Comércio aposta em alta nas vendas do Dia das Mães após “pagamento no bolso”
Apesar de previsão de queda no consumo, lojistas relatam aumento no movimento nos últimos dias
Faltando uma semana para o Dia das Mães, comemorado no próximo domingo (11), o comércio no centro de Campo Grande já sente um aumento gradual no movimento e está preparado para uma alta ainda maior na véspera da data. Mesmo com a previsão da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de queda de 4,15% no volume de compras em relação ao ano passado, lojistas e vendedores apostam no apelo emocional da data, no impulso de última hora e principalmente o "pagamento no bolso" na próxima semana para garantir boas vendas.
RESUMO
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Comerciantes de Campo Grande apostam no Dia das Mães para impulsionar as vendas, apesar da previsão da CDL de queda de 4,15% em relação a 2024. A expectativa é que o movimento se intensifique após o pagamento dos salários, com lojistas investindo em kits de presentes e promoções para atrair consumidores. O apelo emocional da data e as compras de última hora são a esperança do setor. Consumidores planejam presentear com itens como perfumes, relógios, óculos de sol e eletrodomésticos, com gastos médios de R$ 235. A pesquisa da CDL aponta que 73% dos entrevistados pretendem manter a tradição de presentear, mas com orçamento mais limitado devido à percepção de menor poder aquisitivo. A preferência ainda é pelas compras em lojas físicas, representando 72% dos consumidores.
Mariza Povoa, 36 anos, gerente de uma loja de cosméticos, conta que a estratégia começou no mês passado. “A gente procura os produtos que giram mais nessa data. Por incrível que pareça, o que sai mais são as lembrancinhas, mais que os produtos maiores. Para facilitar, montamos kits prontos, porque muitas vezes quem vem comprar é o pai, o marido, um tio, que não sabe o que escolher. Assim, a venda fica mais fácil”, explica.
Apesar de um ano difícil, a gerente está otimista e projeta repetir o volume de vendas ou até mesmo ultrapassar os números de 2024. “No ano passado foi muito bom, e esperamos que este ano seja melhor. Ontem mesmo, depois de um mês fraco, foi um dia muito bacana. E o movimento deve crescer ainda mais a partir da semana que vem, quando mais gente tiver recebido o salário”, observou Mariza.
A gerente de uma loja de produtos femininos, Sirlei Mariotti, 52 anos, reforça a preparação com mais equipe e estoque reforçado de itens como perfumes, secadores e maquiagem. “Ano passado foi regular, mas este ano eu acho que vai ser melhor. Ontem já foi um dia bom, e acredito que hoje e principalmente sábado que vem o movimento vai aumentar porque todo mundo já recebeu. Quando o homem está na dúvida, a gente oferece o vale-presente e a mulher escolhe depois. Perfume, especialmente em kit, é o que mais sai.”
No segmento de vestuário, Sarah Samara, 38 anos, vendedora de uma loja feminina, destaca a importância estratégica da data: “É a segunda mais importante para o comércio. Nos abastecemos não só com lançamentos, mas para atender mães de várias idades e estilos. Já sentimos um aumento de vendas na última semana de abril, apesar do feriado. Ano passado foi satisfatório, mas esperamos sempre um crescimento no ano seguinte.”
A arquiteta Suyane Gabrielle, 26 anos, pretende gastar cerca de R$ 600 com um relógio e óculos de sol para a mãe. “Ano passado foi um kit de perfumes. Eu pergunto o que ela quer, mas ela nunca sabe. Esse ano ela escolheu um relógio e óculos de sol. Vou gastar uns R$600, mas vale a pena pela minha mãe”, disse.
Do lado dos consumidores, o planejamento varia. Cleide Cesar, 33 anos, técnica em enfermagem, diz que vai deixar para comprar na próxima semana, mas já sabe o que quer: um perfume. “Todo ano dou presente. O desse ano ela está sabendo agora. Eu estou pensando em comprar um perfume. No passado foi uma batedeira. É um dia muito importante, tem que ter algo especial”, frisou a consumidora acompanhada da mãe.
Já a secretária Maria do Socorro, 47 anos, espera o presente com emoção, mas sem pressão. “O que importa é a intenção, não o valor. Tem que ser algo do coração, mas que caiba no bolso, não precisa exagerar”, brincou.
Segundo levantamento da CDL, apesar da tradição de presentear ser mantida por 73% dos entrevistados, a percepção de menor poder aquisitivo deve limitar os gastos, estimados em R$ 138,98 milhões em Campo Grande este ano, abaixo dos R$ 145 milhões registrados em 2024.
Os consumidores pretendem gastar, em média, R$ 235 em presentes, sendo os itens mais procurados eletrodomésticos, vestuário, calçados e produtos de perfumaria. Além disso, R$ 75,05 milhões devem ser destinados a almoços e passeios em família, com gasto médio de R$ 242 por pessoa.
A pesquisa também mostra que a experiência presencial ainda domina: 72% dos consumidores preferem comprar diretamente nas lojas, enquanto apenas 12% optam pelo comércio digital. O preço, a qualidade e a possibilidade de parcelamento são fatores decisivos na escolha do presente.