Movimento no comércio melhora no 1° semestre, mas a passos lentos
Os primeiros seis meses de 2017 foram melhores para o comércio varejista de Campo Grande dos que o mesmo período do ano passado, porém a lenta recuperação da economia é considerada preocupante para especialista da área.
De acordo com levantamento do Movimento do Comércio Varejista produzido pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), foram registrados 89 pontos neste semestre. Resultado maior que os 86 do período de 2016.
- Leia Também
- Bandidos agridem idoso para roubar dinheiro e refrigerantes de comércio
- Para empresários, concorrência e altos impostos atrasam comércio das Moreninhas
“Esse resultado demonstra alguma melhora nas condições gerais, mas geram preocupações aspectos como a lenta retomada do consumo e o comportamento do nível de emprego”, explica o economista-chefe da ACICG, Normann Kallmus.
Mês a mês – O resultado de junho indica queda nas vendas em relação ao mês de maio (96). O MCV-PF de junho foi de 92 pontos, o mesmo de 2016, mas menor que o registrado em 2015 (103), e maior que o registrado 2014 (88). “Novamente o desempenho desse indicador não foi suficiente para gerar um crescimento em relação ao ano passado”, completa Kallmus.
No levantamento, o movimento do comércio entre empresas tem se mostrado o fator de maior preocupação. “Este continua sendo o maior problema registrado na análise do mês, que corrobora a tendência que temos observado nos últimos meses. O comportamento desses indicadores, aliado ao desempenho do CAGED no estado e no município, reforçam nossas análises anteriores que apontavam alterações significativas no comportamento das empresas do setor, que é responsável por mais de 75% do PIB em valores agregados do município”, analisa.
Perspectivas - O mês de julho costuma ser ligeiramente superior ao de junho, o que não ocorre com os meses de agosto e setembro. Considerando que o mês terá mais dias úteis que o anterior e que continuamos tendo um desempenho melhor do que o registrado no ano passado, matematicamente pode-se supor que teremos um resultado melhor no mês corrente.
“O fator de risco para essa análise não está na análise econômica, mas em eventuais decisões esdrúxulas do judiciário e do Congresso. A condenação de Lula foi muito bem recebida pelo mercado, o que reforça a importância do posicionamento das instituições, evitando que casuísmos retardem o impedimento da candidatura do ex-presidente. Caso contrário, podemos nos preparar para um cenário muito mais negativo e instável”, finaliza Normann Kallmus.