constante.São duas profissionais para cada cinco crianças”, disse. As atividades são diversas, como jogos pedagógicos, artes, culinária, laboratório de ciências e tecnologia. “O tempo todo, trocamos de ambiente”, enfatizou. As atividades são programadas para meia hora cada, mas isso é flexível, dependendo do que pedem as crianças.

Na tarde de quinta-feira (dia 4), por exemplo, quando a reportagem esteve na escola, uma das crianças, Laura Torres Pimentel, de 4 anos, pediu para ir ao pula-pula, depois de ver a colega Bruna Ovandro Martins, também de quatro anos, no brinquedo. As duas contaram que o pula-pula é o que mais gostam na colônia.

“Gosto de pular”, disse Bruna, com certa timidez. Laura, enquanto pulava, repetiu a preferência da amiguinha e justificou com a uma lógica própria de criança: “Porque tem pula-pula pra pular”.

A colônia da escola atende crianças de dois a seis anos, conforme informou a coordenadora Andréia. Os pais podem fazer a matrícula a qualquer momento. “Mas é preferível que a façam com certa antecedência”, ponderou.

Laura que pula porque "tem pula-pula pra pular" (Foto: Paulo Francis)
Laura que pula porque "tem pula-pula pra pular" (Foto: Paulo Francis)
Bruna que contou que gosta de estar na colônia de férias (Foto: Paulo Francis)
Bruna que contou que gosta de estar na colônia de férias (Foto: Paulo Francis)

A saída é dividir – Proporcionar momentos de prazer e alegria para os filhos é gratificante para qualquer mãe e pai. No entanto, a conta pode ficar cara e o mês fechar no vermelho. Entre as alternativas para evitar dispêndios expressivos, está a de “socializar os gastos”, segundo orienta a economista Andreia Ferreira, especialista em orçamento doméstico.

Ela reconhece que a criança precisa se ocupar durante as férias. “Se passarem o dia inteiro só em frente da tevê, vão ficar entediadas. É preciso fazer outras atividades, mas tudo deve ser planejado”, advertiu. Esse planejamento inclui algumas estratégias para baratear os custos de produtos e serviços, como dividir os gastos.

“A socialização das despesas ajuda muito. As famílias podem fazer atividades conjuntas com os filhos. Por exemplo, um dos pais leva as crianças ao parque e todos dividem a gasolina”, ilustrou a economista.

Comprar alimentos para o lanche em supermercados e outros locais mais em conta também ajuda. “É um pretexto para fazer um piquenique no Parque das Nações Indígenas ou no Horto Florestal, por exemplo. Nesse caso, não é preciso gastar com lanches na rua”, orientou.

“Para quem tem filho pequeno, é fundamental o controle do orçamento em janeiro, mês que tem também matrícula e compra de material escolar”, lembrou a economista.

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