ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 32º

Economia

Receita de ICMS do gás natural caiu mais de 30% no mês de junho

Insumo já representou 25% do bolo do ICMS, mas no mês passado mal passou de 10%

Marta Ferreira | 24/07/2019 18:52
Secretaria de Fazenda contabiliza queda na receita de ICMS vindo da comercialização e transporte do gás natural.
Secretaria de Fazenda contabiliza queda na receita de ICMS vindo da comercialização e transporte do gás natural.

Quando começou a ser construído, em 1997, o gasoduto Bolívia Brasil criou grande expectativa de ser grande negócio para Mato Grosso do Sul, e foi mesmo. Durante quase duas décadas, o gás natural constituiu-se na principal fonte de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias), o maior formador do caixa estadual. Não é mais assim já há algum tempo e, no mês passado, a perda de receita chegou a R$ 43 milhões em comparação com o mesmo período de 2018.

No ano passado, no mês de junho, o tesouro estadual recebeu R$ 110 milhões de receita sobre a venda do gás vindo da Bolívia e outros R$ 11 milhões sobre o serviço de transporte. Neste ano, em igual período, entraram no caixa R$ 70 milhões sobre a venda do gás e mais R$ 8 milhões do transporte. Somados os valores, foram R$ 121 milhões no ano passado, contra R$ 78 milhões neste ano.

Em percentual, a redução foi de 35%. Considerando o retrospecto, o secretário de Fazenda de Mato Grosso do Sul, Felipe Matos, diz que a retração da tributação vinda da comercialização e transporte de gás preocupa porque vem ocorrendo seguidamente. “Essa receita um dia foi de 25% e hoje mal representa 10%”, afirma, com base nos dados mais recentes, do mês passado.
No mês de junho, Mato Grosso do Sul arrecadou R$ 722 milhões de ICMS.

Por quê? - As causas da mudança são multifatoriais. Têm a ver com o desempenho econômico do País, em baixa desde 2015, têm relação com a queda do dólar, que reduz o preço do insumo, e ainda com a importação menor de gás pela Petrobras, que passa por processo prevendo o fim do monopólio do produto no País.

Recentemente, a estatal gigante fez acordo com o Cade (Conselho Conselho Administrativo de Defesa Econômica) prevendo justamente a adoção de medidas para deixar de ser a única responsável pela venda de gás natural no Brasil. “Existe uma política de desestatização e ela vai ter grande influência nesse mercado”, pontua o secretário de Fazenda. No ano de 2010, o gás natural chegou a representar 15% do mercado energético do País. Hoje, esse percentual está próximo de 7%.

Para combater os efeitos dessas perdas, o governo aposta no corte de gastos com a máquina pública, no aperto da fiscalização para evitar a sonegação e em medidas para recuperar valores devidos por contribuintes, relaciona Felipe Matos.

Com o gás reduzindo sua fatia no bolo do ICMS, o setor do comércio e da indústria voltou a ser o maior arrecadador, seguido do comércio de combustíveis. O gás natural ainda é o terceiro. Depois, vem agricultura, pecuária, energia elétrica, venda de veículos e de bebidas.

Nos siga no Google Notícias