ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 24º

Economia

Famílias economizam em tudo, mas conta de luz está até 100% mais cara

Renata Volpe Haddad e Caroline Maldonado | 07/05/2015 10:08
Dona de casa, Eudenice da Silva Ocampo, 67 anos, afirma que só pode mostrar sua revolta por meio da conta de energia (Foto: Fernando Antunes)
Dona de casa, Eudenice da Silva Ocampo, 67 anos, afirma que só pode mostrar sua revolta por meio da conta de energia (Foto: Fernando Antunes)

O sul-mato-grossense perdeu a conta dos reajustes de energia deste ano. Foram quatro aumentos. Em janeiro, a bandeira tarifária vermelha encareceu a fatura em R$ 3, a cada 100 KWh consumidos e em março a tarifa subiu 27,9% por conta da RTE (Revisão Tarifária Extraordinária). No mesmo mês, as bandeiras tiveram reajuste de 83% e agora são R$ 5,50 a cada 100 KWh, já que estamos na vermelha. Em abril, a Energisa elevou a tarifa em 3,22%, em função da revisão anual da concessionária.

Somando tudo, em tese, a alta é de mais de 30%, mas, na prática, tem consumidor que viu a conta subir 110%, de janeiro para abril. De olho nas notícias, a dona de casa Eudenice da Silva Ocampo, 67 anos, acompanhou cada anúncio de reajuste e trocou as lâmpadas, além de fazer o que podia para economizar, mas agora sente que o esforço tem sido em vão. “No começo até que deu certo, mas agora em abril veio muito caro. Normalmente, eu pagava R$ 23 ou R$ 28 e agora veio R$ 59”, contou.

Mais econômica ainda, a aposentada Lila Mikoleit, 66 anos, deixou de lavar o carro e a calçada e agora só passa pano úmido; trocou a mangueira por um regador improvisado para por água nas plantas e não deixa uma luz acesa onde não tem gente na casa. Isso tudo, além de tomar banho frio e incentivar toda família a fazer o mesmo. Ainda assim, a conta dela passou de R$ 90, em fevereiro para R$ 150, em abril, o que representa aumento de 66%. “Estou muito chateada, admirada com isso, porque fazemos muita economia mesmo e não foi como eu esperava. Eu gastei R$ 250 com eletricista para trocar as lâmpadas antigas pelas frias".

Para a assessora técnica Benilda Vergílio, 27 anos, o impacto foi ainda maior, considerando que ela mora com a irmã em uma kitnet de dois quartos. O valor subiu de R$ 40 para R$ 60, entre fevereiro e abril, alta de 50%. “Agora, a gente não liga a televisão à toa. O banho agente só está tomando quente, porque está frio esses dias, mas quando está calor, tomamos frio para economizar. Ainda assim, eu penso que dá na mesma, porque a gente tenta gastar menos e continua subindo a conta”, reclama.

Idosa viu sua conta subir de R$ 28 para R$ 59.  (Foto: Fernando Antunes)
Idosa viu sua conta subir de R$ 28 para R$ 59. (Foto: Fernando Antunes)

O que fazer? - As pessoas garantem que estão economizando, mas então por que essa sensação de impotência ao fazer de tudo para gastar menos e ver a conta subir além dos reajustes aplicados? O economista Fernando Abrahão explica os motivos e destaca que a soma dos aumentos em si não passa de 40%.

“O que acontece é que as pessoas podem estar comparando as contas de messes distintos. É preciso perceber se não houve aumento do comportamento do consumo e verificar dois elementos: os quilowatts consumidos naquele mês e o quanto se está pagando por cada KWh. O melhor é comparar a conta com a do mesmo mês de referência, porque o consumo muda nos diferentes meses do ano. Então, as vezes o consumidor tem a interpretação equivocada”, detalha Fernando.

Segundo o economista, para ver de fato a redução na conta o jeito é trocar as lâmpadas frias pelas de Led, que gastam ainda menos e conscientizar toda a família sobre os gastos, além de pensar bem antes de instalar um novo equipamento, que vai consumir ainda mais. “A sugestão é ter cuidado de fazer alguns cortes. Passar e lavar as roupas quanto tiver uma quantidade maior e utilizar tudo no sentido de economizar, porque a energia não tem perspectiva de baixar nos próximos meses, pelo contrário, deve subir ainda mais”, comenta.

Nos siga no Google Notícias