Economista aconselha a planejar finanças antes de escolher berçario
Em Campo Grande, pais encontram uma grande variação de preço na hora de deixar os filhos em um berçário. Os gastos vão além da matrícula e mensalidade, pois há o uniforme, alimentação e em alguns casos o transporte. Para se adequar ao orçamento, é necessário fazer uma pesquisa entre as escolas da e organizar as finanças para desembolsar entre R$ 300 e R$ 600 por período.
Para o economista e consultor empresarial Tiago Queiroz de Oliveira, a oscilação de preço é grande e demonstra que é importante uma pesquisa antes de efetuar a matrícula para que a mensalidade se adeque ao orçamento. "É importante buscar sempre o melhor benefício, verificar as questões jurídicas e legais das escolas, se existe documentação aprovada perante os órgãos de fiscalização. Visitar a escola em horário de funcionamento e pesquisar com os pais as informações sobre os cuidados com as crianças", comentou.
Na Escola Sossego da Mamãe, localizada na Capital, para deixar uma criança em período integral custa R$ 890, esse valor já inclui alimentação. Já para ficar meio período, esse valor cai para R$ 570. De acordo com coordenadora da escola que funciona há 26 anos, Ana Paula Paniagua de Oliveira, o local não fecha nas férias e não emenda feriado, e a matrícula pode ser paga tanto no início quanto no final do ano.
A escola Manoel de Barros, atende crianças em meio período, e cobra o valor de R$ 599. "Geralmente atendemos prioritariamente crianças por meio período, mas em alguns casos, os pais precisam deixá-las por um tempo maior, então é estabelecido um preço de acordo com essa necessidade", destacou Mirian de Moura Barros, diretora. A escola oferece aos seus alunos musicalização, recreação com professor de educação física para crianças a partir dos 3 anos, além de aulas de inglês desde o berçário.
Na Escola Riscos e Rabiscos, segundo o sócio-proprietário Leonardo Gomes da Silva, a mensalidade para meio período fica em R$ 280, mas os pais precisam levar o lanche. No caso do período integral, os pais pagam R$ 560, e nesse valor já está incluso a alimentação . Outros gastos são com o uniforme que custa R$ 70 o conjunto. Na escola, os alunos contam com com ballet para as meninas e karatê para os meninos.
Segundo o gerente administrativo Alcione Francisco, do Colégio Tic Tac, para uma criança ficar no berçário por meio período, os pais terão que desembolsar R$ 379, já para o período integral esse valor dobra, chegando a R$ 758 mensais, e a matrícula, que deve ser paga no início do ano, custa R$ 280. Sobre a alimentação, o gerente administrativo disse que a escola oferece almoço para as crianças que ficam no período integral, porém o lanche fica por conta dos pais, tanto para as crianças que ficam meio período, quanto para as que ficam no período integral.
De acordo com o economista Tiago, não existe um valor específico para manter uma criança no berçário, mas os pais devem sempre verificar o orçamento e se lembrar das despesas extras. "O ideal é que a família verifique seu orçamento familiar e se adeque ao valor e opção que lhe dê condições também dos outros custeios da criança. Além da despesa com o berçário, existe o plano de saúde, o medicamento, fraldas, roupas e calçados. Alguns desses gastos não são mensuráveis, por isso há necessidade de uma reserva de pelo menos 20% da renda líquida para despesas extras, ainda mais por que algumas dessas despesas não podem esperar para quando o dinheiro sobrar".
Com o salário mínimo reajustado a R$ 788, Tiago diz que se as finanças forem organizadas, é possível que os pais disponham de uma parte da renda para deixar o filho em uma escolinha. Ele explica que reduzir os gastos supérfluos é uma grande iniciativa para proporcionar essa qualidade de vida para ambos, pais e filhos.
"Mesmo com todas as dificuldades de se manter com o salário mínimo, é possível negociar um desconto para quem possui o segundo filho na escola. Hoje com todos os aumentos proporcionados pela inflação a família tem que fazer 'mágica' para conseguir se manter no dia a dia. Uma opção é pesquisar locais nas proximidades do trabalho ou da residência, pois existe uma ampla oferta de opções para escolher. Só assuma a parcela que seja possível dentro do orçamento, pois assumir esse compromisso sem condições vai agravar condições financeiras", comentou.
Gleice Cristiane Rodrigues, 22 anos, assistente Administrativo, deixa o filho de três anos na escolinha, ela disse que o valor pago para deixar a criança em período integral é de R$ 300. "Tive que comprometer meu orçamento, pois os gastos com uma escola particular não envolve apenas o valor da mensalidade, tem o uniforme que é de uso obrigatório, a aquisição de material escolar, livros, agenda, entre outras coisas", disse.
Para não estourar o orçamento, Gleice teve que se programar para não estourar o orçamento no fim do mês. "Me policio para não gastar com coisas supérfluas, para não comprometer minha renda ao ponto de ter que usar o valor da prestação mensal, para pagar outras contas".