ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 23º

Artes

Após 1 ano, músicos mudam de ramo e cobram ajuda do poder público

Alguns ainda insistem na música, mas muitos deixam sonho em stand-by para ganhar dinheiro

Lucas Mamédio | 04/04/2021 09:35
De boné Paulo Sérgio, que morreu de covid-19, ao lado de Santiago (Foto: Reprodução/Facebook)
De boné Paulo Sérgio, que morreu de covid-19, ao lado de Santiago (Foto: Reprodução/Facebook)

Pouco mais de um ano de pandemia, como será que está a vida dos músicos? O setor artístico foi o primeiro a ser afetado e será, sem dúvida o último a ser restabelecido.

Houve até um pequeno fôlego na metade final de 2020, quando alguns pequenos eventos foram liberados, bares conseguiram funcionar até mais tarde, mas que logo passou com o recrudescimento da pandemia.

O setor sofre mais ainda por um estigma muito atual, de ser responsabilizado erroneamente por algumas pessoas que desrespeitam os decretos e promovem eventos clandestinos e criminosos.

Santiago é um dos líderes da União do Músicos de MS, além de artista. Ele sabe bem que a pandemia mata, perdeu seu companheiro de dupla Paulo Sérgio para a covid-19.

O artista conta que entende o momento é que não pede a volta dos eventos. O que ele quer é é uma contrapartida do poder público para que os músicos não fiquem desamparados.

Guto ao lado de Gael, sua dupla (Foto: Reprodução/Instagram)
Guto ao lado de Gael, sua dupla (Foto: Reprodução/Instagram)

“Tenho ouvido muito que nos temos que nos reinventar, não gosto muito disso porque artista é uma profissão, o sonho de muita gente, para qual nos preparamos, e ninguém vai imaginar que vai acontecer uma pandemia dessa”.

Santiago ainda insiste em sua arte. Mesmo em meio às dores da perda do parceiro e da falta de shows, projeta retomar a carreira. “É isso que seu fazer, não tem porque parar”.

O cantor Guto, da dupla Guto e Gael está se virando como pode. A situação dele foi mais complicada porque teve um filho bem no início da pandemia. Ele conta que mesmo quando houve um respiro, os cachês eram muito baixos. “Eu também tenho alguns trabalhos secundários de produção que foram afetados”.

Para ganhar dinheiro, Guto lançou mão de outros talento, que nem sabia: a habilidade com madeira. “Minha esposa gosta muito de plantas e fiz um suporte de madeira pra ela um dia, ela postou e pensamos que poderia ser uma forma de ganhar dinheiro, desde então tenho produzidos peças pra complementar nossa renda”.

Banco de madeira feito por Guto (Foto: Arquivo Pessoal)
Banco de madeira feito por Guto (Foto: Arquivo Pessoal)

A dupla ainda continua, até música nova de trabalho eles lançaram. “Queremos é que tudo volte ao normal e eu possa voltar a fazer o que amo”.

Mais complicada ainda é a situação do Joezi Reis, integrante do grupo Zingaro, muito conhecido por tocar em bailes. Ele, que também é representando comercial, teve de se desfazer de alguns bens para pagar as contas. “Vendi dois carros meus”. Ele estipula que o grupo deixou de arrecadar mais de R$ 230 mil nesse ano.

Joezi sugere que o poder público, estado e municípios façam uma parceria para patrocinar lives, o que seria um meio de levar minimamente uma renda ao setor.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.

Nos siga no Google Notícias