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Economia

Possível reativação de usina dá esperança a trabalhadores desempregados

Pelo menos 1.800 trabalhadores perderam emprego com a suspensão das atividades da usina de Naviraí; boa parte continua desempregada e sem receber rescisão, segundo sindicato

Helio de Freitas, de Dourados | 10/05/2016 14:39
Usina de Naviraí está com atividades suspensas desde o ano passado (Foto: Eliel Oliveira)
Usina de Naviraí está com atividades suspensas desde o ano passado (Foto: Eliel Oliveira)

A possibilidade de reativação da usina Infinity Agrícola, no município de Naviraí, a 366 km de Campo Grande, surgida com a negociação do controle acionário do grupo proprietário, dá esperança para centenas de trabalhadores que perderam o emprego após a falência da indústria de álcool e açúcar, no ano passado. O assunto vem sendo discutido em São Paulo, mas por enquanto não foi anunciado oficialmente.

Na cidade de 51 mil habitantes, as informações sobre a negociação envolvendo o Grupo Bertin e um empresário do interior paulista animaram os ex-funcionários, que sonham em voltar a trabalhar no setor e os que já mudaram de ramo, mas ainda não receberam as rescisões trabalhistas. O Bertin detém 70% de três usinas – a de Naviraí, uma em Conceição da Barra (ES) e outra em Ibirapuã (BA).

Altair Custódio, presidente Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Álcool e do Açúcar de Naviraí, disse hoje (10) ao Campo Grande News que por enquanto não existe nenhum comunicado oficial da usina sobre a negociação, mas informações extraoficiais revelam que só falta o acordo ser homologado pela Justiça paulista, onde tramita o processo de recuperação do grupo.

Crise – O Bertin adquiriu o controle da usina de Naviraí em 2010. No ano passado a indústria e as demais usinas do grupo entraram em crise. Salários de funcionários começaram a atrasar e produtores que forneciam cana para a produção de álcool e açúcar ficaram sem receber.

As demissões começaram em seguida e foi preciso até a cidade se unir para ajudar com cestas básicas as famílias de trabalhadores demitidos sem salários e direitos trabalhistas.

Dinheiro bloqueado – Em outubro do ano passado, a Justiça do Trabalho determinou nova transferência de valores bloqueados para pagamento dos salários atrasados dos empregados da usina. A decisão foi tomada em ação proposta pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) e determinou a transferência de R$ 2,7 milhões das contas da empresa Contern Construções e Comércio Ltda., que assim como a Infinity pertence ao Grupo Bertin.

Em decisão anterior, do dia 17 de agosto, R$ 3,6 milhões, referentes à soma dos salários de junho e julho de 2015 já tinham sido transferidos das contas dessa mesma empresa do grupo.

Ainda trabalhando – Mesmo com a usina desativada, Altair Custódio informou que pelo menos 80 pessoas continuam trabalhando para a Infinity, fazendo a colheita da cana, que é comercializada e o dinheiro destinado ao pagamento da indenização dos trabalhadores demitidos. Essa medida também foi determinada pela Justiça, no ano passado.

“Alguns trabalhadores arrumaram emprego em outras usinas da região ou mudaram de ramo, outros foram embora da cidade, mas muitos continuam desempregados e veem na possível reativação da usina uma chance de voltar a trabalhar no setor. Muitos só sabem fazer isso. Todos estão na expectativa”, afirmou Altair Custódio.

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