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Economia

Curtume dá férias coletivas, mas não paga salários, denuncia sindicato

Advogado da Braz Peli explica que crise provocou fechamento temporário e atraso de remuneração

Mayara Bueno | 04/12/2018 16:58
Sede da Braz Peli em Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo).
Sede da Braz Peli em Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo).

A Braz Peli Comércio de Couros, em Campo Grande, deu férias coletivas para 120 funcionários, mas está sem pagar o salário de novembro e também a primeira parcela do 13º salário. Quem denuncia é o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias do Curtimento de Couro e Pele e Artefatos de Couros de Mato Grosso do Sul, Marques Délio da Silva Souza

O advogado da empresa Aorimar Oliveira da Silva, no entanto, afirma que a remuneração de outubro, que deveria ser paga em novembro, está praticamente quitada e que existe um cronograma para pagamento dos demais salários – o de dezembro, ainda dentro do prazo e o 13º.

De acordo com o presidente do sindicato, os salários dos trabalhadores giram em torno de R$ 1.150 a R$ 1.200, portanto, a folha salarial tem o custo de R$ 138 mil, pelo menos. Ele não soube especificar o montante total, assim como o advogado da empresa. Entre 40 e 50 presidiários que cumprem jornada na fábrica também teriam sido liberados das atividades.

O dirigente afirma que os funcionários foram dispensados, semana passada, com a justificativa de férias coletivas de sete dias. No fim deste período, eles tentaram voltar ao trabalho e receberam a informação de que a folga havia sido prorrogada até janeiro.

A partir das 8 horas desta quarta-feira (dia 5), um grupo de trabalhadores vai novamente protestar por seus salários na frente da empresa, localizada no Indubrasil, saída para Aquidauana. 

Hoje, pelo menos 60 trabalhadores foram até o local com o mesmo objetivo. Na ocasião, um oficial de justiça chegou para cumprir a determinação de apreensão do ônibus usado para transporte de funcionários da empresa.

Enquanto não recebem seus direitos, há trabalhadores, segundo o presidente do sindicato, já com a luz e água cortada em casa, fora a falta de mantimento.

Por sua vez, o advogado da Braz Peli afirmou que existe cronograma para pagamento e que a cesta-básica será distribuída até amanhã. “Dia 6 [de dezembro], seria uma parte do salário de outubro. Até o dia 28, fim de dezembro, eles [empresa] querem regularizar tudo. A primeira parte do 13º até dia 15 e a segunda até 30 de dezembro”.

A justificativa para o atraso e também interrupção dos trabalhos foi a crise pela qual enfrenta o mercado de couro, mas que a ideia é reabertura em janeiro. “Crise no mercado, então não tinha como continuar. Em janeiro, vamos ver como estarão as coisas. As despesas são enormes, gera um custo alto. Mas a empresa está correndo atrás de regularizar”, afirmou o advogado.

Por parte do sindicato, a informação é que a fábrica está com a luz cortada e o telefone também. A reportagem ligou no número disponível na internet, mas a chamada não foi atendida.

Incentivos

A empresa é de José Alberto Berger e teve benefício fiscal suspenso em novembro de 2016 e chegou a acionar a Justiça contra a Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda).

Conforme o governo, a suspensão foi porque a Braz Peli descumpriu o Termo de Acordo 490/2010, que lhe concedeu incentivos fiscais. A grande quantidade de couro que a Braz Peli começou a receber de empresas de outros Estados levou a Sefaz a investigar.

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