De Campo Grande a Londres: a emoção de participar das Olimpíadas
Ele fará parte do espetáculo final, quando o sonho olímpico passa a ser tupiniquim, pois o Brasil sediará os Jogos Olímpicos de 2016

Depois de se aventurar de Campo Grande a Inglaterra sem falar uma palavra em inglês, percorrer os 1.300 km do Caminho de Santiago de Compostela, desfilar na Sapucaí e viajar por cinco países em apenas duas semanas, Paulo Coelho Machado, de 42 anos, não contém a ansiedade diante do próximo feito: representar o Brasil no encerramento das Olimpíadas de Londres.
“Eu estou representando o Brasil no momento que a Inglaterra passa a bandeira”, relata, em entrevista ao Campo Grande News, durante a madrugada que se seguiu à abertura do evento esportivo, via internet. A festa de abertura foi ontem e o encerramento acontece em 12 de agosto.
Paulo mora em Cardiff, a três horas de Londres, e se voluntariou para participar das Olimpíadas. Ele fará parte do espetáculo final, quando o sonho olímpico passa a ser tupiniquim, pois o Brasil sediará os Jogos Olímpicos de 2016.
Ontem, assistiu à abertura. “Foi uma emoção única, que será repetida apenas no encerramento das Olimpíadas, quando eu estiver no palco representando o Brasil, recebendo a bandeira olímpica. Chorei, vibrei, me arrepiei e tirei bastante fotos”, conta, entusiasmado.
A competição foi aberta em grande estilo: com a presença da rainha Elizabeth e show de Paul McCartney. “Foi emocionante ver gente do mundo todo”, relata Paulo, que nasceu em Fortaleza (Ceará), mas morava com a família no bairro União, em Campo Grande, onde viveu até ir para a Inglaterra.
Nas próximas semanas, serão intensificados os ensaios para cerimônia de encerramento, com treinos durante oito horas. A exemplo da festa de abertura, detalhes não serão divulgados. Os participantes, inclusive Paulo, assinam documento se comprometendo a guardarem segredo absoluto.
“Por enquanto, ainda não estou autorizado a divulgar a fantasia. Estou com o coração na mão”. Paulo mora há 12 anos na Inglaterra e trabalha em uma rede de restaurantes de comida natural. “Cheguei aqui literalmente de mala e cuia. Disposto a vencer na vida. Graças a Deus hoje sou um cidadão britânico”.
Paulo fez uma escolha de vida ao adotar outro País para morar. Mas não perde as raízes com o Brasil, onde passa temporadas de tempos em tempos, como este ano, em que ficou quase 3 meses em Fortaleza. Os pais também foram para a Grã Bretanha, e tiveram a oportunidade de ver a passagem da tocha olímpica este ano. "Foi muito gratificante", resume.