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Artes

Artista curitibana escancara poluição dos rios e leva “reflexão” a Bonito

Elverson Cardozo | 25/07/2012 19:25
Artista plástica e a instalação "Reflexão". (Foto: Rodrigo Pazinato)
Artista plástica e a instalação "Reflexão". (Foto: Rodrigo Pazinato)

A curitibana Leo Stinghen, de 65 anos, demonstra ser uma artista plástica de conceito, além de uma ativista ambiental polêmica. Não só fala como escancara o problema a todos que passam.

O amontoado de lixo em um dos cantos do Pavilhão da Arte, em Bonito, é dela. Trata-se da instalação “Reflexão”, elaborada especificamente para o 13º Festival de Inverno. A proposta, como o nome sugere, é fazer refletir e o motivo principal é falar sobre a poluição dos rios brasileiros e importância da reutilização de materiais recicláveis.

O trabalho é composto por um varal que segura cerca de 3 mil tiras de garrafas pet e traz de tudo. Tudo o que é jogado nas ruas das pequenas e grandes cidades e nos leitos dos rios brasileiros todos os dias.

Copos descartáveis, garrafas, latinhas de cerveja, sacolas plásticas e embalagens de bala são alguns dos itens pendurados ao ar livre. Ao lado da instalação, fixado no tronco de uma árvore, um cartaz traz quatro fotografias de rios. Todos eles tomados por lixo urbano.

Diferente das outras mostras, quem passa por essa exposição não tem dúvidas sobre o seu conteúdo. A mensagem é clara e de fácil interpretação e foi feita pensando em atingir todas as classes, como defende a artista plástica. “Porque o intelectual também joga lixo nas ruas”, esclarece.

“Porque o intelectual também joga lixo nas ruas”, afirmou a artista, Leo Stinghen. (Foto: Rodrigo Pazinato)
“Porque o intelectual também joga lixo nas ruas”, afirmou a artista, Leo Stinghen. (Foto: Rodrigo Pazinato)

“Reflexão” também fala sobre o consumo desmedido, falta de critérios e de atitudes adequadas para o bem estar social. Para viver, pontua a artista, “não precisa de um monte de coisas”.

Embora seja uma defensora do meio ambiente, Leo Stinghen é polêmica em alguns aspectos. Enquanto alguns ambientalistas apóiam a idéia de proibir a distribuição de sacolinhas plásticas no mercado, a artista afirma que a medida não resolve o problema.

Isso porque o plástico está presente na maioria dos produtos à venda nas gôndolas dos mercados e é utilizado com frequencia em outros setores da indústria O ideal, afirmou, seria promover, por meio de campanhas de conscientização, a reutilização dos materiais.

Um processo que envolveria toda a cadeia produtiva, do fabricante ao consumidor final. Medida que poderia tornar o uso consciente e a redução de consumo uma realidade.

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