Sem moeda de 1 centavo, pagamento em cartão evita prejuízos ao cliente
As moedas de um centavo pararam de ser fabricadas em 2004, mas nas ruas é fácil encontrar situações em que elas seriam necessárias. Apesar de as empresas serem obrigadas a baixar o preço e devolver o troco, a maioria não exige e abre mão do um centavo.
O superintendente do Procon/MS, Marcelo Salomão, diz que usar o cartão é mais garantido para que o consumidor pague o valor certo do produto, mas alerta para valores de promoção. "O consumidor tem que ficar atento se a promoção também vale para pagamento no cartão. Se sim, com certeza vale a pena utilizar o cartão, pois é descontado do consumidor o valor correto".
Sobre os trocos, Salomão explica que comerciante tem relação contratual com o consumidor e dar troco com bala ou outro produto, é considerado venda casada. "Uma prática ilegal. Se não tiver moeda de R$ 0,01 o comerciante precisa dar desconto ou devolver um valor a mais, por exemplo R$ 0,05", alerta.

Abre mão - A aposentada Jucelina Fernandes, 80, conta que nunca pediu o troco, em casos de um centavo. "Eu nunca pedi, porque a gente sempre acha que um centavo é pouca coisa, mas se for comprar algo e não tiver o dinheiro, o comerciante não vende", diz.
Quem também não tem costume de exigir o troco é a dona de casa, Maria Eliane Nunes, 45. "O dinheiro faz falta sim, porque de pouco em pouco a gente junta dinheiro, mas não tenho costume de exigir o troco, porque um centavo parece ser simbólico", avalia.
O Procon esclarece que se o consumidor quiser o troco e o comerciante não der, ele pode recorrer ao Procon. "É um direito da população exigir o troco. Quem se sentir lesado, pode procurar seus direitos pelo número 151 ou pelo site do Procon. O comerciante pode ser autuado e ter que pagar uma multa que vai de R$ 1 mil até R$ 50 milhões, como também pode ser advertido", afirma o superintendente em MS.
Comércio - Uma rápida caminhada pelo Centro de Campo Grande, é possível ver que grandes lojas, como Casas Bahia, Magazine Luiza, Americanas, entre outras, vendem produtos com valores quebrados. Isso signfica que a estratégia de reduzir uns centavos e iludir os consumidores continua funcionando.
"O produto custa R$ 8,00, mas o comerciante coloca R$ 7,99 porque o consumidor acredita que estará pagando mais barato", diz Marcelo Salomão sobre a pratica utilizada há anos.
Nos comércios pequenos empresários dizem que evitam vender produtos com valores picados. É o caso da proprietária do Cantinho da Maria, Maria Alves. "Aqui eu vendo os salgados com valores redondos, de R$ 2,50 ou R$ 3,00. Prefiro até baixar o preço e não lucrar, do que perder cliente por falta de troco", comenta.
Na Capricho Sorveteria, a gerente Sidilene Dias Fiaiz Ferreira, também garante o troco correto para o consumidor. "Cliente não quer receber bala de troco e isso também não é correto. Eu sempre tento ter moedas, mas elas estão difíceis de serem encontradas, só que sempre dou um jeito", diz.