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Economia

Tesouro de MS perdeu R$ 170 milhões com greve, afirma governador

Estimativa, conforme governador, envolve tributos que deixaram de ser arrecadados com a paralisação de setores da economia

Humberto Marques e Anahi Gurgel | 29/05/2018 18:28
Governador aponta que, diariamente, greve causou prejuízo de R$ 100 milhões à economia do Estado. (Foto: Paulo Francis)
Governador aponta que, diariamente, greve causou prejuízo de R$ 100 milhões à economia do Estado. (Foto: Paulo Francis)

Os nove dias de paralisação dos caminhoneiros nas estradas de Mato Grosso do Sul já resultaram em um prejuízo de R$ 170 milhões aos cofres públicos estaduais. O número foi apresentado na tarde desta terça-feira (29) pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) logo após reunião na qual acordou com o setor produtivo a redução a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 17% para 12%, mediante condições.

“O Estado deixou de arrecadar, mas a perda de Mato Grosso do Sul em todos os segmentos nesses nove dias foi muito maior. Somente a indústria perdeu R$ 100 milhões por dia depois do tempo todo de paralisação”, afirmou o governador. “No governo, deixaram de entrar (nos cofres) R$ 170 milhões. Prejuízo para os cofres públicos já está tendo, mas é muito mais com a greve toda”.

O governador destacou que o impacto da manifestação foi mais pesado para setores que dependem da exportação de seus produtos. Como exemplos, citou que 80% do açúcar e 85% da celulose beneficiados no Estado são vendidos para outras regiões e países. “O impacto dos produtos daqui para outras regiões é muito forte”, disse.

Na segunda-feira (28), a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) estimou perdas de R$ 400 milhões por conta do movimento paradista. O Estado atualizou o valor para R$ 100 milhões por dia de manifestação, abrangendo diferentes setores da economia.

A paralisação dos caminhoneiros foi deflagrada nacionalmente em protesto à política de preços da Petrobras para os combustíveis, que desde julho de 2017 previa reajustes constantes. Somente o diesel teve alta de 55% no período, percentual que superou os 40% no caso da gasolina.

Caminhoneiros fecharam estradas em protesto contra política de preços da Petrobras. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Caminhoneiros fecharam estradas em protesto contra política de preços da Petrobras. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Pauta – Diante dos atos que bloquearam estradas e a entrada de distribuidoras, houve desabastecimento de combustíveis e outros produtos –até o fim desta manhã, mais de 40 municípios do Estado aguardavam a chegada de gasolina, etanol e diesel, havendo ainda notícias, ao longo do protesto, de falta de alguns gêneros alimentícios.

O governo federal sinalizou com uma redução de R$ 0,46 no preço do diesel a fim de encerrar a manifestação. Em Mato Grosso do Sul, no sábado (26), Reinaldo já havia anunciado a redução da pauta fiscal –o valor de referência para cálculo do ICMS– sobre o diesel a partir de 1º de junho, dos R$ 3,90 previamente calculados para R$ 3,65. Tal medida deve ter um impacto de R$ 5 milhões mensais na arrecadação estadual.

A provável redução do ICMS foi condicionada ao fim do protesto e ao compromisso dos donos de postos de que a queda chegará às bombas. Reinaldo não previu o impacto da alíquota menor na arrecadação do imposto –que teve média de R$ 740 milhões mensais entre janeiro e março.

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