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Economia

Vale vende minas de ferro e manganês em MS para grupo J&F por US$ 1,2 bilhão

Negociação bilionária do Sistema Centro-Oeste com a holding dos irmãos Batista foi anunciada hoje pela Vale

Silvia Frias | 06/04/2022 09:39
Mineração em Corumbá, onde a Vale começou a operar em 2009. (Foto: Divulgação/Governo de MS)
Mineração em Corumbá, onde a Vale começou a operar em 2009. (Foto: Divulgação/Governo de MS)

A Vale S.A anunciou contrato de venda das empresas de minério de ferro, minério de manganês e logística do sistema Centro-Oeste para a J&F Investimentos Ltda, operação que movimenta US$ 1,2 bilhão. No “pacote”, serão repassadas a exploração nas minas de Santa Cruz e do Urucum, em Corumbá.

Em 2021, segundo a mineradora, a mina localizada em Corumbá produziu 2,7 milhões de toneladas de minério de ferro e 200 mil toneladas de manganês. Sendo referendada pelos órgãos competentes, passará a ser de propriedade da holding dos irmãos Wesley e Joesley Batista.

O comunicado ao mercado foi divulgado hoje pela Vale. Os ativos do Sistema Centro-Oeste englobam a Mineração Corumbaense Reunida S.A, Mineração Mato Grosso S.A, International Iron Company, Inc. e Transbarge Navegación Sociedad Anónima, incluindo, ainda, os contratos logísticos.

Segundo o comunicado, a enterprise value (valor da empresa dada pelo mercado) é de US$ 1,2 bilhão para um conjunto de ativos que contribuiu com US$ 110 milhões de EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). No fechamento da transação, a Vale ainda receberia mais US$ 150 milhões, além de transferir ao comprador as obrigações relacionadas aos contratos logísticos.

O comprador também assumirá as operações com todos os funcionários do conjunto de ativos. A conclusão da transação está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), CDN (Conselho de Defesa Nacional) e demais autoridades regulatórias competentes.

De acordo com comunicado da Vale, a venda faz parte da simplificação do portfólio e “foco nos principais negócios e oportunidades de crescimento”.

A J&F é a holding controladora da JBS, Eldorado Brasil, Banco Original, PicPay, Âmbar Energia e Canal Rural. Segundo publicação no Valor Econômico, ontem, a intenção da empresa é tirar do papel os planos de criar a “JBS da mineração” e vai avaliar novas aquisições para se tornar relevante no setor.

Histórico – O comunicado de “potencial de desinvestimento” havia sido anunciado no dia 4 de abril, sendo confirmado hoje, com a assinatura do contrato vinculante.

A Vale S.A explora minério de ferro detém o direito de exploração nas minas de Santa Cruz e do Urucum, em Corumbá. A estrutura toda foi adquirida por US$ 750 milhões, em 2009.

Em 2021, segundo a mineradora, a mina situada em Corumbá produziu 2,7 milhões de toneladas de minério de ferro – principal matéria-prima para fabricar aço – e 200 mil toneladas de manganês, que é usado em várias aplicações, inclusive, como ferro-liga utilizada como insumo por siderúrgicas.

A Vale exporta os produtos pela hidrovia através do porto na região de Porto Esperança, município de Corumbá, além da utilização da ferrovia de Corumbá até Porto Esperança. São cerca de mil funcionários somente naquele município.

As minas localizadas em Corumbá não são as mais lucrativas para a mineradora. O Sistema Centro-Oeste é o que tem o menor volume em extração de minério de ferro diante das outras unidades.

Com a venda dessas operações, a Vale quer se concentrar, na produção de minério de ferro, em duas regiões – a do Sul, em Minas Gerais, com operações em várias minas e instalações de beneficiamento de finos e pelotas de ferro, e a do Norte, na grande reserva de Carajás, no sul do Estado do Pará. Nesse local, a companhia explora a mina gigante S11D, que produz mais de 100 milhões de toneladas por ano.

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